O pior levantador de autoestima

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  Eu me sento em um banco daquela pracinha que eu havia sentado com a Bruna da outra vez

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  Eu me sento em um banco daquela pracinha que eu havia sentado com a Bruna da outra vez. Agora ela está vazia, as crianças devem ter coisas melhores para fazer na manhã de sábado. Seguro firme o celular em minhas mãos. Eu não quero responder aquela mensagem, mas ainda quero ter o poder de escolha.

Desbloqueio o celular e olho na galeria de fotos a pasta que eu criei com foto de nós dois. Eu não apaguei essas fotos, porque querendo ou não elas são minhas memorias desses últimos quatro anos e eu não posso de forma alguma deletar isso da minha vida, mesmo que esteja doendo tanto agora.

-E então? Você respondeu? -diz alguém perto, me assustando.

Juan está sentado ao meu lado, não sei quando ele chegou aqui, mas parece bem despreocupado com os braços apoiados no encosto do banco. Ele não olha para mim, mas sim para as florzinhas no meio da praça.

-Não te interessa. -digo de forma rude.

-Ouch! -ele diz me olhando finalmente e colocando a mão no peito. -Essa doeu!

-O que você tá fazendo aqui? -pergunto.

-Minha mãe mandou eu vir atrás de você.

-Ah. -é claro que deveria ser isso, ele nunca viria aqui por vontade própria. -Bom, então já pode ir embora.

-A velha tá preocupada. A Bruna quase deu um ataque quando você saiu. -ele diz ignorando meu pedido. -Alias, foi uma boa saída, digna de novela mexicana.

-Vá te catar, garoto. -eu o empurro de leve com o cotovelo e ele ri. -Ela está bem? -pergunto apreensiva.

-Ela quem?

-A Bruna, né mané!

-Ah, tá sim. Tá chorando um pouco, mas são os hormônios, ela vai ficar bem.

Eu assinto com a cabeça. A última coisa que eu queria no mundo era que Bruna se estressasse e passasse mal por minha culpa. Eu amo muito minha amiga e sei que tudo o que ela está fazendo e dizendo é para o meu bem, mesmo assim minha cabeça não está no lugar esses dias. Eu estou exausta. Parece que toda a minha vitalidade foi embora junto com Fábio.

-Mas e então? -ele diz e eu quase havia esquecido que Juan ainda estava do meu lado. -Você respondeu ou não a mensagem?

-Larga de ser curioso, garoto. -digo irritada.

-É verdade? -ele continua. -Que você levou um pé na bunda?

-Ah mas você tá pedindo por um socão! -tento partir para cima dele, mas ele se afasta rindo.

-Ei, ei. -diz levantando as mãos em sinal de rendição. -Pensa pelo lado bom, pelo menos você não é chifruda.

-Não que eu saiba. -digo bufando.

Eu me encosto no banco e fecho os olhos. Eu espero que Fábio não tenha saído com aquela garota loira enquanto estávamos namorando. Ser dispensada doí, mas ser chifrada doí muito mais.

-Relaxa. -Juan diz ao meu lado. - Acho que pior não fica. -ele para um pouco como se estivesse pensando. -Ou fica, não sei.

-Você é um péssimo animador de pessoas.

-Ah é porque eu tenho outras qualidades. -ele se vira pra mim sorrindo.

Essa cara que ele faz, não consigo explica-la! O deixa bonito, mas ao mesmo tempo o faz parecer um sem vergonha de quem você deve ficar longe se não quiser se magoar. Mas quando eu penso o quão irritante ele é, esse sorriso para de ter esse efeito magnífico para mim.

-Tipo o quê? Conseguir gastar uma hora pra tomar banho? -digo de forma irônica.

-Você é bem debochada, né? Quer saber? Agora me senti desafiado!

-Grande bosta. -falo sem me importar.

- Vem comigo, sei de um lugar que você vai gostar. -ele diz se levantando.

-E como é que eu vou saber se você não vai me dopar e traficar meus órgãos?

-Eu podia até tentar, mas minha mãe ia me matar depois, então não vale a pena.

Ele fica parado na minha frete me encarando como se me desafiasse.Eu reflito um pouco. Não quero voltar pra casa da dona Maria agora, essa conversa com a Bruna, o ato de pedir perdão, é algo que quero evitar no momento. Então resolvi dizer uma coisa que talvez não seja a mais sensata:

-Tá bom. Mas só por que não tenho nada pra fazer.

Me levanto e o sigo caminhando pelas ruas da cidade.

Me levanto e o sigo caminhando pelas ruas da cidade

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