A ovelha negra da família

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 Se você pensa que um passeio com Bruna seria dar uma volta, sentar em uma pracinha arborizada e beber um refrigerante bem gelado falando sobre coisas boas da vida você está bem enganado

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 Se você pensa que um passeio com Bruna seria dar uma volta, sentar em uma pracinha arborizada e beber um refrigerante bem gelado falando sobre coisas boas da vida você está bem enganado. Bom, é claro que teve sim uma pracinha, mas isso depois dela me fazer andar por todo o centro da cidade em busca de coisas para decoração para o chá de bebê. Quando consigo fazer ela se sentar um pouco eu já estou carregando cinco sacolas cheias de coisinhas fofinhas e arfando suada e cansada.

 -Não acho que aguento muito tempo o irmão do Juliano. - digo sentando com ela no banco da praça e observando algumas crianças brincando de pique-esconde. -Além do mais, não acho que é bom abusar da hospitalidade de dona Maria. Vou embora logo depois do chá de bebê.

-Ah mas não vai mesmo! -Bruna se vira pra mim irritada. -Eu preciso da minha amiga aqui na hora do parto, se não eu vou matar um! E torcer pra esse um não ser o Juliano, porque essa criança precisa de um pai!

Eu não seguro um riso quando escuto a gracinha de Bruna e quase me permito pensar em ficar, mas eu estou sofrendo e eu não quero atrapalhar essa nova vida dela com toda minha melancolia. 

-Além do mais, ninguém liga pro Juan. -continua ela. - Esse é um caso perdido mesmo, não sei como dona Maria consegue ser tão calma com ele.

- Por que? Tá cento que ele não é um poço de educação, mas não deve ser tão ruim assim...

 -Essa é a quarta faculdade que ele tranca. Ele nem parece se importar com todo o dinheiro que a mãe dele tá gastando. É claro que ela tem o dinheiro guardado, ela juntou a vida inteira pra pagar os estudos dos meninos, mas o que mais frusta que é ele simplesmente parece não ligar pro esforço que ela faz, sabe?

-Eu entendo, mas não posso mentir que se eu tivesse alguém que cuidasse das minhas despesas eu também ficaria tranquila quanto a isso... 

-É bem um sonho, né? Alguém que pagasse as coisas pra mim e eu não precisasse trabalhar. -ela diz rindo. -Você bem que podia me bancar, Anália, eu sou uma amiga tão boa... 

-Ha ha, sonha! Esse trabalho ai eu deixo todo pro Juliano. Não nasci para ser Sugar Momy de amiga minha não!

-Ai, as ideias! -ela continua rindo, mas para de repente fazendo uma careta e segurando a barriga.

-O que foi? -me preocupo na hora.

-Nada, ela só resolveu girar aqui dentro. -ela diz. -Você pode ir comprar uma água para mim? Esqueci de trazer...

-Claro. -digo me levantando prontamente para atender seu pedido, ainda um pouco preocupada.

No mercado em frente a praça espero ser atendida enquanto observo minha amiga sentada no banco. Ela parece feliz, combinando serenamente com o cenário ao redor. Por um instante sinto inveja, não faz muito tempo que eu me imaginava na mesma tranquilidade com Fábio, seguindo os mesmos passos do casal que eu agora acompanhava nessa viajem. Me sinto triste mas logo coloco esse sentimento de inveja de lado e ao mesmo tempo me sinto grata por Bruna estar podendo viver bem e construir sua família. Pego a água e vou para o seu lado, abrindo o melhor sorriso que eu posso.

 Pego a água e vou para o seu lado, abrindo o melhor sorriso que eu posso

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