E como está Felipe? - foram minhas primeiras palavras ainda sonolenta do calmante que me deram na UTI, na noite anterior.
- Ele está em coma - respondeu Catarina do meu lado naquele quarto de hospital - está recebendo uma medicação com antígenos para combater a toxicidade do coquetel de medicamentos recebidos.
Meu olhar se voltou perdido para a parede branca e lacrimejam em seguida. Não acreditava que estaria vivenciando aquele inferno que parecia não ter fim. Ainda pior, precisava guardar repouso por causa do corte na barriga e uma provável infecção.
- A polícia civil está na recepção do hospital e querem falar com você - Catarina me fez voltar meus olhos para ela - mas, antes quero te passar os bastidores dos fatos, enquanto tentavam matar a você e a Felipe nesse hospital - minha amiga às vezes seria macabra no uso das palavras.
Primeiro ela me contou que Expectra não fugiu do apartamento, no entanto, procurava pela dona constantemente. Eu suspirei de saudade da bichinha e minhas velhas rotinas de casa.
- A polícia encontrou o meu carro em um bairro afastado da cidade e ele estava intacto com tudo dentro, os "bandidos" só levaram dinheiro em espécie - Cath pegou na bolsa um cigarro em formato de caneta.
- O que isso?
- Cigarro eletrônico.
- Eu sei..., Mas, você não fuma!
Cath deu de ombros e continuou dizendo que a polícia pegou alguns homens por aí, que já aprontavam na sociedade e culparam eles pelo o assalto a nós duas.
- Mas, isso não é certo. Cath!
- E você vai dizer sobre os verdadeiros culpados?
Eu fiz cara de "paisagem", mas na verdade estaria com muita raiva daquilo tudo.
- Aquela desgraçada acabou com minha vida e não poupou nem ao ex-marido - eu disse rancorosa.
Catarina continuou a dizer que a Organização teria muita influência sobre as autoridades da cidade e alguns policiais da parte "podre" se envolvia nos esquemas em troca de dinheiro e então tiraram o foco deles, interrogando os suspeitos indicados - eu olhei atentamente para minha amiga - e é claro, Adriane é a mandante. A advogada que se vire com a justiça porque por outros motivos não poderá entregar a Organização Mística. Criaram até mesmo evidências como transferências bancárias para os criminosos do escritório de advocacia dela e desde então, ela desapareceu.
- E o que querem os detetives com meu depoimento, afinal?
- Sobre o atentado a Felipe, disseram que você já sabia que ia acontecer - Eu puxei o ar dos pulmões e soprei de uma só vez, para aliviar meu nervosismo. Catarina me piscou um olho e se calou quando entraram outras pessoas no quarto.
O detetive se identificou como André e fez uma série de perguntas, inclusive sobre minha relação com a técnica Elaine que no momento se encontrava afastada do hospital. Ele não mencionava o nome de Adriane o que me intrigava.
- Senhorita, Laysa. Já que no seu atentado não quis dar seu depoimento dizendo se tratar apenas de um assalto, queremos sua contribuição no caso do doutor Felipe - o rapaz foi bem objetivo.
Catarina me olhou como se conversássemos com os olhos e ela me pedia para não dizer nada de sobrenatural.
- Eu vi Adriane passando pelo corredor do hospital em direção a UTI Geral - foi que disse para não parecer irracional como as imagens do sonho em minha mente.
- Sim, senhorita. As câmeras registraram a presença dela no hospital, anterior ao atentado, mas somente isso não faz ligações com o caso de Felipe - ele estava desacreditado - ela veio ver a amiga Elizabeth, foi o que disseram as testemunhas.
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No Tempo Certo
RomansaO amor é constantemente colocado à prova e frente aos desafios é preciso ter preservada a sanidade. Sendo assim, tudo que parecer contrário, transformará em aprendizado para a vida. Laysa é uma principiante na enfermagem e junto aos desafios profiss...