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Owen

Depois de Aimee ter me deixado paralisado sem saber o que fazer: ir atrás dela ou continuar ali esperando se ela voltaria, eu acabei voltando.

Liguei para Candesy preocupado e porque era a única pessoa que ambos conhecíamos. Passei a noite em claro. Precisa compôr uma música, escrever o que sentia.

Não recordava em que momento foi, mas me dei conta de que estava na hora de sair do quarto quando Eron me ligou perguntando sobre Aimee.

Aproveite e o convidei para se juntar a mim e Aimee. O restaurante? Oras eu não tinha ideia de onde iríamos jantar, não até pegar o carro e ir procurar um que me deixasse tocar.

Por força do hábito acabei seguindo para a rua da empresa da Candesy. Eu iria retornar, partiria como ela partiu, para o século ao qual eu pertencia.

Assim somente uma coisa poderia me unir a ela para sempre. Somente uma coisa me faria voltar. Somente uma coisa esta que havia uma grande chance de ser recusada da parte dela.

Mas o que fazer além de seguir o meu coração, já havia jogado tudo para os ares mesmo. Não custava tentar, não quando sua reação nós últimos tempos provava que tudo poderia mudar entre nós.

Amigos... Já havia passado da hora de dizer que era insuficiente ser apenas seu amigo, que eu queria ser seu companheiro pelo resto de sua vida.

Tinha toda a tarde a fora. Entretanto, relutei até a  ir visitá-la na empresa. Poderia ter ligado e dito que jantariamos fora. Se ela queria ir, se queria falar comigo.

Precisava ter certeza se estava tomando a decisão certa para nós dois. Mas o que me levou até ela, depois de procurar pelo restaurante certo e o encontrar, foi eu ter parado num bairro familiar.

Eu costumava andar por aquelas ruas na infância, com os netos dos meus primos, quando eles saiam de Florença para passar férias em Roma.

Depois que fui morar com ele íamos bastante aquela área para visitar o filho mais novo que mudara de Londres para viver com a família ali. Íamos juntos na fazenda da família em Florença antes que retornamos para Londres.

O que me fez descer do carro foi a casa intacta de minhas lembranças. Em minha memória poucos anos se passaram, quando ali muito tempo se passou.

Era a mesma casa.

— Ah, maldita coluna! — reclamou um senhor atrás de mim.

Imediatamente me virei, primeiro a voz em seguida o jornal caído na calçada.

— Deixe que eu pego. — avisei, abaixando para pegá-lo.

— Muito obrigado. — O senhor sorriu.

Minha mão ficou parada segurando o jornal.

— Owen?

— Filho dele. — respondi rapidamente.

Meu pai também chamava Owen, logo não era mentira.

— Oh!

Ambos esquecemos do jornal que eu acabei enfiando embaixo do braço. Ele me convidou para entrar e tomamos chá. O cheiro, a decoração, era como estar em casa.

Mas nada se comparou ou fez meu coração doer como o que disse, enquanto eu olhava os quadros:

— Vovó e o Vovô foram enterrados em Florença um desejo da minha mãe, na nossa fazenda. Você deveria ir lá qualquer dia. Meu irmão ficará feliz em ver você.

— Irei, com toda certeza.

O que eu poderia responder ao convite de um senhor que no século passado era um homem jovem com um filho poucos anos mais novo que eu. Ele era o neto mais novo dos meus primos alguém com quem eu cavalgava e ia a escola.

Intended - Destinados a partirOnde histórias criam vida. Descubra agora