*Tyler*Abro os olhos. Meu quarto está iluminado pelos primeiros raios de sol. Algo está errado, minha mente está trabalhando excessivamente rápido. Me sento na cama, tentando raciocinar, e então entendo o que está acontecendo. Um ataque de pânico. Ótimo, um assim, no início da manhã era tudo o que eu não precisava. A respiração se torna difícil, me fazendo deitar novamente. Tento gritar e a voz simplesmente não sai, o que aumenta meu desespero. Conte até 10, Tyler.
1,2...
A cabeça dói, e o coração parece apertado demais.
3,4,5...
Tento gritar outra vez, sem sucesso. Minhas mãos suadas, e a visão turva.
6,7, 8...
Volto a me sentar, e a respiração se normaliza.
9, 10...
Me sento no chão, e então as lágrimas caem. Eu tinha vencido mais uma batalha. Fico no chão pelo que parecem ser alguns minutos, me levantando em seguida. Vou até o banheiro, tomo minha medicação e então faço minha higiene pessoal. Não ouço minha mãe em casa, então olho pro despertador, constatando que ela já tinha ido pro trabalho. A semana passou rapidamente, talvez pelo fato de que eu veria Joshua, para começarmos o projeto. Uma manhã de sábado, uma crise logo cedo, uma situação desconfortável... O dia tinha começado muito bem.
Arrumo meu quarto, abro as janelas e desço. A cozinha está perfeitamente em ordem, o que significa que minha mãe perdeu o sono durante a noite. Normalmente ela não tinha tempo pra arrumar tudo. Exceto nas noites ruins, quando a preocupação não permitia que ela dormisse. Pego uma caneca de café com leite e alguns biscoitos, me sentando no sofá. Ligo a TV, num desenho aleatório. Alguns minutos depois, termino meu café, arrumando as coisas na cozinha novamente. Guardo a caneca, subindo pro quarto. Joshua viria aqui às 10 da manhã, e eu tinha exatamente 45 minutos pra organizar tudo. Ele viria, a gente estudaria e então ele ia embora. Não tinha como dar errado. Ou tinha?
Tomo um banho rápido, visto um moletom roxo, uma calça preta e meias nos pés. Jogo a mochila e alguns livros na cama, e então vou para a janela esperar.
A vizinhança sempre se comportando da mesma maneira. A senhora Morgan gritava com o senhor Johnson por causa dos seus gatos. O pai da pequena Lizzy lavava o carro com uma esponja que totalmente puxava a sujeira pra si, manchando as partes já limpas, num ciclo infinito que ele ignorava. As crianças correndo pela calçada, e o garoto parado em frente ao carro, acenando pra mim. Espera... Essa parte não era pra ser assim.
Josh chegou e eu não sei dizer por quanto tempo ele acenava pra mim, ou quanto tempo estava parado ali, mas ele sorria com um olhar confuso. Corro até a porta, chamando ele pra entrar. Ele tranca o carro e caminha lentamente, observando o quintal bagunçado, a grama quase morta pela falta de irrigação, que foi uma decisão tomada pela economia excessiva. Abro mais a porta e ele para, olhando pra mim.
– Não vai me chamar pra entrar? - ele mexe no boné, sorrindo.
– Achei que a porta aberta dissesse o suficiente, Joshua. - ele me deixa nervoso.
O garoto resmunga e entra, parando logo à minha frente, esperando que eu diga algo. Aponto pra escada e ele sobe, comigo logo atrás.
– A primeira à direita, Joshua. Meu quarto.
Ele entra e olha em volta. Meu quarto era simples e pouco decorado. Talvez fosse estranho pro padrão que Josh estava acostumado, mas era incrível pra mim. Cada objeto ali tinha um propósito individual, e sua própria importância.
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STAY
Fanfiction~Joshler~ "Tyler, vivia uma vida normal. Não era de muitos amigos, e na verdade não via problema nisso. Diferente de Joshua, que sempre esteve rodeado de pessoas. Alguns diriam que as histórias dos dois simplesmente não poderiam se conectar. E num b...