CAPITULO 6

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O senhor Andrew tinha realmente um semblante estranho, para mim, qualquer pessoa com olhos claros era estranho, mas não pude deixar de reparar em sua aparência bela e seus braços relativamentes musculosos, afinal estar casada não significava que eu não reparava em belezas alheias, de qualquer forma eu amo meu marido, mas aquele homem tinha um ar misterioso que me deixava intrigada, me fazia lembrar de alguém, mas não o vi em nenhum outro lugar, seria impossível esquecer aquele rosto, depois que Elisa foi embora e ficamos na sala tratando de negócios eu reparava por cima daquela papelada nas minhas mãos que ele me encarava parecia me admirar, queria saber o que ele pensa.
Um silêncio mútuo se formou entre nós, mas eu percebi que ele queria dizer algo.

- prossiga senhor Andrew, afinal, já que somos sócios você não pode deixar nada passar, acho que Elisa já te passou tudo o que fazemos aqui, bem, ela era responsável pelos patrocinadores e eu pelos quadros, e no final uma ajudava a outra, com o tempo abrimos uma fundação que agora também é responsabilidade sua.

- já fui informado disso, sou um homem de negócios e sempre estou 3 passos a frente de tudo.

- é bom saber disso. Meu olhar se volta para os papéis mas dessa vez Dener sorria para mim, novamente mantenho minha concentração para ele e arqueio uma sobrancelha, ele dá uma pequena risada.

- é que estive pensando em talvez, se você quiser, me acompanhar para um café, para discutir o trabalho e nos conhecer. Dou um sorriso irônico, deixo os papéis em cima da mesa e apoio meus dois antebraços nela.

- nossa relação será estreitamente profissional, e como você sabe a posição em que me encontro se alguém visse nós dois na manhã seguinte estaríamos na capa de todos os tablóides, e não estou afim de justificar nada pra essa gente de merda para não ficar mal falada depois.

- o que te preocupa é o seu marido?

- Michael confia em mim, ele jamais pensaria essas coisas, mas eu prefiro não me envolver, as vezes as pessoas que mais pensamos que são confiaveis, são as primeiras a nos apunhalar pelas costas. Um novo silêncio se instala entre nós.

- Hannah?! A porta se abre e Morgan aparece de trás dela.

- sim Morgan, algum problema?

- o senhor e senhora Thompson estão aqui para a pintura de aniversário de casamento, você me pediu para avisa-los assim que voltasse de viagem.

- oh, mas é claro, peçam pra entrar. Morgan assentiu com a cabeça e se retirou, me levanto da mesa assim como Dener.

- esse casal vem aqui com frequência?

- os Thompson são meus clientes a vários anos, estive responsável para o retrato de formatura da filha deles, e agora para o aniversário de casamento. Assim que eles entram os cumprimentam e perguntas bobas se formam como: o tempo está agradável, em comparação ao sol que se fazia no dia anterior, pesssoas mais velhas sempre gostavam de falar isso e eu sempre odiava.

- vamos para meu ateliê, preciso apronta-los para a pintura. Eu digo acabando com aquela conversa sem sentido, meses atrás, na época do incêndio da galeira ficamos sem esperanças de que um dia ela fosse se recuperar, mas felizmente graças a muito esforço tenho meu cantinho da pintura novamente comigo, o senhor e senhora Thompson se endireitam na posição que eu pedi, visto meu avental e preparo os pincéis que irei usar, posiciono o quadro no cavalete dou mais uma olhada para meus modelos e respiro fundo meu olhar se desvia até Dener que penetrava aqueles olhos em mim o tempo todo, eu teria ficado constrangida se não tivesse um tanto apavorada pela maneira que ele me encarava.

Eu tinha que fechar tudo mais cedo para não chegar em neverland tão tarde, Michael e eu precisamos ver uma casa em Los Angeles e o rancho poderia ficar para os fins de semana, o esboço do casal Thompson estava pronto e tudo que faltava era pinta-los, mas isso eu termino amanhã, assim que saio da galeria me assusto com Dener encostado no carro, me esperando.

- pensei que tivesse ido.

- queria saber se está com fome, eu conheço um restaurante que é ótimo. Dou um sorriso por uma idéia que acaba de me ocorrer, me aproximo mais de Dener.

- quer saber de uma coisa, eu realmente estou faminta, e sabe o que vou fazer agora?

- não, me diga você. Ele se aproxima de mim.

- bom, eu vou pra casa, jantar com meu marido, e depois... vou me lembrar que a noite é apenas uma criança. Viro de costas para ele e vou até meu carro, apesar de uma curiosidade começar a me corroer para saber qual estava sendo a reação dele.

●●●

- fico tão feliz em tiver Hannah. Annie diz me recebendo com aquele abraço.

- senti tantas saudades.

- venha entre, estava preparando o jantar, gostaria de comer com a gente?

- não obrigado, apenas vim te ver... onde está Susie? Pergunto olhando ao redor da casa.

- ela saiu com as amiguinhas pra tomar um sorvete.

- e aquele traste?

- já pedi pra você não falar de Jilan assim, eu sei que ele errou mas o tempo o endireitou.

- água de esgoto jamais se purifica Annie, você já devia saber disso. Eu digo abrindo a geladeira e pegando uma jarra de água.

- depois de tudo Hannah, você devia ao menos me apoiar sabia disso?

- e eu te apoiava, quando você estava com Jonh, vocês se amavam tanto e iam se casar, o que aconteceu pra tudo mudar derrepente? Dou um gole no meu corpo.

- não vamos falar disso novamente está bem? Jonh está refazendo sua vida bem longe daqui, e eu estou com Jilan, estou dando a oportunidade de Susie conhecer o pai, e de podermos ser uma família feliz como sempre deveria ter sido.

- só que você se esqueceu que o mundo real não é que nem os livros, pessoas morrem, pessoas sofrem e no final ninguém nunca é totalmente feliz. Chego perto de Annie e Abraço por trás - só me prometa que nunca vai deixar que te abalem e mesmo que algo aconteça você vai continuar tentando.

- sim Hannah, e você também prometa que vai sorrir mesmo com a dor e tristesa.

- se você apenas sorrir... eu cantarolo a música smile, me lembrar dela de alguma forma trazia meus pais para perto de mim, me despeço de Annie e vou para casa.

●●●

- gente eu cheguei!!! Eu digo abrindo a porta colocando a chave na bolsa, olho ao redor da casa, mas ela estava silenciosa, parecia não ter ninguém, assim que vou para sala todos estão no sofá, caminho até eles com um grande sorriso, que é desfeito ao ver seus olhares de preocupação, mas não era pra e sim pra televisão, Michael nem ao menos notou minha presença, Remy ao me ver tinha os olhos marejados ela não diz nada, apenas aponta para o noticiário que estava passando na tv.

Notícia:

O cantor Michael Jackson está sendo acusado de molestar sexualmente de um garoto de 13 anos, segundo o menino, Jordan Chandler, os abusos aconteciam no famoso rancho dos sonhos do cantor, neverland, o garoto e a família estão movendo um julgamento contra Michael Jackson, pelo que vimos enfim a máscara caiu, e o homem considerado defensor da honra e da causa das crianças era apenas um predador sexual.

Remy imediatamente desliga a televisão, senti como se algo horrível invadisse meu coração, mas eu não estava mais atordoada que Michael que ainda mantinha seu olhar para a tv, ve-lo daquele jeito, com aquela expressão, é realmente algo que nunca sairia da minha cabeça.

Foi mal a demora, faltou a criatividade, mas espero que gostem, chegamos na melhor fase da história onde coisas iram se complicar ainda mais.

Just call my nameOnde histórias criam vida. Descubra agora