Na estrada

18 7 25
                                    

  Juan arregalou os olhos, incrédulo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  Juan arregalou os olhos, incrédulo. Minha vontade de rir com sua expressão só reforça a ideia de que estou brincando com ele, por isso tento segurar meu riso o máximo possível. O vento se agita e balança meus cabelos enquanto dou mais um passo para perto dele.

-Está se divertindo zoando com minha cara, não é? –ele pergunta com a voz tão baixa que quase não o escuto.

Eu nego com a cabeça chegando perto o suficiente para sentir sua respiração pesada. A seriedade da minha atitude me atinge e não consigo olha-lo nos olhos. Toco o colarinho de sua camiseta e então agora sou eu que não consigo controlar meu folego. O ar parece pesado em meus pulmões quando ele segura minha mão. Por um momento achei que iria me impedir de toca-lo.

-Anália... –o tom de sua voz era como uma súplica.

Crio coragem para encara-lo novamente. Eu nunca havia visto seus olhos assim, como se fosse doloroso me olhar de volta. Sua testa se franzi e me pego pensando se estou equivocada ao assumir este sentimento.

-Me diz, eu estou me iludindo sozinha aqui? –pergunto com a voz tremula, procurando uma negação ou afirmação em seu rosto.

Sua mão livre afasta meu cabelo do rosto e se apoia em meu pescoço. Juan aproxima mais sua face da minha, em uma negação silenciosa para minha questão. Nossos narizes se encostam e me sinto arrepiar. Parece uma eternidade até sua boca se juntar a minha.

Este beijo não é igual ao outro. Este é intenso, profundo. É.... faminto. Sua mão, que segurava a minha, passa por meu braço e aperta minha cintura. Nossa respiração são meros afagos, enquanto sinto sua língua perpassar a minha.

Estremeço mais uma vez quando ele me segura e me ergue, passo os braços por seu pescoço enquanto Juan me apoia no capô do carro. Minhas pernas estão em sua cintura e nossas bocas não se desgrudam. Sinto como todo o contato com sua pele não fosse o suficiente, beija-lo, toca-lo, parece muito pouco e meu corpo anseia por mais.

Me pergunto se ele está sentindo isso também, está euforia crescente no peito, quando passa a mão pelo meu corpo. É tão delicado e tão urgente ao mesmo tempo. Ele estremece ao passar os dedos por minhas costas e vejo um sorriso se entreabrir em seus lábios entre um beijo e outro. Não posso evitar de sorrir também.

Estou alheia a tudo ao redor, ao vento, ao frio e ao fato de estarmos em uma estrada. Me assusto quando um carro cheio de adolescentes bêbados, provavelmente vindo da festa, passa por nós buzinando e falando besteiras.

Com o coração disparado, tanto pelo susto quando pelos beijos, começo a gargalhar sobre como tão rapidamente as coisas se tornaram absurdas. Coloco minha cabeça em seu obro e Juan me abraça, rindo também.

-Nós somos ridículos. –ele diz em meu ouvido ainda com tom de riso.

-O que vamos fazer? –pergunto .virando meu rosto para encara-lo.

-Acho que primeiro devemos entrar no carro, porque essa rua está começando a ficar sinistra, depois... bom, acho que não estão esperando que cheguemos cedo, podemos ir para onde quiser.

Ele beija a base de meu pescoço e eu fico pensativa por um instante. A diversos lugares na qual eu gostaria de estar a sós agora com Juan, mas ainda sinto um frio na barriga, medo de dar um passo maior que a perna. Respiro fundo e levanto minha cabeça de seu ombro.

-Sabe o que eu gostaria agora?

-Diga.

-De um sorvete.

-Um sorvete? –ele pergunta pensativo.

-Isso, um sorvete.

-Seu desejo é uma ordem. –ele diz se afastando e me ajudando a descer do capô.

Juan abre a porta do carro para mim, com um sorriso divertido nos lábios e dá a volta no carro para poder se sentar no lado do motorista.

-Sabe, -ele diz já com as mãos no volante. –acho que a mercearia do seu Carlos é aberta 24 horas.

-Ah não! –digo me lembrando da última vez que ele me levou lá. –Tenho péssimas lembranças com seu Carlos!

Ele ri alto e dá partida no carro. Ligo o rádio e está tocando uma música pop famosinha. Juan solta uma mão do volante para entrelaçar na minha e eu apoio minha cabeça no banco do carro. Fazia um bom tempo que eu não me sentia leve desta forma.

 Fazia um bom tempo que eu não me sentia leve desta forma

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
RascunhosOnde histórias criam vida. Descubra agora