Capítulo 22

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Sabe quando você acha que a situação não pode piorar? Pois bem, sempre pode! E descobri isso num contexto bastante constrangedor

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Sabe quando você acha que a situação não pode piorar? Pois bem, sempre pode! E descobri isso num contexto bastante constrangedor.

Eu era muito tímida para ter certos tipos de conversas, ainda mais com minha mãe. Acho que vocês devem recordar que sempre tenho fugido de conversar com ela sobre sexo e que tenho saído bem-sucedida nisso. Só que, se apenas falar sobre isso me deixava nervosa, imagine eu ser flagrada num momento íntimo pela pessoa que me deu a vida?!

Depois do ocorrido, lembro que nem eu, nem Sofia conseguimos falar nada. Era como se tivéssemos virado duas estátuas. Era óbvio que minha namorada também estava se sentindo bastante constrangida. Então, quando minha mãe ameaçou falar qualquer coisa, ela se levantou repentinamente e inventou a pior desculpa do mundo para livrar-se daquela situação.

- Acabei de lembrar que esqueci o ferro ligado na tomada. – Disse simplesmente e saiu, me deixando boquiaberta perante à sua covardia e cara-de-pau.

Olhei para minha mãe pela primeira vez naquele momento, mas sua expressão era indecifrável. Sem saber o que fazer ou dizer, levantei-me, sentei perante minha escrivaninha e abri um livro acadêmico qualquer.

- Acho melhor eu voltar a estudar. Lembrando que sou uma ótima filha, nunca dei trabalho com nada, nem mesmo na escola. Nunca cheguei tarde de festas, não bebo, não fumo, não uso drogas, não...

- Já pode parar mocinha! – Minha mãe me interrompeu e sinalizou para que eu me sentasse ao seu lado na cama. – Sei que você é uma ótima filha, mas não vou te livrar desse assunto só por causa disso.

Deixei meus ombros caírem, respirei profundamente e choraminguei.

- Não estava acontecendo nada do que a senhora está pensando. – Me adiantei.

- E sobre o que estou pensando, exatamente? – Perguntou, arqueando uma sobrancelha.

- N-na-não sei?! – Ela havia conseguido me deixar ainda mais nervosa.

- Filha, não vou te dar esporro. Só quero que você saiba que pode me contar qualquer coisa. – Falou, suavemente. – E não venha me dizer que vocês não estavam tendo um "momento". Não sou cega e muito menos ingênua. – Completou, mudando o tom de voz.

- Ma... mas não estávamos "fazendo".

- Isso realmente não me importa. – Ela disse e me deixou confusa. – Escuta, apenas quero te orientar sobre essas coisas da vida, porque me preocupo com minha filha. – Ela limpou a garganta e continuou. – Vocês já transaram?

- NÃO! – Respondi prontamente, com o coração acelerado.

- Ok, mas uma hora isso vai acontecer e, pelo visto, não vai demorar muito. Por esse motivo, vamos conversar agora! - Ao ouvi-la, deixei-me cair com as costas sobre a cama e fingi um desmaio. – Clara, deixa de ser dramática! – Abri um olho e a encontrei me olhando. – Sei que sou sua mãe, mas também sou sua amiga. Nesse momento, você vai conversar comigo como amiga, e vou te aconselhar como sua mãe, ok?

Qualquer Semelhança é Uma Mera CoincidênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora