27º Capítulo

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- André...
Gemo o seu nome, sentindo-o cada vez mais dentro de mim.
- Sim, sim, diz o meu nome...
Com a sua mão André consegue tirar ainda mais de mim. Não basta a forma descoordenada como os nossos corpos se movem. Eu, completamente entregue a si, às suas mãos, à sua intensidade. Ele completamente concentrado em me fazer atingir um prazer que eu pensava ser impossível.

Novamente, a minha cama é o local escolhido. Não tive tempo de fazer nada. Quando o André me pegou daquela maneira eu não tive mais tempo para reagir. Depois de fazermos amor há uns dias, a vontade de estarmos juntos era evidente,e o André não conseguiu esconder isso. Muito pelo contrário. Aliás, não há forma melhor de me fazer esquecer tudo, do que com os seus beijos intensos e a forma como me agarra. De uma maneira sensível, mas que ao mesmo tempo não me deixa qualquer dúvida de como ele me quer.

E como eu o quero...

- André ... - Tento manter a calma, mas aquilo que sai é um profundo gemido. A força dos seus braços à minha volta, a oportunidade que tenho de também senti-lo com as minhas mãos, sentir a pele quente de todo o seu corpo que fica ainda mais quente com o aumento que ele impregna. Como se soubesse exactamente o que tem de fazer... Quando tem de acelerar e quando tem de parar.

Sei que ele ainda tem algo para me dar, mas quando ele roça a sua barba na minha face, todo o meu corpo o sente e deixo-me ficar à sua mercê, perdendo, por alguns momentos, a noção de onde estou, concentrada em todas as sensações que ele me está a provocar.

- Vem, vem ... - Oiço a sua voz nos meus ouvidos. A sua voz que percorre todo o meu corpo e sucumbo ao prazer mais uma vez, sem ter tempo para recuperar do que quer que seja, como seu o meu corpo não soubesse fazer mais do que tremer ao mesmo tempo que ele apenas olha para mim. Há algo que o faz gritar também e sinto como ele partilha esse prazer comigo, sentido-me tão preenchida, com algo que só ele me pode dar. Com algo que eu apenas quero que seja ele a dar-me.

Mais nenhum homem.

Só ele.

--

Brinco com os pequenos pelos do seu peito. O seu ombro parece ter sido desenhado para aí eu colocar a minha cabeça. Como me sabe bem este aconchego. O braço forte do André que me ampara, a sua respiração, agora com o ritmo normal, cadente e certeiro, que me faz acreditar que tudo está onde deve estar. A minha pele suada colada à dele, mas não me importa. É como se também estivéssemos a partilhar isso: os resquícios da intensidade com que nos entregámos um ou outro.

E como ele é intenso, meu Deus. Tão intenso, que nem sei bem como é que as coisas aconteceram. A minha experiência com sexo é mesmo muito curta. Tive uma ou outra experiência antes da primeira vez que me envolvi com o André.

- Agora é diferente, não é?
Olho para cima, para encontrar os seus olhos.
- Sim. Confirma-se... É tudo... - Volto a encostar a minha cabeça no seu ombro e a concentrar a minha atenção no seu peito - Intenso. É... libertador, não sei bem como dizer...
- Hum... novamente, sem palavras. Gosto de ter esta habilidade de te deixar sem palavras.

Rio baixinho. O André às vezes tem com cada uma...

- Mas sim... é diferente daquilo que tivemos há quatro anos. Eu, não sei. A entrega é diferente e tu... Tu és um furacão!

- André... - Fico confusa com o que é que ele quererá dizer com aquilo.
- Não te chateies, digo a verdade. A forma como tu me respondes, como me acompanhas em todos os meus passos. É... É sensacional.

Coro.
- Para com isso, não digas disparates.
- Não são disparates. É a verdade! Tu provocas-me algo... Meu Deus - ele suspira e eu enterro a minha face junto do seu corpo.
- Deves estar orgulhosa do que és, porque te escondes? - ele pergunta-me, fazendo círculos com a sua mão nas minhas costas - Quem olha para ti não faz ideia do que és capaz de fazer sentir... E isso é meio fascinante até.

Maneio a cabeça.
- Nunca ninguém to tinha dito?
Suspiro e não deixo a descoberto a minha face.
- Não...
André suspira.
- Que otários... Tenho a certeza de que não sabem o que é uma mulher a sério...

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