O Medo Nasce do Escuro

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como gostam de capítulos maiores então não separei esse, espero que gostem.

Boa Leitura

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Jonathan passou o dia inteiro ao meu lado

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Jonathan passou o dia inteiro ao meu lado. Estava brincando quando me referi a ele como um cão guia mas acho que ele acabou levando a sério demais. Por um momento era como se tudo estivesse normal, tirando o fato que estávamos no reino das fadas e todos os problemas com o meu corpo fragilizado, porém a realidade adora nos lembrar que ela ainda está ali, por mais que tentemos ignorá-la.

Sentia a falta de Karasu, era o que estava faltando em meio a toda aquela falsa normalidade, a ficha ainda não havia caído que ele não estaria mais comigo, esperava que a qualquer momento ele aparecesse andando pelado pelo castelo ou fazendo uma pergunta constrangedora sobre o funcionamento do corpo masculino. No entanto ele não apareceu e não iria aparecer, ele está morto! Não entendo o motivo mas quando mais repito essa frase mas ela se parece com uma mentira. Talvez fosse isso que me impedia de surtar, a sensação de que ele ainda estava comigo e que tudo aquilo tivesse sido apenas mais um pesadelo ruim continuava.

Não queria que Jonathan se culpasse ainda mais pelo o que havia acontecido comigo, então buscava não tocar neste assunto ele, como se os problemas sumissem quando fossem ignorados, e realmente parecia funcionar. Jonathan era meu farol da escuridão.

Passamos grande parte da tarde caminhando por entre os jardins do reino das fadas, onde existiam flores que se abriam quando nos aproximavam, revelando seu lindo conjunto de cores entre o azul e vermelho. Era como se a própria mãe natureza tentasse se comunicar com nós através de suas criações únicas, presentes apenas naquele local protegido por majestosas estatuas; imagino o quando Serafim se divertia em meio a tantas plantas mágicas. Nos encontramos com Arina correndo junto de Cérbero por entre os arbustos podados em diversos formatos; olhando assim ela até parecia uma criança normal.

Nos sentamos em um banco de mármore na frente de um grande chafariz, fiquei deitado com a cabeça no colo de Jonathan, encarando seus olhos que pareciam mais claros em contraste ao céu azul acima de nós. Podia passar horas apenas olhando para ele daquela posição, vendo sua boca macia se abrir para buscar ar; era quase como um anjo.

Já durante a noite recebi um tratamento especial dos servos do castelo, cortaram meu cabelo, minhas unhas e trataram minhas cicatrizes que sumiram na hora graças a algum tipo de feitiço. Me sentia como um imperador romano sendo tratado daquela forma, mas também era estranho ter todas aquelas pessoas desconhecidas tocando minha pele quase nua, o que me fez lembrar de algumas memorias da minha estadia em arcanjos.

Os prisioneiros tomavam banho uma vez por semana, se é que podíamos chamar aquilo de banho, já que nos colocavam em uma sala fechada completamente nus, onde vários jatos de água saiam das paredes para que nos lavássemos, não tínhamos privacidade e alguns soldados se aproveitavam disso para nos humilharem. Fico imaginando os prisioneiros que inda estão lá, haviam pessoas ruins mas também pessoas boas que acreditavam em um mundo melhor, porém que foram jogados naquele buraco porque entraram no caminho de pessoas poderosas.

O Corvo e o Lobo 2 - A magia do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora