Após a festa, durante a volta para a casa de Samantha e na manhã seguinte, decidi ficar em silêncio e evitar qualquer assunto com minhas amigas. Eu estava irritada e pensativa demais, então, obviamente, elas perceberam meu comportamento atípico e tentaram conversar comigo, mas tudo que fiz foi me retirar da casa da minha amiga e ir para minha própria casa mais cedo. Eu queria ficar sozinha, pois eu estava muito confusa também.
Minha chateação era por conta de suas brincadeiras de mal gosto que tanto me tiravam do sério e me deixavam desconfortável, mas não adiantava ter essa conversa com as duas. Eu desabafaria, distribuiria alguns esporros, me chatearia ainda mais, mas no fim, as duas continuariam a dar pouca importância para meu drama e terminaríamos nos distraindo com outra coisa, aliás, elas me distrairiam e a trouxa aqui deixaria para lá.
Eu precisava mesmo era ficar sozinha e tentar organizar os últimos fatos na minha cabeça.
Em casa, evitei conversar com qualquer um e passei o dia no meu quarto, pois eu não queria contato humano por algum tempo, a fim de não ter que dar alguma explicação para meu mau humor ou ser obrigada a ser simpática.
Eu precisava refletir no silêncio do meu quarto, porque, além de tudo, havia outra coisa tirando o meu sono.
Recapitulando o que havia acontecido nos últimos dias, minhas amigas apostavam que eu era gay, então inventaram que tinha uma crush que não existia, aquela sem noção passou a se comportar estranho comigo, e eu ainda continuava BV.
Mas o pior de tudo, era que, possivelmente, outras pessoas também desconfiavam da minha sexualidade.
Aquela sem noção deve estar pensando que sou como ela.
O mais estranho de tudo é que ela vinha tentando se aproximar cada vez mais de mim, e a maneira como ela fazia isso era muito estranha, eu diria até suspeita. Todo esse contato que ela vinha tentando ter comigo podia estar criando fantasias na mente dos nossos amigos, fazendo-os acreditar em coisas equivocadas sobre minha pessoa.
Eu precisava fazê-la entender, de uma vez por todas, como devia se portar perto de mim ou isso poderia tomar proporções maiores. Também não queria mais ninguém discutindo sobre minha intimidade, ainda mais enquanto eu estivesse confusa desse jeito.
Ninguém tinha o direito de me confundir ainda mais.
Na manhã de segunda-feira, saí mais tarde de casa para a escola, na tentativa de chegar depois da hora e evitar minhas amigas. Eu não queria ter que conversar com elas ainda, apenas ficar sozinha e não ver ninguém, e se eu pudesse, teria faltado a aula também.
Mas querer não é poder, não é mesmo?!
Entrei na sala, pedi licença ao professor e me sentei na mesma cadeira de sempre. Assim que abri meu caderno para poder copiar a matéria, meu celular vibrou. Peguei o aparelho para conferir a mensagem que haviam me enviado, mas me arrependi amargamente.
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Qualquer Semelhança é Uma Mera Coincidência
Teen FictionEssa é a história de muitas primeiras vezes da minha vida, mas não é só sobre mim que vou falar. Na verdade, é sim. Mas vou dividir o enredo dessa história com uma outra pessoa, a qual vocês vão logo identificar por seu "talentoso" humor e carisma...