capítulo 39: as palavras certas

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Quarta-feira

Sinto muita falta do Alex e da Grace. Não vou citar Carter, até porque estou chateada com ele.

Preciso seguir em frente.

Apesar de tudo, sei que em breve vou ter que enfrentar tudo isso. Não posso ficar na casa de Cailyn para sempre.

Respiro fundo, seguindo até a janela. Afasto a persiana e observo a rua calma.

Eu me afasto depois de um tempo, sentando na cama. Decido ligar meu celular, então checo as mensagens. Há várias do Carter, mas ignoro e acabo não as lendo.

Quando ouço um barulho lá embaixo, reconheço a voz de Cailyn.

Fico em estado de alerta ao ouvir passos pesados na escada.

A porta se abre de repente, revelando Carter.

O quê?

Amplio os olhos, ficando de pé, então tento me acalmar.

Não surta, Marilyn.

— Eu não consegui pará-lo. Quando me dei conta, ele já tinha entrado. — Cailyn argumenta, sem jeito.

— A culpa não é sua, Cailyn. — murmuro para ela, então encaro o garoto no quarto. — Sai daqui, Carter!

— Precisamos conversar. — são suas palavras.

Ele está ofegante como se tivesse corrido uma maratona até aqui. Recordo a confusão com Will na saída da escola e fecho a cara.

— Você armou a maior confusão na segunda-feira. Aquilo foi...

— Bem escroto, eu sei, mas estou arrependido de ter te causado mal. — murmura. — Mas não de ter batido no babaca do Will.

Reviro os olhos.

— Você é inacreditável.

— Com licença. Eu vou deixar vocês a sós. — Cailyn deixa o quarto, e eu me seguro para não chamá-la de volta.

Carter encosta a porta atrás de si, entrando no quarto. Seu olhar é intenso e isso me deixa bem intrigada.

Ele se aproxima cauteloso e eu permaneço no mesmo lugar.

— O que está fazendo aqui, afinal? — questiono de braços cruzados. — Eu já falei que não quero mais você.

— Eu sei e vim te buscar. — sou capaz de ouvir sua respiração acelerada.

Noto um resquício de barba em seu maxilar, e isso o deixa diferente.

— Como? Eu não vou. Já disse isso antes.

— Ah, vai sim. — ele chega mais perto. Estremeço. — Você entendeu tudo errado quando me encontrou com a Alyssa. Fui um babaca por não ter esclarecido antes. Isso só nos trouxe problemas.

— Mas entendi tudo!

— Não entendeu. — ele passa a mão sobre o cabelo. — Eu fui à casa dela sim. — suas palavras me machucam, então ele tenta acariciar meu rosto, mas afasto sua mão de mim. — Mas não rolou nada além de um beijo.

— Alyssa disse que você se declarou pra ela.

— Ela também entendeu tudo errado. Eu estava muito bêbado naquela noite. Quando comecei a beijá-la, estava confuso e você se infiltrou na minha cabeça. Já não era os lábios dela que eu pensei estar beijando. Imaginei você comigo. Pensei que fosse você ali, como se estivesse mergulhado em um sonho, então disse que te amava. Depois, quando voltei à realidade, segui para casa.

Perigo IminenteOnde histórias criam vida. Descubra agora