capítulo 16: notícia inesperada

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Após minhas amigas saírem, vejo uma moça entrar na sala ao lado de Carter

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Após minhas amigas saírem, vejo uma moça entrar na sala ao lado de Carter.

Eu me retraio um pouco e o vejo próximo à porta, de pé. Ele me encara impassível e eu permaneço em silêncio. Ainda penso no que ele fez. Ele me defendeu do meu pai, que poderia ter matado meu bebê. E isso foi algo surpreendente vindo de Carter depois de tudo o que ele me fez.

Sei que agora estou mais sozinha do que antes. Meu pai provavelmente está preso e eu não tenho mais ninguém. Não vou culpar Carter por isso, afinal ele me defendeu de um monstro. Só estou tentando entender o que ele estava fazendo lá. Ele me seguiu? Acho que sim.

Olá. a mulher de cabelos escuros se aproxima do meu leito. Eu me sento, sentindo certos desconfortos nos machucados das pernas e braços. A mulher se parece com Carter, tem os olhos dele e os cabelos. Como está se sentindo?

Melhor. – murmuro em voz baixa. Quem é você?

Ah, eu me esqueci de dizer antes. Desculpa. ela sorri e estende a mão. Pode me chamar de Grace.

Prazer, Grace. Eu me chamo Marilyn. A senhora é mãe dele? aponto o Carter, que troca o peso das pernas meio incomodado.

Sim. Somos parecidos, né?

Assinto, sorrindo levemente.

Ergo o olhar para Carter, que me encara de volta. Seu semblante está como mármore, inexpressivo. Engulo em seco antes de dizer:

Obrigada por ter me ajudado. Meu pai exagerou dessa vez.

Ele acena com a cabeça.

Não precisa agradecer. diz sério.

Como soube onde eu morava? não consigo evitar a pergunta.

Eu te segui. murmura direto.

Fico boquiaberta, pronta para rebater, mas Grace puxa minha atenção para si depois de lançar um olhar de raiva para ele. Carter provavelmente mentiu sobre isso para ela.

Eu descobri que ele estava no hospital e vim imediatamente para cá. Estamos aqui desde ontem. diz ela.

Obrigada por ter se preocupado, senhora. Eu nem sei o que dizer. meus olhos ardem. Malditos hormônios.

Apenas me chame de Grace. Eu me sinto muito velha sendo chamada de senhora.

Desculpa... Grace.

Ela sorri, satisfeita.

Eu sei sobre o bebê. eu me sobressalto. o médico disse que você está de dez semanas. E também sei que o bebê é do meu filho. Ele me contou.

Carter contou?

Ergo o olhar para ele e o vejo bem desconfortável. Ele desvia o olhar. Eu não esperava que ele confessasse isso para alguém; não mesmo.

Eu... fico sem ter o que dizer.

Em breve tudo vai ser esclarecido, mas não quero te cansar com essa conversa.

Respiro fundo e ela afasta uma mecha do meu cabelo da frente do meu rosto. Hesito antes de perguntar: E meu pai? Sabe alguma coisa dele? ela faz uma careta, como se estivesse com medo de falar. Ele fugiu?

Seu pai está preso. Eu liguei para a polícia e o levaram. Carter comenta.

Como eu pensava.

Abaixo a cabeça, sentindo meus olhos arderem. Onde fomos parar? Como meu pai pôde mudar tanto? Como minha vida se tornou esse filme de terror sem fim? Eu realmente não sei.

Quando me dou conta, um soluço escapa da minha garganta e eu me pego chorando como uma criança.

Ele era mau, muito mau comigo. Eu não estou com raiva porque ele esta preso, ele fez algo muito ruim, mas ainda dói ver o que o meu pai se tornou. Eu deveria odiá-lo, mas não consigo. Estou sozinha agora. Sozinha. digo com dificuldade, e Grace senta na cama de hospital e me puxa para seus braços. Mesmo sem conhecer essa mulher completamente, eu me pego buscando consolo nela. Choro até perder minhas forças e quando me afasto, estou envergonhada pelo descontrole. Desculpa.

Não precisa se desculpar. ela me dá um sorriso tranquilizador. Retribuo com um pequeno sorriso. Chorar ajuda a lavar a alma. Há quanto tempo você passava por isso nas mãos de seu pai? Não precisa responder se não quiser.

Há dois anos. Minha mãe morreu de câncer e ele ficou assim: agressivo. Começou a beber e descontar suas frustrações em mim. respiro fundo.Ainda vivíamos por causa da pensão que ele recebeu depois que minha mãe faleceu. Ele gastava a maioria do dinheiro e eu pegava um pouco às escondidas. Era isso ou passar fome. desabafo, finalmente satisfeita em poder colocar isso para fora.

Ela me lança um olhar abismado e passa a mão no próprio rosto, afastando algumas lágrimas.

Você não tem uma história fácil, querida. Mas se depender de mim vai melhorar.

Eu a observo, confusa.

O que ela quer dizer com isso? Eu provavelmente vou para um lar temporário e nem sei se vou conseguir me adaptar. Ainda me assusta pensar nisso.

Como assim? Depois daqui eu vou para um lar e...

Se tudo der certo, você vai ficar comigo. Lá em casa.

Amplio os olhos, segurando a vontade de sorrir de alegria. Eu mal a conheço, então não deveria estar tão animada. Apesar disso, não consigo evitar a satisfação, embora algo me alerte de que Carter provavelmente mora com ela.

Como?

Falei com a assistente social. Eu me propus a ficar com você. Ela disse que tenho grandes chances de conseguir. Tudo aponta que vai dar certo; só preciso aguardar notícias dela.

Eu fico tão feliz em saber disso. meu sorriso sai de maneira involuntária. Eu sei que nem deveria estar tão feliz, afinal não temos certeza se vou mesmo ficar com ela, mas é mais forte do que eu. Muito obrigada.

Ela sorri.

Se eu conseguir, vou ficar muito feliz em ter uma companhia feminina lá em casa. Finalmente. Dois homens no mesmo espaço é sufocante.

Lanço um olhar para Carter, mas seu semblante aborrecido faz o meu sorriso morrer instantaneamente. Ele está me encarando com raiva agora e eu sinto um calafrio na boca do estômago. Ele não está gostando nada da notícia. 

Perigo IminenteOnde histórias criam vida. Descubra agora