Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo comigo. Por que quando ela me olhava nos olhos, me deixava nervosa? Quando isso acontecia, meu coração acelerava e minhas pernas ficavam meio bambas.
Quando foi que isso começou?
Eu havia ido até sua casa com o real objetivo de desfazer aquele mal-entendido do desmaio, pois eu tinha certeza de que depois do acontecido, ela havia ficado pensando que eu queria beijá-la. E eu não queria. Nem mesmo o contrário. Não queria de forma alguma, nem de jeito nenhum.
Quando estávamos novamente em seu quarto, sozinhas, e depois de responder um monte de perguntas bobas - algumas mais relevantes - e flagrar aquele vídeo no seu celular, decidi, finalmente, tomar uma atitude e tentar resolver o assunto do beijo que ficou parecendo que eu queria, mas eu não queria. Entretanto ela fez aquilo de novo, me olhou nos olhos e me apavorei.
Que poder é esse que ela, inexplicavelmente, passou a ter sobre mim?
E por causa disso, eu nem tive a oportunidade de desfazer o mal-entendido. Eu só queria fugir daquela situação, e foi o que fiz. Fui embora sem dar qualquer explicação plausível.
Por que fiz isso? Por que de repente a conversa havia tomado um rumo perigoso e eu era uma covarde, sem saber mais como consertar as coisas. O nervosismo não permitia. Eu, simplesmente, não consegui mais lidar com nada naquele momento. Tudo porque meu corpo não respondia mais à minha mente. Além disso, tive medo de transparecer em mim qualquer coisa que eu mal compreendia.
Por isso, a partir daquele momento, estava decidido na minha vida que eu tentaria agir naturalmente na presença dela, e também evitaria qualquer tipo de contato desnecessário com ela. Eu mudaria minha postura e reprimiria seja lá o que estivesse acontecendo dentro de mim.
Eu precisava proteger meu coração, para não colocá-lo em risco.
Mas eu ainda teria que lidar com minhas amigas e com a reunião do blog.
- Clarinha, você está bem? Esteve o dia inteiro em silêncio, e você é sempre muito falante. – Maria se preocupou.
- Está tudo bem sim amiga. – Sorri, tentando tranquilizá-la.
A verdade é que eu não conseguia parar de pensar naquela garota e nas emoções que ela provocava em mim. E o pior de tudo era que estávamos na mesma turma e eu tinha que, involuntariamente, olhar para ela todos os dias, o que não facilitava em nada para mim.
A minha única sorte era que a imbecil se sentava a algumas cadeiras atrás de mim e, por isso, não corria o risco de nossos olhares se cruzarem.
- As duas lerdas podiam sair logo desse banheiro? Depois da reunião do blog ainda tenho que ir para o estágio com meu pai.
- Laura, por que você ainda vai a esse estágio se não é o que quer da vida? – Maria, inocentemente, perguntou de dentro de uma das cabines.
- Vou ser uma administradora de empresas, então preciso frequentar o estágio sim.
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Qualquer Semelhança é Uma Mera Coincidência
Teen FictionEssa é a história de muitas primeiras vezes da minha vida, mas não é só sobre mim que vou falar. Na verdade, é sim. Mas vou dividir o enredo dessa história com uma outra pessoa, a qual vocês vão logo identificar por seu "talentoso" humor e carisma...