Capítulo XXXVII

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Havia um clima diferente naquele dia. Josh estava mais brincalhão do que costumava ser, e Tyler não podia resistir. "Temos que continuar o trabalho!" ele disse. Mas após isso, ambos caíram na gargalhada. O tapete do quarto de Tyler simplesmente ficou pequeno para os dois, abraçados ali, rindo. Sua mãe, na cozinha, ouvia as risadas e Sorria. Ela sabia que Josh fazia bem ao filho. E vice e versa. Tyler segurou o rosto de Josh com as duas mãos, frias como de costume, e então o beijou. Mas... Dessa vez era diferente. Havia dor no lugar do frio na barriga. "Ficaremos juntos até o final, Tyler. Me promete?" e Tyler respondeu "Estarei contigo pra sempre."


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O som dos disparos ecoou por todo o galpão, ainda mais forte. Josh estava atordoado no chão, e aos poucos foi retomando a consciência. Zack correu para dentro novamente, apenas para ver o irmão caindo de joelhos, junto de Deborah. Os tiros tinham acertado os dois. Já não se podia diferenciar o sangue de um do outro, e ambos estavam caídos agora, frente à frente. Tyler segurava a lateral direita acima do quadril, pressionando com força. E Debby, estava desacordada. Ainda viva, porém muito fraca.

Josh se levantou, correndo até Tyler, chorando. Zack fez o mesmo, mas antes se certificou de que a arma estava fora de alcance.

— Ty... Fica calmo, a polícia já vai chegar. Acabou, irmão.

Tyler não podia responder. Ainda estava tonto, e a dor aumenta vez ou outra. Josh o abraçou devagar, ainda chorando. Temia que perdesse o seu grande amor outra vez.

— Ei... Joshua... Não chora! Eu tô... Bem... Foi só um susto...

E então Tyler apagou. As sirenes da polícia já podiam ser ouvidas, em meio aos soluços de Josh, que chorava com um desespero nunca visto antes. Ele abraçou Tyler um pouco mais forte, cuidando para não piorar o ferimento. Mil pensamentos passavam por sua cabeça, mas todos levavam à somente uma conclusão.

— É minha culpa... Eu o fiz morrer... Foi tudo minha culpa...

Zack o abraçou, tentando de alguma forma o consolar.

— Josh, não foi culpa sua. E precisamos ser otimistas! Tyler é forte, ele não vai desistir assim tão fácil! Vocês se prometeram um ao outro, esqueceu?

Josh simplesmente não respondeu. Tinha medo que Tyler não pudesse cumprir sua parte. Lembrou da adolescência, quando conhecera o seu grande amor. Jamais imaginaria viver isso tudo, e no entanto, as circunstâncias os levaram até ali.

A polícia chegou, e em poucos minutos já estavam à caminho do hospital. Deborah estava perdendo muito sangue, enquanto Tyler seguia desacordado. As mãos ainda mais frias e a expressão pálida o deixavam com uma aparência cruel. Josh rezava com toda a fé, para que se existisse alguém que pudesse ouví-lo, que desse a eles uma outra chance. Apenas mais uma, e ele faria diferente dessa vez.

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Dois dias depois

O funeral estava sendo realizado. Logo pela manhã, Josh ajudou os filhos à se vestirem, e então dirigiu até o cemitério da cidade. Havia uma quantidade considerável de pessoas ali, algumas que ninguém conhecia. A família de Max estava presente, se despedindo do rapaz. Sua avó mantinha uma expressão de desespero no rosto, mas estava sendo forte. Josh se aproximou, dando-lhes um abraço.

— Vai ficar tudo bem. Vamos cuidar de vocês, eu prometo.

A senhora tocou o rosto de Josh, que tinha os olhos inchados de uma noite chorando. Tyler ainda não estava recuperado, tendo que passar por uma cirurgia que aconteceria justamente agora. E isso o preocupava demais.

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