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Owen

Uma palavra que me descreveria perfeitamente naquele momento: idiota. Simples e direta. Eu era um completo e abobado idiota. Tantas vezes tive a chance e em todas desperdicei a oportunidade.

Deveria ter dito. Deveria ter contando de uma vez o que me tirava o sono muitas das vezes e o que me fazia dormir na maioria delas. O meu amor por ela.

Se eu tivesse me declarado... Talvez... Talvez não doesse tanto saber que ela não estava mais perto de mim. Que o meu ingênuo pensamento de que poderia conquistar um espaço em seu coração ao passar do tempo, não contava com uma possível distância.

Porque achei que ela sempre estaria ali assim como eu.

Embora sabendo que o casal Munteanu me seguia para fora de sua mansão inundada der repente pelo choro incessante dos gêmeos, continuei andando.

- Cuide deles até voltarmos Emogen! Por favor! - pediu Declan, num grito quase tão alto quanto dos filhos.

Eles eram parecidos com os pais afinal.

- Ande mais devagar Owen. Aonde está indo? - Kirsty Munteanu falava atrás de mim, seus passos sendo ouvidos e ecoados pelo caminho.

O bosque parecia um ótimo lugar para procurar por Aimee. Começar com uma distância curte e, então, cogitar uma distância mais longa.

Não poderia viver sabendo que ela não estava mais no mesmo lugar que eu . Que não vivíamos no mesmo século! Um mar já era uma distância dolorida, mas outro século, era um distância que não poderia ser medida.

Incredulidade era uma boa palavra para escrever em minha testa e apresentar ao médico. Insanidade também poderia ser aceitável.

Desci as escadas como no dia em que caminhava de encontro a guerra; desesperado e ansioso. Longe e distante como definir a largura do tempo e o tamanho do espaço, como saber onde e quando ou, ainda, como.

Ela sempre estivera distante de meu alcance, longe o bastante para que quase não pudesse ser sincero. Fugi e fugi até não ter mais para onde ir e onde se esconder, até me cansar de adiar a verdade que insistia em bater na minha porta.

A prima de minha falecida avó e seu gentil marido cuidaram de mim, tiveram que receber um garoto romeno que pouco falava italiano e nada sabia de inglês.

Seus netos, eles já possuíam dois netos na época, embora meus primos não fossem tão velhos na época. Fui enviado ao melhor colégio do Reino Unido, sim fui educado pelos ingleses.

Meu italiano avançou bastante de algumas palavras para frases e diálogos, a prima da vovó era italiana como ela.  Daria boa parte de minha educação e princípios a seu marido um senhor extraordinário.

Apesar de me terem criado como seu neto, eu sabia que não eram minha família. Não havia passado muito tempo com eles até ter que viver com eles. Não eram ruins, eram mais do perfeitos, exigentes e educados, mas maravilhosos.

No entanto, não eram meus pais ou meus avós, somente pessoas que pouco sabiam sobre mim e num instante me recebiam em sua família depois de ter criado os filhos e ganhado um casal de netos.

Assim que completei a maioria eles ainda eram meus tutores legais, mas eu tinha total liberdade de retonar para Brasov. E fiz uma semana depois, pois não queria parecer grosseiro, os Vettel cuidaram de mim com muito carinho e afeto.

Ao retorno percebi que não tinha ninguém, estava só. Mas então Aimee se tornou minha companhia. Aimee se tornou o meu amparo e o motivo de levantar todos os dias e a razão por ver as estrelas com entusiasmo e esperança.

Intended - Destinados a partirOnde histórias criam vida. Descubra agora