Carter
Na segunda, a perspectiva de encontrar Marilyn me corrói.
Quando a encontro, ela me ignora como tem feito ultimamente e isso me deixa mal pra caramba.
Isso tudo é culpa minha.
Na saída, estou ao lado dos meus amigos quando vejo o carro do babaca do Will, estacionado em frente à Mansfield.
Fico tenso na hora.
O que ele está fazendo aqui?
A resposta para isso não demora a surgir quando desvio o olhar para um ponto em específico, ao lado do carro.
Marilyn está lá, conversando com Will, e seu semblante parece meio abatido. Fico preocupado com o que pode tê-la deixado assim e meus sentidos entram em alerta quando Will segura a mão dela.
Aperto os punhos, e Benjamin percebe.
— Ei, cara. Se controla. Parece que você quer matar o cara. — diz, também de olho na cena.
— Virou vidente agora? É isso mesmo que estou pensando em fazer com aquele merda. — murmuro entredentes.
Will continua segurando a mão dela e, de repente, faz algo que leva embora todo o meu controle.
Ele a beija.
E ela não faz nada para afastá-lo.
— Porra. — Benjamin resmunga quando eu parto em direção a eles.
Empurro alguns alunos do caminho e me aproximo dos dois com passos largos.
— Solta ela, caralho! — empurro Will para longe de Marylin e o pego de surpresa com um soco.
Ele cambaleia e ouço gritos de surpresa, já sabendo que uma plateia está nos observando.
— Carter! Solta ele. — Marilyn grita quando acerto outro soco no idiota, que está sem reação para revidar.
Ele consegue me empurrar de cima de si, e quando está prestes a revidar com um murro, eu acerto outro soco em seu maxilar, sentindo meus dedos ficarem dormentes.
A raiva está me consumindo cada vez mais e, saber que esse porra tocou na Marilyn, só me faz querer matá-lo.
— Filho da puta! — xingo.
Estou prestes a acertá-lo outra vez, quando alguém me segura por trás, afastando-me do cara.
Will coloca a mão sobre o rosto machucado e me encara com raiva. Ele até tenta se aproximar, mas Cole o impede com a mão no seu ombro.
— Já pode me soltar! — resmungo e Benjamin faz o que pedi, relutante.
Respiro fundo, desviando o olhar.
Marilyn está me encarando com mágoa e espanto.
Engulo em seco.
— Você é um idiota, Carter. Um idiota. Você sempre busca um jeito de me humilhar ou machucar; mesmo que indiretamente. — grita com lágrimas nos olhos. Meus olhos ardem ao ver que só piorei tudo com minha atitude anterior. — Olha o que você fez! — aponta o Will.
— Ele tocou em você! — grito de volta. — Tocou no que é meu.
— Eu não sou sua. — murmura entredentes. — E nunca vou ser; põe isso na sua cabeça e me deixa em paz! Cansei de suas atitudes imaturas. Age como homem pelo menos uma vez na vida!
Disfarço o quanto suas palavras foram direto ao alvo e respiro fundo.
— Volta pra mim. — peço.
— Não. Nunca mais. — sussurra, então faz algo que me deixa muito mal: segue em direção ao Will e segura a mão dele.
Sinto como se tivesse sido golpeado e me controlo para não provocar outra briga.
Vê-la perto dele me enche de raiva.
Tento me controlar.
— Você está muito mal? — pergunta para ele.
Fecho a cara.
Ela está preocupada com ele, e ver essa cena é uma droga.
— Não, estou bem. — ele cospe um pouco de sangue no chão.
— Você não está bem, Will. — ela o encara com preocupação.
— Estou, é sério. — murmura, olhando para ela. — Vamos. Eu te levo para casa.
— Não precisa. Você precisa ir ao médico; cuidar desses machucados.
Eu me sinto a porra de um intruso, observando-os.
— Eu vou.
— Certo.
— Vem comigo? Eu imploro.
Fico tenso, esperando a resposta dela.
Ela não pode...
— Sim. — sorri para ele.
Travo o maxilar, observando-o abrir a porta do carro.
— Marilyn, fica aqui. — resmungo em tom de aviso.
Ela me ignora e entra no carro.
Quando me preparo para seguir até eles, Benjamin me empurra de volta para trás.
Eu o fuzilo com olhar.
— O que você pensa que está fazendo, porra?!
— Te livrando de fazer merda. — resmunga. — Deixe-os, cara.
— Não posso. — com um aperto no peito, observo o carro partir.
— Se controla. Depois você conversa com ela. Deixa pelo menos a barra esfriar.
Sem responder, encaro a rua, frustrado.
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Perigo Iminente
Novela JuvenilMarilyn Ashworth não é uma adolescente comum. Escondida sob roupas grandes, ela luta para disfarçar que tem um pai alcoólatra e violento. Ir para a escola é a melhor parte do dia, mas estar apaixonada por um garoto que nem se importa com ela torna t...