Uma manhã nas nuvens, mas nem tanto

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  Acordei com barulho de gente na cozinha, ainda sentido o gosto da noite anterior

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  Acordei com barulho de gente na cozinha, ainda sentido o gosto da noite anterior. Era como se estivesse flutuando em nuvens macias, até mesmo o desconforto do sofá me passou batido ao me lembrar da sensação do beijo de Juan.

As memorias pareciam encantadas, eu, ele e um pote de sorvete napolitano (que acabou saindo da mercearia do seu Carlos), sentamos na pracinha e conversamos a noite inteira. Eu lhe contei sobre os filmes mais esquisitos que legendei e ele me disse algumas experiências com as faculdades. Juan é inteligente, mas demonstra uma preguiça que nenhuma graduação aguenta.

Os seus dedos sobre meu cabelo, minha cabeça se deitando em seu peito, são algumas dessas coisas que me faz acordar sorrindo nesta manhã. Imagino se a magia se acabará ao abrir os olhos.

Levanto preguiçosamente e vou até o banheiro, faço minha higiene matinal e me direciono para a cozinha, onde toda a família já se encontrava para o café. Meu rosto se esquenta um pouco ao receber o olhar de Juan e espero que isso tenha passado despercebido pelos demais.

-Bom dia. –comprimento ao me sentar à mesa.

-Bom dia, querida, como foi a festa? –diz dona Maria chegando uma travessa com pãezinhos para perto de mim.

-Foi legal. –respondo bebendo um gole do café.

-Legal? Eu tive que arrastar ela da pista de dança. –Juan fala me fazendo avermelhar ainda mais.

-Anália é considerada a rainha da pista, bebê. –Bruna me dá uma piscadinha de olho. –Espero que não tenha gastado o sapato que te emprestei.

-Faço questão de te comprar outro. –digo com uma careta de desdém estampada no rosto. Para falar a verdade, não tenho noção do estado em que aquele sapato se encontra. –Um mais bonito que é pra você não me azucrinar.

-Então, um bom pós-festa pra vocês, já está na minha hora. –Juliano se levanta, dando um beijo de despedida na bochecha de Bruna e um abraço em dona Maria antes de sair.

-Juliano está bem atarefado no trabalho, né? –digo tentado mudar o assunto da festa.

Felizmente minha tentativa dá certo e o assunto do momento passa a ser o quanto o trabalho de Juliano andava pesado nesses últimos dias. Falar sobre o filho mais velho era uma atividade que dona Maria, como mãe babona que é, adora e Bruna partilha do mesmo gosto. Elas se delongam no assunto e quando acabamos de tomar café resolvo arrumar a cozinha para minha anfitriã, que sempre se encontra ocupadíssima de manhã, colocando a fofoca em dia com a vizinhança.

Bruna me olhava de esguelha, sabia que estava omitindo algo dela, mas não tocava no assunto com Juan por perto, porque mesmo ele já tendo tomado seu café, permanecia à mesa, olhando algo que lhe parecia superimportante no celular. Depois de algum tempo, Bruna se levanta para ir ao banheiro. Sua bexiga não a dava um minuto de paz.

Quando Bruna se ausenta, Juan vem para perto de mim e me ajuda com as louças do café.

-O que vai fazer hoje? –ele pergunta bem pertinho de meu ouvido, me fazendo arrepiar involuntariamente.

-Não sei. –respondo lhe entregando uma xicara para que a enxugasse. –Talvez a Bru já tenha alguns planos...

-Sabe, mal dormir à noite. –ele me encara com um esboço de sorriso no rosto. –Fiquei com medo de ontem a noite ter sido um doce e ilusório sonho.

Fecho a torneira e enjugo minhas mãos no pano em que ele segurava. Sua fala faz meu coração se aquecer, senti um certo receio de comentar que também pensei a mesma coisa.

-Ora, ora, não imaginei que você fosse tão romântico. –digo sem conseguir evitar sorrir ao lhe encarar.

-Ah, eu posso ser o sr. Romântico. –ele passa a mão pelo meu rosto, colocando meus cabelos para trás da orelha e me beijando delicadamente.

-PUTA QUE PARIU. –escuto Bruna gritando da porta da cozinha e me separo rapidamente de Juan.

-Amiga, nem é pra tanto...

-CALA A BOCA, ANÁLIA! –ela fecha os olhos se escorando no batente da porta. –A BOLSA... ARG...

-Que bolsa? –pergunto assustada e desorientada.

-A MINHA BOLSA, IDIOTA! –ela grita comigo apertando a barriga e só então eu percebo que ela estava falando do bebê.

-A MINHA BOLSA, IDIOTA! –ela grita comigo apertando a barriga e só então eu percebo que ela estava falando do bebê

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As vezes a Anália é bem soronga, né? kkkk 

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