capítulo 33: consequências

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Carter

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Carter

Desperto com uma baita dor de cabeça, então percebo que estou sozinho na cama.

Esfrego os olhos, antes de seguir para o banheiro. Tomo um banho demorado, tentando afastar a ressaca.

Nunca mais eu toco em álcool, é uma promessa.

Depois visto uma camiseta preta e uma bermuda antes de ir até a cozinha. Tomo café sozinho antes de encontrar meu irmão e minha mãe na sala, assistindo TV.

Marilyn está sentada entre eles e me encara quando apareço, antes de desviar o olhar para a TV. Fico incomodado pela sua reação e sento no outro sofá.

— O belo adormecido despertou. — Alex brinca. — Você está horrível.

— Cala a boca. — resmungo.

— Eu vi você saindo ontem à noite. Onde foi, filho? — mamãe me encara.

— Na casa de um amigo. — minto.

— Wayne ligou para mim. Ele quer que você passe lá depois. É sobre um emprego na oficina.

— Ah, falo com ele depois. Eu me candidatei à vaga um dia desses.

— Parece que conseguiu. Ele estava bem animado ao telefone.

Espero conseguir o emprego. Preciso de grana, além disso, tudo não pode ficar nas costas da minha mãe. Ela já fez demais por mim e é minha vez de retribuir. E agora com o bebê, as despesas vão aumentar futuramente, então preciso me adiantar.


***


Na segunda, marcho para o terceiro ano.

Assisto às primeiras aulas, então sigo até o refeitório na hora do almoço, sentando com meus amigos.

Eles conversam baboseiras e eu finjo prestar atenção, lutando para não olhar para Marilyn do outro lado do refeitório.

Acabo fazendo isso, vendo-a com Cailyn, Geórgia e Alex. Ela sorri de alguma coisa e eu gosto disso. Ela não fala comigo desde sábado, quando falei aquelas merdas e bebi como um louco.

Seus cabelos estão soltos, e ela parece animada com alguma coisa. Observo sua barriga inchada, então percebo que ela ignora os olhares que os demais alunos lançam na sua direção. Uma garota grávida no ensino médio chama atenção, mas Marilyn parece não se importar.

Um pouco antes do fim do intervalo, recebo uma mensagem no celular. Mesmo tendo apagado o número de Alyssa a um bom tempo, reconheço seu número na tela.

— Me encontra atrás da arquibancada. Preciso falar com você. É importante!

Franzo o cenho, deixando o refeitório em direção ao local que ela indicou.

O que será?

Encontro Alyssa atrás da arquibancada, e ela parece ansiosa.

Quando me aproximo, ela segue na minha direção ao mesmo tempo.

— O que houve? — questiono.

— Não parei de pensar no que aconteceu sábado à noite.

Passo a mão sobre o cabelo, lembrando.

— Hm, me desculpa por ter ido embora daquele jeito. Eu bebi demais.

— Percebi. — ela me encara, parecendo nervosa. — Sonhei a noite toda com aquele beijo.

— Sonhou?

—Sim, e não parei de pensar nas suas palavras. Você disse que me amava enquanto me levava à loucura com o seu toque, e aquilo me fez acordar.

Franzo o cenho, confuso.

— Eu não...

— Não diz mais nada, Carter. Eu sei que passamos um tempo separados, mas eu te perdoei ontem à noite. Sei que está infeliz, vivendo com aquela garota, mas eu quero ficar com você. Eu vou aceitar que você vai ter um filho com ela porque te amo. Decidi passar uma borracha em tudo.

Há alguns meses atrás essas seriam as palavras que eu gostaria de ter ouvido. Eu mataria para ouvi-las, mas agora...

— Alyssa, eu não...

Ouço um barulho atrás de mim, então me viro.

Marilyn está nos encarando, e seu olhar ferido me diz que ela estava ouvindo a conversa a um bom tempo. Seus olhos estão marejados, e ela olha de mim para Alyssa antes de balançar a cabeça e praticamente fugir para longe.

— Marilyn. — sigo atrás dela e consigo alcançá-la. Acho que a dificuldade que ela tem para correr devido à barriga, ajuda. Puxo seu braço, virando-a para mim. — Você não entendeu.

Ela soluça, passando a mão no rosto.

— Eu entendi perfeitamente. E você não me deve satisfação. Eu mesma disse para você ficar longe e prefiro assim. Agora compreendi que você não merece nenhuma gota dos meus sentimentos; só desprezo.

Disfarço o quanto suas palavras me atingem.

— Você não entendeu nada.

— Entendi. — ela empurra minhas mãos para fora de seu corpo. —Pode ficar com ela do jeito que sempre quis. Quem não te quer mais sou eu. Posso criar minha filha sozinha.

Respiro fundo.

— Não fala isso.

— Você não merece minhas lágrimas. — ela suspira, balançando a cabeça. Sinto a merda de um aperto no peito. — Nunca mereceu. Cansei de tudo isso. Fica longe de mim. — corre para longe.

— Ei, Marilyn. Volta aqui.

Ela se enfia dentro da escola e eu passo as mãos no cabelo, frustrado.

Merda!



***


EM BREVE TEM MAIS. 

JÁ ESTAMOS NA RETA FINAL, ENTÃO MUITA COISA VAI ACONTECER.

Perigo IminenteOnde histórias criam vida. Descubra agora