Capítulo 11

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O que estava acontecendo comigo? Por que eu havia levado aquela garota para minha casa e por que estávamos tendo aquela conversa? Eu havia baixado a guarda e a cada momento, me sentia mais vulnerável

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O que estava acontecendo comigo? Por que eu havia levado aquela garota para minha casa e por que estávamos tendo aquela conversa? Eu havia baixado a guarda e a cada momento, me sentia mais vulnerável. Eu não conseguia compreender por que eu estava agindo assim. Talvez eu estivesse seguindo o conselho da minha mãe e seguindo o meu coração. Mas o que meu coração queria?

Eu sabia que estava prestes a descobrir, mas algo inusitado aconteceu.

Pela primeira vez, eu e aquela garota estávamos tendo uma conversa diferente de todas as outras e eu me sentia diferente em relação a ela. Não só isso, mas também estava enxergando-a diferente, talvez pela nossa aproximação forçada. Era difícil admitir, mas ela me surpreendera bastante com sua personalidade, que eu havia julgado completamente errado. Digo, ela ainda era a sem noção, completamente sem graça, mas não era só isso.

Ela não estava sendo a mesma boba de sempre, estava agindo mais seriamente. Conhecê-la melhor fez com que eu sentisse algo desconhecido para mim. Era como se eu me sentisse mais ligada a ela, talvez porque realmente nos identificávamos em muitas coisas. Quero dizer, com certeza éramos mais parecidas do que eu gostaria, só que dessa vez eu estava gostando disso. Eu não queria admitir para mim mesma, mas havia algo dentro de mim que clamava por isso. Clamava por liberdade, por sentir e me deixar sentir. Eu queria ser eu mesma, mas eu tinha medo. Eu queria transbordar tudo o que sentia, o que me apavorava, e o que me angustiava.

Eu queria me permitir e me completar.

E eu estava prestes a abrir meu coração para aquela sem noção quando do nada, ela desmaiou.

Não me desesperei, apenas a segurei antes que atingisse o chão e, com um pouco de dificuldade, levei-a para minha cama.

Quando a tive junto a mim, com sua cabeça apoiada em meu ombro, percebi que seus cabelos cheiravam a maçã verde e sua pele parecia mais macia e suave. Seu rosto era tão liso, que dava vontade de tocar.

Quando a observei deitada na minha cama, com o semblante tão tranquilo, me aproximei e pus minha mão na frente de seu rosto para me certificar de que ela ainda respirava. Por pura preocupação - só por isso mesmo - toquei sua pele com as costas da mão, apenas para verificar sua temperatura.

Nossa, mas que pele macia e quentinha!

Depois de observá-la por mais um pouquinho, iniciei o ato de tentar despertá-la balançando seu corpo e chamando por seu nome.

- Clara!

Falar seu nome foi tão...estranho?!

Só então me dei conta que nunca havia pronunciado seu nome antes e dizê-lo foi tão estranhamente...bom?

- Clara, acorde! – Distribuí alguns tapinhas em seu rosto.

Confesso que há algum tempo atrás, gostaria de dar uns tapões - no bom sentido, dependendo do seu ponto-de-vista, é claro.

Qualquer Semelhança é Uma Mera CoincidênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora