Capítulo XVIII

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Tyler acordou, ainda meio tonto. Ficou por alguns instantes deitado, tentando lembrar do que tinha acontecido. Voltou aos últimos acontecimentos, se recordando de estar mal, mas não tinha ideia de como foi parar no hospital. Até que o outro entrou no quarto.

– Você acordou! Foi rápido...

Josh sorria, olhando nos olhos de Tyler. O alívio percorreu cada parte de seu corpo ao ver que ele estava acordado.

– O que... O que tá fazendo aqui? Quer dizer... - Tyler suspirou- Foi você, né?

– Eu tava passando, e aí vi seu carro. Achei que estivesse com algum problema, então eu fui ver mais de perto. Você tava desmaiado.

– Droga... Olha, me desculpa. Eu não quis atrapalhar o seu dia. Acho que é melhor você ir agora... E muito obrigado.

Tyler tentava controlar a voz. Dentro de si, havia uma guerra para decidir o que ele realmente devia fazer.

–Ty... A gente devia se ver mais! Sabe... Acho que podemos ser... Amigos.

– V-Você acha? Eu não sei, isso não vai funcionar. É sério, é melhor você ir. Eu te ligo mais tarde, só... Me espera, por favor.

– Mas... - Josh encarou o chão por uns instantes, parando na porta do quarto - Promete que vai ao menos pensar?

– Eu vou. Não se preocupa!

Ty sorriu, vendo ele deixar o quarto. Isso não estava em seus planos. Talvez trocar mensagens fosse o bastante, mas parecia que Josh queria mais. E era isso que o preocupava. Ele era um homem casado, com uma família. E mesmo que fosse apenas amizade, depois de tudo o que eles tiveram no passado, essa situação era no mínimo... Desconfortável.

Depois de algumas horas, Tyler voltou para casa. Aquela maldita "proposta" não saía de seus pensamentos. Por vezes pensou em pegar o celular ligar para o outro e dizer tudo o que estava com vontade. Mas ele não devia, afinal, eram pensamentos impulsivos, e Tyler sabia bem que seguí-los seria burrice. Enquanto dirigia, sentia o perfume de Josh em seu carro. Não que aquilo o deixasse feliz, mas não era realmente um problema. De certa forma, ele estava gostando.

Pediu uma pizza, ignorando totalmente as recomendações médicas de mais cedo. Tomou um banho, se vestiu e então esperou, até que ouviu a campainha. Pegou a carteira e foi até a porta. Para sua surpresa, o entregador era o rapaz da cafeteria. Pensou por alguns instantes, buscando na mente o nome do rapaz.

– Max, não é?

– É sim. Eu me lembro de você! - o rapaz sorriu, arrumando o boné - Tyler, acertei?

– Na mosca! Entra, eu preciso pegar o cartão.

Ele subiu as escadas, enquanto Max esperava na sala, batucando na caixa de entrega. Tyler ainda ria, a situação estava engraçada. Não achava que veria ele novamente, ou pelo menos não tão cedo. Pegou o cartão e desceu.

– Você trocou de emprego? Pelo que eu me lembro, você trabalhava naquele Café...

– Bom... Na verdade eu ainda trabalho lá. Mas também faço entregas à noite. Preciso do máximo de dinheiro que eu puder ganhar. Cuido de dois irmãos mais novos e quem sabe um dia eu consiga fazer uma faculdade. Não dá pra perder tempo.

Max sorriu, colocando a pizza na mesa. Tyler se lembrou de como estava numa situação parecida há tempos atrás.

– Eu admiro muito o seu esforço. Pode ter certeza, isso nunca vai ser em vão. Agora, quer um pedaço de pizza?

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