Essa é a história de muitas primeiras vezes da minha vida, mas não é só sobre mim que vou falar. Na verdade, é sim. Mas vou dividir o enredo dessa história com uma outra pessoa, a qual vocês vão logo identificar por seu "talentoso" humor e carisma...
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Sabe, fico me perguntando como e quando essa história toda tomou esse rumo. Me lembro bem quando, primeiramente, eu nem acreditava gostar de garotas. E nem conseguia tolerar a Clara e seu estado de espírito bobo demais. Eu não soube reagir muito bem quando desconfiei de que ela dava em cima de mim, e até a rejeitei – mas tudo não havia passado de uma mal-entendido. Por último e o mais importante, foi quando ela passou a me ignorar e se afastou de mim, e de repente passei a fazer mais questão de estar perto dela – ainda mais depois daquele nosso primeiro beijo, no banheiro da escola, quando me vi confusa e cada vez mais atraída por ela.
Mas a dúvida que mais rondava os meus pensamentos era: Quando que me apaixonei?! Isso mesmo, eu estava apaixonada por ela e precisei passar por tudo isso para me dar conta da realidade. E desconfio fortemente de que isso aconteceu naquele dia na festa quando a vi deslumbrante naquele vestido.
Talvez eu sempre soubesse sobre meus sentimentos, só não queria admiti-los a mim mesma. Para falar a verdade, eu evitava até pensar sobre isso.
Perguntava-me se ela sentia o mesmo. Quero dizer, ela me pediu em namoro, então, provavelmente, tinha sentimentos por mim. Mas ela se dizia uma pessoa romântica, então não seria normal ter me falado sobre seus sentimentos? Sei lá, talvez ter se declarado antes do pedido de namoro.
E se ela não estiver apaixonada?
Eu gostaria muito de dizer a ela como me sentia, mas tinha medo de não ouvir o mesmo ou acabar pressionando-a e tornando o momento desconfortável para ambas.
Meu momento de lhe pedir para que fosse minha namorada estava próximo, e me declarar nessa ocasião fazia parte dos meus planos. Mas será que eu devia? Meus sentimentos seriam correspondidos com a mesma proporção?
Quase uma semana havia se passado desde que ela havia feito o pedido de namoro, e a minha casa estaria liberada com a ausência de meus pais, o que era ótimo, pois eu precisaria da segurança e privacidade de uma casa vazia e da discrição do meu quarto para conseguir executar meu plano. Enquanto isso, a gente namorava pela metade durante essa longa semana que parecia se arrastar.
Quando eu digo que a gente namorava pela metade, significava que ainda não experimentávamos todos os benefícios de um namoro. A gente apenas estava se tratando com gestos mais carinhosos, como segurar as mãos, abraços mais prolongados, e eu, bem, eu havia voltado a ficar trouxa por ela. Mas dessa vez era porque eu queria e fazia tudo de boa vontade. Eu buscava o lanche dela na cantina, gostava de acompanhá-la até em casa e ajudá-la a carregar suas coisas, quando estavam pesadas demais. A única coisa que eu não conseguia era fingir que passei magicamente a achar graça de suas piadas.
- Então agora é oficial, vocês estão namorando? – Laura perguntou, durante nossa reunião diária do horário do intervalo.