O tempo só não passou rápido porque a quantidade de experiências que eu havia vivido era grande demais para esse tipo de sentimento. Cinco anos foi o tempo que levei para me formar em produção cultural – um ano a mais por ter vivido desregradamente em algumas fases durante a faculdade. Reprovei em cinco disciplinas e precisei redistribui-las na minha grade curricular por mais dois semestres. Esse foi o preço que paguei por curtir todas as festas que rolaram durante todo o período universitário.
O plano era priorizar minha vida acadêmica, mas meu espírito festeiro não me permitiu focar nisso por algumas vezes.
Meu estilo de vida não mudou muito após a faculdade. Eu ainda era uma mulher festeira e aventureira, mas a responsabilidade bateu mais forte após ter que correr atrás de um trabalho. Meus pais sempre me aconselharam a fazer tudo certinho. Estudar, me graduar e me preparar para o emprego pelo qual me especializei durante a faculdade. Eles tinham razão e, por isso, eu não poderia fazer diferente.
Porém, como eu tinha dificuldade em focar nas responsabilidades, um ano foi o tempo que minha mãe me deu para que eu apenas me dedicasse a encontrar um trabalho escolhido por mim, e não pelas circunstâncias, antes que eu começasse a ter que arcar com minhas próprias despesas.
Por isso, e por medo de ficar desempregada, me dediquei a lutar por um cargo público na minha área. Estudei ainda mais do que na época do vestibular e me classifiquei em uma disputa de apenas uma vaga.
E foi assim que, com apenas um ano e meio de formada, eu estava empregada com um cargo que se encaixava perfeitamente com a minha área profissional, estável e que, não menos importante, me pagava bem – o suficiente para viver confortavelmente.
Diferente de mim, minhas amigas terminaram a faculdade em tempo recorde para mim, que seria o tempo certo para elas. Ninguém precisou fazer nem sequer um período a mais. Samantha até reprovou uma ou duas matérias, mas nenhuma era requisito para cursar as posteriores. Logo, ela apertou tudo em um período e conseguiu se formar, entre troncos e barrancos, no tempo certo. Começou a trabalhar como programadora júnior em uma empresa tecnológica e estava curtindo muito a experiência que estava adquirindo por lá. Ela era muito talentosa no que fazia, então logo alcançaria cargos mais altos na sua vida profissional.
Hanna estava trabalhando para um dos jornais pequenos da cidade, mas para quem tinha apenas um pouco mais de dois anos de formada, já estava bom demais. Ela escrevia muito bem e tinha ideias maravilhosas, além de projetos pessoais. Com certeza, também não demoraria muito a conquistar um de seus sonhos.
Maria havia conseguido se formar em um único curso, sem desistir dele para começar outro. Ela era uma antropóloga muito apaixonada pela própria profissão e, por isso, logo foi convidada a lecionar em uma das melhores faculdades particular em ascensão da cidade. Mas ela precisou recusar outros convites que surgiam, pois seu tempo ficou mais escasso quando retornou para a universidade para cursar, também, sociologia. Além disso, Maria escrevia excelentes artigos e participava de algumas pesquisas de sua área. Antropóloga, socióloga, professora universitária e pesquisadora – tudo isso em tão pouco tempo.
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Qualquer Semelhança é Uma Mera Coincidência
Novela JuvenilEssa é a história de muitas primeiras vezes da minha vida, mas não é só sobre mim que vou falar. Na verdade, é sim. Mas vou dividir o enredo dessa história com uma outra pessoa, a qual vocês vão logo identificar por seu "talentoso" humor e carisma...