Capitulo Bônus

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Ele se viu na obrigação de sair de sua casa e ir atrás de notícias da srta. Munteanu. Ainda mais quando diziam que fugiu, não muito tempo depois, Owen Sesh também. Não que ele estivesse interessado no romance dos dois, pelo contrário, porque queria saber se poderia oferecer ajuda a eles ou ao sr. e a sra. Munteanu.

Além de mais estava um pouco curioso para ver o gêmeos, diziam que eram belas crianças. Estava preocupado do motivo por trás da "fuga" dos dois. Mesmo que não estivesse bem para ir até Brasov tão pouco se dispor a ajudar quando precisava de ajuda.

Sentia-se em desespero, sozinho, confuso, perdido e amargurado. Sabia como era procurar por alguém. Sabia o medo de que estivesse sofrendo em algum lugar sozinha. Sabia o desespero e o anseio de encontra-la e cuidar dela. Ele conhecia bem como era isso. Logo não conseguia pensar em outra coisa senão oferecer apoio a eles.

Porque tudo o que mais precisava desde que ela sumiu, não Aimee Munteanu, mas alguém que apareceu em sua vida há alguns anos atrás e o transformou para sempre. Na verdade o fez encontrar quem realmente era. Com as feições aflita acenou para o motorista que o olhava preocupado pelo retrovisor interno.

Quem dera tivesse a mesma sorte que Aimee e Owen Sesh — a considerava como uma Sesh porque se fugiram juntos deveriam terem se casado — e pudesse fugir com aquela que lhe mostrou como a vida era bela e o quão belo era o seu eu verdadeiro.

Suspirou pelo nariz pesadamente, o peito subiu e desceu bruscamente, a cabeça de lado encostada na janela. Seu coração parecia ter sido dilacerado, fatiado e picado em milhares de pedaços.

Quando foi a última vez em que conseguiu dormir tranquilamente sem sonhar com o dia em que ela sumiu num passe de mágica. Ele a procurou por todos os cantos possíveis do mundo.

Nada encontrou. Quem a levou? Como ela sumiu? Onde poderia estar? Estaria segura? Estaria com fome ou frio?

A preocupação só o fez sentir o coração doer ainda mais. Teve que tomar muita coragem para ir até os Munteanu. Talvez desejava que Declan C. Munteanu o matasse de uma vez, porque morrer deveria doer menos do que a dor de não poder encontrar a pessoa que mudou seu mundo.

Esta que poderia, inesperadamente, ter todo o seu coração... Ter o seu amor.

— Alteza.

Ele abriu os olhos com pesar, se preparando para qualquer coisa, um "cai fora daqui" ou um "eu vou matar você".

O motorista rapidamente desceu passando na frente do carro para abrir sua porta. Ele pisou nas pedrinhas cinzentas e arenosas. As árvores no bosque rangiam ao sopro do vento, suas folhas balançavam agitadas como um cardume de peixes pulando para fora da água.

— Quer que eu o acompanhe, Alteza?

— Não precisa se preocupar. Se eu demorar se preocupe menos ainda.

— Alteza?

Ele sorriu gentilmente grato pela consideração do homem que cresceu ao seu lado, pelo filho da mulher que o criou como um mãe e teria o feito chamá-la de mãe se o o pai não tivesse afastado ele dela tantas vezes.

— Agradeço pela preocupação. Espere no carro aqui fora está ventando muito forte.

— Tem certeza?

— Tudo bem. Hum, tudo bem.

Ele ajeitou os cabelos recém cortados ao passar os dedos nos fios escuros e lisos. Pronto subiu os degraus batendo em uma das portas dubla. Nenhuma resposta. Olhou para o carro e a moto estacionados. Eles estavam em casa. Ao levantar a mão para bater mais uma vez a conversa do lado de dentro o fez parar com a mão no ar.

— Eu não quero incomodar vocês.

— De modo algum, cuidaremos de você por quando tempo for necessário.

— Prometo que não ficarei muito tempo.

— Oras, não se preocupe. Você é bem vinda em nossa casa.

Seu coração batia enlouquecidamente. Ele deu um passo para trás. Aquela voz! Aquela voz quanto tempo estava procurando ela entre outras?! Aquela voz o quanto a escutou em devaneios?!

O quanto esperou ouvi-la novamente. Sem esperar mais nenhum segundo abriu a porta.

— Sinto muito, ninguém atendeu. — disse, os olhos procurando a voz.

O hall estava vazio. Mas pelas sombras no assoalho lustrado haviam pessoas na sala de estar. Ele pisou firme os passos ecoando pelo hall vazio.

Ao chegar na porta suas pernas fraquejaram, mas não desmoronou.

— Izzy?! — exclamou, com o coração batendo rápido demais.

A mulher virou em sua direção, instantaneamente.

— Mitchell!

E o mundo pareceu retomar sua cor, seu coração a alegria.

Intended - Destinados a partirOnde histórias criam vida. Descubra agora