No meio da noite

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  Eu mal esperei para comer o lanche que Maria havia feito para nossa chegada e já fui logo me deitar na cama separada para mim, me cobrindo até a cabeça como se nem mesmo estivesse ali

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  Eu mal esperei para comer o lanche que Maria havia feito para nossa chegada e já fui logo me deitar na cama separada para mim, me cobrindo até a cabeça como se nem mesmo estivesse ali. Mas apesar de ter deitado cedo, não consegui dormir tão fácil assim. Rodei na cama até tarde, me afundando cada vez mais no cobertor. 

A imagens que vinham na minha cabeça não me permitiam fechar os olhos em paz. Quando finalmente o cansaço começa a me vencer e sono vem, sinto alguém se deitar sobre mim e tento me levantar, assustada. Escuto um barulho, como um baque de algo caindo no chão.

Tentando entender o que está acontecendo olho ao redor no quarto e com os olhos acostumados com a escuridão do ambiente vejo caído no chão ao lado da cama um garoto que parece tão assustado quanto eu.

-Quem é você? -pergunto me agarrando cada vez mais ao cobertor, tentando cobrir o máximo possível do meu corpo, apesar do meu pijama já ser grande o suficiente para isso.

-Quem é VOCÊ?-ele refaz minha pergunta. -O que você está fazendo no meu quarto? 

Entendo na hora que o garoto em minha frente deve ser o irmão mais novo de Juliano e sinto algum alívio. Pelo menos não era nenhum ladrão, tarado ou coisa pior. Sorrio ao pensar o quanto fui boba. 

-Tem uma louca no meu quarto. -ele sussurra para si mesmo e então para mim: -Olha não sei que tipo de fanática você deve ser, mas você não pode invadir meu quarto, se minha mãe te pega aqui eu estou frito. 

-Acho que você está me confundindo, garotinho. Não sei que tipo de garotas você conhece, mas eu só estou neste quarto por causa de sua mãe.

-Mais é biruta mesmo! 

Eu não me aguento e jogo o travesseiro em sua cara. Ele o agarra e me olha com uma mistura de susto e raiva.

-Sai do meu quarto! -diz gritando em um sussurro.

-Com prazer! -retribuo no mesmo tom.

Pego a coberta e o travesseiro que sobrou na cama e me dirijo para a sala. Deito no sofá de forma brusca e com um pouco de raiva. Que menino ousado!

Quando meu sangue começa a esfriar reflito que o que fiz foi errado, afinal aquela era a casa dele, o quarto dele... Como sei que minha insônia se agravará se eu ficar com a consciência pesada vou atrás dele e bato na porta do quarto que agora está fechada.

Ele abre rápido como se estivesse irritado. Pela primeira fez me permito analisar como ele é. Seus cabelos artificialmente loiros tampam-lhe a testa e seu corpo, apesar de magro é musculoso, o que não da para não reparar, uma vez que ele está sem camisa, usando apenas uma calça moletom. Tenho que admitir que ele é muito bonito.

- O que é? - ele pergunta de forma ríspida.

-Bom...-enrolo um pouco pra falar. -Acho que eu não devia ter agido daquele jeito. Vim pedir desculpas.

-Por invadir meu quarto ou pela travesseirada na cara?

-Ok, retiro minhas desculpas. -digo me virando para ir embora, já me arrependendo.

-Espera. -ele diz colocando a mão em meu cotovelo me fazendo virar de novo para ele. -Eu também agir um pouco errado, eu acho.

-É. -falo, sem saber muito ao certo o que dizer em seguida.

Ficamos que nem dois idiotas parados um em frente ao outro. Sua mão ainda está em meu cotovelo e ficamos em um silêncio constrangedor.

-Eu preciso ir dormir. - digo e ele me solta, como se tivesse acabado de lembrar que sua mão estava ali.

Percebo a tensão deixando meu corpo a medida que ele se afasta e confirma com a cabeça, afinal já eram altas horas da madrugada. Estou me virando para ir embora, quando ele tosse para chamar minha atenção.

-Que foi? -pergunto.

-Tem como você devolver o cobertor? -sua pergunta me pega de surpresa e quase me faz rir.

-Nem nos seus sonhos, tá fazendo frio pra cacete. -respondo.

Ele faz uma carranca e antes que ele resolva assaltar meu cobertor volto correndo para o sofá e me deito me embrulhando até o pescoço. Fecho meus olhos e tento aproveitar o resto da noite que sobrou.

 Fecho meus olhos e tento aproveitar o resto da noite que sobrou

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