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Minhas costas ainda doíam quando voltamos para casa. Ao passarmos pela porta e Owen xingar baixinho, não pude conter um risinho ao recordar do motivo de sua raiva. Poucos minutos atrás enfileirávamos a ultima caixa na estante — eu — quando esta caiu em seu pé. Ela estava repleta de pedras; as mais pesadas e delicadas.

Owen não é alguém que gosta de dar o braço a torcer, ele gosta de se fazer de valente. Embora os olhos tenham lacrimejando tanto que pensei que choraria de dor, por sorte sua bota impediu que fraturasse o pé. Ainda bem, pois ele não estava me respondendo desde que comecei a rir ao invés de retirar a caixa.

— Aquelas malditas pedras, argh! —  reclamou, arrastando o pé esquerdo.

Exagerado como habitualmente era, andava com as mãos envolvidas na coxa como se não conseguisse move-la.

— Owen a caixa caiu no seu pé ou na sua perna? — alfinetei, zombando dele.

—  Fique quieta, isso é culpa sua. Não tem força nem para carregar um pão imagine colocar uma caixa numa prateleira! — retrucou, irritado. 

— Você irá falar com meu irmão sobe a joias, ou prefere que eu fale?

Retirou as mãos da perna e apontou o dedo indicador para mim.

— Eu vou subir para o meu quarto e ver se meu pé está bem, você pode falar com ele por mim e explicar o porque eu mesmo não posso faze-lo no momento. E talvez eu precise da ajuda da sra. Munteanu. — respondeu, suspirando.

Uma gota roliça e visível escorria na lateral de sua testa esta franzida de dor, uma dor que ele tentava ocultar.

— Está bem. Precisa que eu lhe ajude a subir?

—  Não, de modo algum, isto seria humilhante!

— Está bem.

Homens.

Enquanto se direcionava a escadaria, praguejando baixinho e arrastando o pé, caminhei na direção do escritório ouvindo Owen dizer baixinho:

— Raios!

Tinha minhas duvidas quantos minutos ele tomaria do tempo para subir cada degrau e se não pararia um pouco e sentaria —  como se estivesse subindo a mura da china —  e depois continuasse repetindo o processo algumas vezes; mais do que necessário.

Me aproximei da porta prestes a abri-la, vozes vindo de lá de dentro me deixaram relutante, parei com a mão na maçaneta. Era meu irmão e a esposa. 

E não pareciam felizes cm alguma coisa. 

Tomada pela curiosidade, logo que eles sempre brigavam por coisas interessantes e divertidas o que os deixava ainda mais parecidos e próximos, encostei o ouvido na porta olhando para o hall com medo de que alguém pudesse me ver.

—  Estou lhe dizendo para contar ara ele de uma vez. —  insistiu Kirsty, a voz cansada.

— Não posso contar, sabe o que ele iria fazer? 

— Não, não sei.

— Contaria o velho Skillet e este a toda Brasov, logo seriamos manchete no jornal: Declan Munteanu e sua esposa Kirsty Munteanu, enlouqueceram, assim como a sra. Emogen e a própria srta. Munteanu. — retrucou Declan, com pesar. 

Ele certamente estava esfregando as têmporas porque fazia isso quando as coisas fugiam do controle.

—  Declan podemos detê-lo, afinal, lá no fundo ele já deve saber.

— Minha cara, Owen não é uma pessoa com mente aberta ou apto a aceitar coisas de que desconhece com facilidade. Ele é teimoso como uma mula e insistente como um passarinho aprendendo a voar.

Intended - Destinados a partirOnde histórias criam vida. Descubra agora