Encarando a fúria

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  Ficamos fora muito tempo, até a lua aparecer no céu e o ar esfriar com o início da noite, mas não havia como adiar para sempre, então, quando comecei a me sentir desconfortável com insetos, forcei Juan a me acompanhar de volta para a casa

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  Ficamos fora muito tempo, até a lua aparecer no céu e o ar esfriar com o início da noite, mas não havia como adiar para sempre, então, quando comecei a me sentir desconfortável com insetos, forcei Juan a me acompanhar de volta para a casa.

Chegando na rua percebo com certo alivio que o carro dos familiares não estavam mais por lá. Não pareciam ser uma boa companhia de se aturar e fiquei genuinamente feliz de não ter que compartilhar mais tempo no mesmo ambiente que eles.

Mas a ausência de visitas pode significar que dona Maria estaria mais fervorosa com sua bronca, preparada para pregar um sermão de horas em Juan. Este tentava disfarçar, mas com a aproximação da porta da frente ele ficava mais ansioso e se posicionava cada vez mais para perto de mim.

Eu ri da sua atitude infantil quando girei a maçaneta para ver se estava aberta. Dou de cara com dona Maria quando entro e vejo seu rosto suavizar quando olha para mim e, logo em seguida, se fechar novamente quando vê o filho. Pelo menos eu sei que sua raiva não foi direcionada para minha pessoa.

-Então o bonito resolveu aparecer. –sua voz calma não combinava com a amargura da face.

-Oi mãezinha. –Juan tenta com seu tom mais suave do mundo.

Eu penso em escapar de fininho, mas quando dou o primeiro passo para o lado Juan segura em meu braço, me fazendo permanecer no lugar.

-Você não vai me abandonar agora. –ele sussurra pra mim e se volta para sua mãe. –Sabe mãe, Anália ficou bem triste com o comentário do tio...

Eu arregalo meus olhos para ele, mal acreditando na sua cara de pau, me usando para distrair a mãe da burrada que fez. Ele me dá um aceno de cabeça, me pedindo para entrar na dele e eu ignoro totalmente.

-Eu tô tranquila. –digo tirando o meu da reta.

-E o companheirismo, Anália? –ele pergunta perplexo.

-Claro, querida. Me desculpe pela cena. –ela diz afagando meu braço e olhando torto para o filho. –Você sabe como é família, não é?

-Sim, é difícil.

-Eu e você, na cozinha, vamos conversar. –ela diz para Juan e depois se volta para mim. –Você se importa se falar com ele sozinha?

-Claro que não, dona Maria. –digo ignorando o olhar de suplica de Juan e chego mais perto para sussurrar para ela. –Pegue leve, pode não parecer, mas ele está sinceramente arrependido.

Ela sorri de lado e afirma com a cabeça, mas antes que eu saísse do aposento vejo ela o levando para a cozinha pelas orelhas e escuto os inconfundíveis resmungos de Juan.

Entrando no outro cômodo encontro Bruna tentando capitar alguma coisa da conversa. Ela faz um sinal para que eu fique quieta e chegue mais perto dela.

-Que fofoqueira amiga! Não tem filho para cuidar não? –eu a repreendo rindo.

-Tá dormindo, graças a Deus! Desde que vocês saíram, dona Maria está bem inquieta. Faz silencio que eu quero escutar a bronca que ela vai dar.

-Bru... –digo a olhando de cima a baixo. –Você devia tomar vergonha na cara.

-E você não ajudou ele porquê? Achei que estavam bem casalzinho, andando para lá e para cá agarradinho.

-Eu hein! Sou formada em letras, não em direito. Ele fez uma coisa errada e tem que resolver sozinho, eu é que não vou me meter em briga de mãe e filho. Você também não devia, vai fazer alguma coisa produtiva.

-Eu estou fazendo! Pegando uma lição de como dar bronca no filho, para quando a Maria Elisa for mais velha.

-Então fica aí fofoqueira. –digo lhe dando um cutucão e rindo. –Eu vou tomar um banho para ver se relaxo um pouco.

-Vai lá, eu te conto as partes mais interessantes depois, se Juan não te contar nada...

Eu saio ainda com um riso estampado no rosto. Aonde estou me metendo? Um relacionamento meio imaturo, com uma possível sogra raivosa e uma amiga maluca...

 Aonde estou me metendo? Um relacionamento meio imaturo, com uma possível sogra raivosa e uma amiga maluca

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