Perigo Iminente

capítulo 35: dependência

Carter

O feriado idiota de uma semana, imposto pelo diretor Stone, só piora tudo. Pensei que poderia encontrar Marilyn na escola e finalmente convencer ela a voltar para casa, mas é claro que esse feriado "não sei do quê" dificultou minha vida.

De mau humor, passo algumas horas em casa, então resolvo sair com o meu irmão até a casa de Trenton.

O idiota enche meu saco sobre eu estar um lixo sem Marilyn e eu mostro o dedo do meio.

— Você gosta mesmo dela, né? — diz ele ao meu lado no sofá.

Desvio o olhar do filme de ação na TV, então o encaro.

— Está tão na cara assim?

— Claro que está. Você parece um daqueles dependentes de cocaína. — Alex se mete na conversa, me fazendo fuzilá-lo com os olhos.

Ele ri da minha cara.

Idiota!

— Conseguiu descobrir onde ela tá? — Trenton questiona.

— Não.

— Ele me obrigou a seguir Cailyn e Geórgia pra ver se eu descobria alguma coisa, mas não descobri nada. — Alex desvia o olhar. Algo me diz que ele está escondendo alguma coisa. — Mesmo assim não tiro o direito dela. Se Marilyn quer se distanciar dele por um tempo, não vou atrapalhá-la. Meu irmão pisou na bola. Merece isso. — Alex me encara, balançando a cabeça.

Algo me diz que ele sabe onde ela está. Se eu pelo menos soubesse a droga do endereço de Cailyn...

— Que péssimo irmão eu tenho. — resmungo, desviando o olhar da cerveja em cima da mesa de centro. Os pais de Trenton não estão, então ele está aproveitando as bebidas do senhor Parks. Prometi não tocar em álcool, até porque ficar de ressaca não está em meus planos, mas a garrafa está me torturando há minutos. — Benjamin não quis dizer onde Cailyn mora. Fechou a cara na hora que perguntei e defendeu Marilyn, dizendo que eu merecia isso por um tempo. Aquela porra nem parece que é meu amigo. Cole também se negou a dizer, parece que estava sob ameaça; talvez da irmã.

— Por que Benjamin saberia o endereço? — questiona Alex, intrigado.

Ah, ele não sabe...

— Hm, porque ele estuda leitura criativa com ela. Talvez soubesse. — murmuro, tentando enrolar meu irmão.

Ele franze o cenho, mas para com as perguntas.

— Se ela te ama, vai voltar. Às vezes garotas só precisam de espaço. — Trenton comenta, distraído.

— Garotas são complicadas. Mas no caso de Marilyn, ela está certa. — Alex suspira.

Trenton puxa o celular do bolso. Ele observa a tela por um instante.

— Benjamin mandou uma mensagem. Está vindo para cá.

— Então vou dar uma passada na sorveteria aqui perto. — Alex fica de pé.

— Por quê?

— Por algum motivo, esse cara me odeia. Prefiro evitar encrenca.

— Está com medo? — sorrio.

Lembro-me da confusão que rolou um tempo atrás quando Benjamin e meu irmão entraram na porrada.

— Não, mas prefiro conservar os móveis de Trenton. Com certeza a briga seria feia se eu me deparasse com Benjamin.

Trenton ri. — Mas aquele dia na praia...