Descontentamentos

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  Juan passara o dia fora, sem atender ao celular e não voltando nem para o almoço, o que deixou dona Maria aflita

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  Juan passara o dia fora, sem atender ao celular e não voltando nem para o almoço, o que deixou dona Maria aflita. Juliano consolou a mãe, dizendo que isso era coisa dele mesmo que se a deixaria mais tranquila, antes de voltar para o trabalho daria uma andada pela cidade para procura-lo.

Eu não sabia o que tinha acontecido, em um dia ele estava perfeito, super maduro, me consolando e tudo o mais, no outro dia ele simplesmente some. Quanto mais eu pensava a respeito mais a ficha caia de que eu não o conhecia nem um pouco.

À noite, quando eu estava me preparando para dormir e dona Maria já estava a ponto de botar um ovo de preocupação, ele resolveu chegar. Entrou em casa como se não houvesse ocorrido nada de mais, não deu explicações nem nada, apenas foi para o quarto e desapareceu por lá.

Mais uma vez dormi mal. Mais uma vez por culpa dele.

No dia seguinte parecia que Juan havia tido um lapso de memória, pois estava agindo como se não tivesse sumido ontem. Eu me pergunto se esse comportamento era normal para ele, essas mudanças de humor malucas que ele tem. Ninguém na casa parece se preocupar com isso também, não ouvi pergunta-lo sobre onde esteve ou o que aconteceu.

Eu queria um momento para falar com ele, dizer o que tenho sentido desde aquele beijo, mas sua atitude, fria e distante, me faz pensar duas vezes. No café da manhã e no almoço parecia que eu não estava ali, não me olhava nos olhos, não falava comigo, nem mesmo com os comentários irritantes com os quais ele me alfinetava antes. Me recuso a pensar que havia feito algo de errado para ele, mas algo não estava certo também.

Estou passando por uma montanha russa de sentimentos tão rápido. De repente minha frustração começa a ser substituída por uma raiva gradual. Eu acabei de ter uma desilusão amorosa com Fabio e de reencontra-lo de uma forma nada legal, não quero ter que lidar com os chiliques desse loirinho agora. Sinceramente, porque eu só sinto coisas por homens que me deixam mal? É dedo podre que se fala, não é?

De tarde me sento no sofá para assistir a um reality de culinária, decidida a não fritar minha cabeça pensando nele. Não demoro a ficar entretida vendo o Jacquin perdendo a linha na cozinha. Só percebo que Juan entra na sala quando ele pega o controle e muda de canal, se deitando no sofá livre.

-Quer voltar? Eu estava assistindo! -reclamo.

-Falou certo: estava, não está mais. -ele diz para me irritar.

-Me dá esse controle, Juan, eu quero acabar de assistir o programa.

-Não. -diz e cruza os braços escondendo o controle. -Minha vez de assistir.

-Eu não estou brincando. Me devolve o controle. -digo séria.

Ele não me responde. Ele ficar emburrado no seu canto é uma coisa, agora não deixar eu assistir o que eu quero na TV é outra bem diferente. Eu tinha chegado ali primeiro e eu queria ver o Jacquin, ele não ia me tirar isso. Avanço na sua mão para tentar recuperar o controle.

-Tá doida!? -ele diz tentando tirar o aparelho do meu alcance.

-Me dá o controle. -falo entre dentes.

-Não. -ele estica mais as mãos por sobre a cabeça.

Me debruço sobre ele tentando alcançar suas mãos até conseguir tocar no controle. Pego o objeto da sua mão sem resistência nenhuma e percebo que estou praticamente deitada em cima dele, seu rosto a centímetros do meu, seus olhos me fitam e inconscientemente prendo minha respiração.

Minha boca está tão perto da sua, que não consigo parar de encara-la enquanto meu coração bate tão forte que não posso ouvir mais nada além dele. Quando penso que nossos lábios estão prestes a se juntar, Juan me empurra, quebrando todo o transe, e eu caio do sofá estonteada.

-Se você quer tanto assim, pode ficar. -ele diz jogando o controle para mim e saindo da sala.

Eu me sento encostando as costas embaixo do sofá. Fecho meus olhos com a respiração pesada. Que diabos havia sido isso?

 Que diabos havia sido isso?

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