Capítulo IX

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*Josh*

Os últimos dias têm sido muito difíceis para Tyler. Sua mãe não apresentava melhora, e ele não saía do hospital pra praticamente nada. Na quinta-feira, ele me pediu que fosse embora, com a desculpa de que eu devia adiantar o trabalho. Pude perceber que ele só não queria que eu me importasse com sua situação, mas seria impossível. Um ponto interessante sobre nós é que eu puder perceber que eu gostava dele, muito mais do que eu pensava. Vê-lo no hospital naquele estado, me deixava profundamente triste. Já faziam 6 dias desde a internação, e ele não tinha dormido direito até então. Meu pai voltou de viagem na terça, e me deu um sermão por passar tanto tempo fora, saindo na manhã seguinte outra vez. Mas era pelo Tyler. Eu sentia saudades das nossas tardes em que a gente ria junto, trocávamos beijos rápidos e até mesmo estudávamos. Pra ser sincero, ainda sinto.

Dirijo até a casa dele e o acompanho até a porta.

– Você quer que eu te espere pra voltar pro hospital? - seguro sua mão, o olhando- Eu tô livre pra você.

– N-Não precisa, Josh. Eu vou ficar por aqui um tempo. A casa tá uma bagunça. Se minha mãe for voltar pra casa hoje à noite, ela iria me matar.

Sorrio pra ele. Sua esperança era algo como um campo de girassóis num dia de chuva. Brilhava por si só, mesmo com tudo jogando contra. E isso me fazia querer o abraçar forte e acabar com o seu sofrimento.

– Então... Eu te ajudo na faxina. Pode ser?

– Joshua, eu tô bem. Vai pra casa e descansa. Hm...– ele mordeu o lábio, olhando pra baixo – Se quiser, pode vir jantar comigo. Temos leite e biscoitos.

– Meu prato favorito. Conta comigo.

Sigo de volta ao carro, o vendo me observar na porta. Sinalizo com as mãos e grito.

– Eu volto mais tarde!

Entro no carro e volto pra casa, sentindo uma tristeza imensa por dentro. Ver o Tyler passando por tudo isso é desesperador. Talvez eu só esteja exagerando na minha mente. Mas ainda assim, aquilo me machucava também.

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*Casa dos Dun, 19:30*

Termino meu banho, me vestindo rapidamente. Coloco uma camisa Polo cinza, um jeans escuro e um tênis qualquer. Mexo nos cabelos e desço, indo à cozinha desligar o forno. Eu tinha feito um bolo de chocolate, com a ajuda da nossa cozinheira, claro. Estava distraído embrulhando a forma, quando ouço meu telefone tocar.

– Alô? Tyler?

– Definitivamente não, Josh. Debby, lembra de mim?

– Oh... Oi, Debby. Eu... Claro que me lembro. O que houve?

Suspiro. Eu devia ter ligado pra ela dias atrás, mas estive tão envolvido com o Tyler e nosso projeto, que mal pude me lembrar.

– Achei que fosse me ligar mesmo. Não faz ideia do trabalho que me deu pra conseguir seu número outra vez. Enfim... Eu tô em frente à sua casa agora. Me convida pra entrar, docinho.

Merda. Agora era tudo o que eu não precisava. Eu não podia simplesmente dizer que não estava. Sou péssimo com mentiras.

– Ahn... Pode... Entra aí.

Em poucos minutos, lá estava ela. Um decote um pouco exagerado, talvez? E isso me chamou a atenção. Ela falava sobre várias coisas que eu não entendia, e eu fui me envolvendo pelo assunto. Nem percebi o quanto estávamos próximos demais. Debby me beijou e eu fiquei completamente sem reação, retribuindo o beijo segundos depois. Nos afastamos e eu me levantei, checando as horas. Caramba. Já eram 22h e nós ainda estávamos ali. E o pior de tudo. Eu tinha me esquecido do Tyler!

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*Tyler*

Depois de terminar a faxina, percebi que ainda teria um tempinho até anoitecer. Ligo pro hospital sendo informado de que o estado de minha mãe era estável. Eu não sei dizer se isso é bom. Quer dizer... Ela não tinha piorado. Mas também, não melhorava em nada.

Tomo um banho demorado, preparo alguns biscoitos de um livro de receitas e me sento no sofá, esperando Josh. As horas vão passando e nada de ele aparecer.

Talvez ele estivesse ocupado. Talvez estivesse com problemas. Talvez ele tivesse me esquecido.

Todas as possibilidades me pareciam bem possíveis. Telefonei várias vezes, mas não consegui nem que chamasse. Já eram mais de nove da noite quando chequei o celular uma última vez antes de adormecer, agarrado a uma almofada qualquer, no chão da sala.

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Cês acham que o Ty tá sofrendo? Gente... Por favor , não me julguem nem roguem praga. Eu juro que essa fic vai ter um final feliz! Mas talvez seja um final triste. Nunca se sabe. Enfim, tá bem longe de terminar, então... Stay Alive, Stay Strong, and Power To The Local Dreamer 💛✺ Ψ ☬ ғ̶ᴘ̶ᴇ̶⊬

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