As estrelas brilham a noite

18 7 25
                                    

  Com o tempo as velas foram se gastando e o sono chegou para quase todos sentados ali na varanda

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  Com o tempo as velas foram se gastando e o sono chegou para quase todos sentados ali na varanda. Com nossos hábitos noturnos, eu e Juan repetíamos a sobremesa de muse de limão que dona Maria havia feito. O ambiente começava esfriar com as primeiras horas que traziam a madrugada.

-Acho que vou pegar uma blusa. -digo esfregando os braços para esquentar.

-Eu disse que ia fazer frio.

-Só não disse que ia ser as... -dou uma olhada no relógio do celular. -Uma da manhã.

-Detalhes são só detalhes. -ele diz sorrindo e colocando uma colher do doce na boca.

Eu também sorrio e olho para o céu. Com as luzes todas apagadas as estrelas brilham mais que nunca, na verdade, acho que nunca vi tantas no céu antes. Eu me abraço para esquentar um pouco e suspiro.

-Tá pensativa, em? -ele diz depois de um tempo.

-Acho que deveríamos parar com o Play2. -digo.

-O que? Porque? -ele se ajeita na cadeira, os seus olhos atentos me questionando.

-Acho que o destino tá conspirando contra nós. -suspiro olhando para ele seriamente. -Talvez seja nossa maldição nunca zerar um jogo.

-Aposto que é porque você não quis jogar God Of War. Esse teria pegado! -Juan fala com o ar mais tranquilo.

-Teria nada! -digo dando um tapinha em seu braço e o fazendo rir. Observo o céu novamente. -Queria saber as constelações. Só conheço as três Marias.

-Também não conheço. Qual é as três Marias? -ele pergunta também olhando para cima.

-É sério isso? -pergunto meio incrédula e ele afirma com a cabeça. -São as três enfileiradas, ali na esquerda.

-Onde? Aponta ai. -diz procurando.

-Não vou apontar! 

-Por que? -o garoto se vira para mim.

-Aí Meu Deus! Nunca ouviu falar que apontar para estrelas da verruga no dedo?

-Que? -ele ri. -De onde você tirou isso?

-Você oficialmente não teve infância!

-É ali? -ele aponta para para algum lugar aleatório no céu. -Ali? Ou Ali?

-Para! -eu digo brincando e tentado abaixar seu braço. -Vai ficar cheio de verruga!

Ele ri enquanto continua a apontar as estrelas. Eu me agarro em seu braço tentado mudar a direção de seus dedos. Ele é mais forte que eu, então meu esforço é meio em vão, e acabo escorregando no chinelo e indo para frente com tudo. O problema é que a frente era o colo do Juan. Minha cara se avermelha. Não acredito que eu havia realmente caído de cara no colo dele. Que sena mais cliché! Se sem beber eu já consigo me embaraçar tudo, imagina se eu tivesse aceitado o convide de dona Maria de a acompanhar no vinho!

-Tudo bem? Machucou? -ele diz me levantando pelo ombro.

Não preciso de espelhos para saber que estou igual a um pimentão. Talvez eu devia ter bebido, ia adorar poder colocar a culpa no álcool agora. Ele passa a mão pelo meu rosto, afastando meu cabelo, sinto um calafrio com seus dedos frios. 

Seu rosto estava bem próximo do meu agora. Congelo no lugar. Não consigo me mexer ou afastar sua mão da minha bochecha. Vejo sua boca entreaberta e sinto seu halito quente. Meu Deus, porque eu fui inventar de olhar para a boca desse menino agora!? 

Ele se aproxima, encostando seus lábios nos meus. É tão macio, sinto como um choque térmico me esquentando aos  poucos. É estranho que eu tenha reparado no gosto de limão? Quer saber? Não ligo. Fecho os meus olhos e retribuo o beijo.

E Mesmo com os olhos fechados, como um clique, e sinto que todas as luzes do bairro voltaram a se acender novamente.

Parece que eu sei fazer merda quando estou sóbria também.

Parece que eu sei fazer merda quando estou sóbria também

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
RascunhosOnde histórias criam vida. Descubra agora