Épilogo

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1 ano depois

Foram 12 horas de parto, 12 horas que Owen passou segurando a minha mão em silencio. Havíamos chegado ao hospital um dia antes, porque Owen sentira que eu estava me mexendo demais a noite e choramingando de dor. Eu disse que não era para tanto, mas ele estava certo. 

Quando senti que estava me esgotando e aquele era o meu limite, ele pediu que o médico fizesse uma cesariana. Foi rápido em alguns minutos o menino chorão estava em meus braços. Mas não foi seu choro ou o meu próprio que capturou a emoção do momento.

No instante em que o choro estridente ecoou pela sala Owen começou a rir e chorar, rir e chorar, chorar e rir. Owen parecia um louco que encontrou uma porta aberta para fugir.

Ao parar certamente por falta de folego e forças pegou nosso menino no colo e este que havia parado de chorar para observar o pai ter um ataque de histeria. Owen demorou a entrega-lo a enfermeira e quando o fez resmungou como uma criança emburrada.

Eu fui transferida para um quarto claro e entupido de flores e presentes que vieram do pessoal da empresa, Candy e Eron e, claro do meu marido.

Eu descansava na cama do hospital o mesmo onde Owen foi levado quando chegou ao futuro. A enfermeira da primeira vez nos reconheceu e foi ela quem estava na sala na hora do parto que se transformou em um corte na minha barriga.

Owen estava impaciente e preocupado com o recém corte em minha barriga. Doía, era uma cicatriz dolorosa e funda, mas incrível. Depois de nove meses, meses longos e incríveis, nosso pequeno, enfim, estava em nossos braços.

Um balão azul com o nome Shawn flutuava amarrada a um vaso de flores vermelhas. Isso mesmo Shawn Callum Sesh, Owen me contara sobre o pedido de Emogen quando descobrimos que iriamos ter um menino. 

Emogen ficaria imensamente feliz em saber que demos o nome que pediu ao nosso filho, por isso iríamos visitar Brasov muito em breve. 

Aliás, fora Owen quem desconfiou da gravidez e quando tivemos a confirmação ligou para Eron e foram comemorar. Ele foi incrível o tempo todo. Sua reação ao nascimento do bebê me pegou de surpresa, não sabia o que sentiu, mas deveria ter sido algo bom.

— O que deu? — ele perguntou olhando para o teste encima da pia do banheiro.

Eu roía as unhas encarando os dois ricos azuis.

Apareceu dois riscos.

Ele pegou o teste por sobre meu ombro.

Então é positivo.

Como sabe? — Meu coração deu um salto.

São dois riscos, você tem dois corações batendo dentro de você agora. Oras, é simples um mais um dois.

Bati em seu peito.

Owen estou falando sério!

— E eu também, meu amor. Li o que dizia na caixinha e dois traços é positivo.

Uau.

— É, uau. Somos três agora.

— Eu praticamente sou duas, você continua sendo um. — brinquei.

— Como assim! Me incluía nisso, pode me incluir! Metade do que está carregando é meu! Somos então dois e meio até o bebê nascer!

— Beleza, somos três.

— Escutou bebê, somos todos um, literalmente. — disse, curvando as costas na altura da minha barriga.

— Owen!

— O que?

Saltei em seu colo e ele me pegou assustado.

Eu te amo. — sussurrei em seu ouvido.

— Eu amo você... vocês.

— Olhem só quem chegou. — Despeitei de minhas lembranças quando a enfermeira trouxe o bebe para nós e o entregou para que o amamentasse antes de que as vistas entrassem o que seria Candy e sua família e os familiares de Owen que viviam no futuro e nos visitou nos últimos onze meses.

Owen sentou do meu lado, ajeitou o travesseiro em minhas costas, e passou o braço por trás dos meus ombros de onde estendeu a mão para acariciar o rosto do bebe. Com a outra mão segurou uma das mãozinhas delas e ele imediatamente procurou pelo pai.

— Ah, minha nossa! — exclamou, der repente.

Alarmada olhei para o bebê. Ele era perfeito o que poderia estar errado.

— O que foi?

— Ele tem o meu nariz!

— Owen! — Ri.

—  Seus cabelos também são meus!

— É injusto. — reclamei.

Shawn nasceu com muitos cabelos e, claro, escuros como o do pai. O nariz também lembrava o dele. 

— Os olhos são seus.

— As sobrancelhas são suas. — Entrei na brincadeira.

— Os lábios são seus.

O bebê abriu os olhos no instante em que Owen tocou sua testa com o polegar e a acariciou. Ele nos olhou com seus olhinhos brilhosos e claros como o mar. Mas algo neles era como os do pai; formato, cor e intensidade.

— Ele me olha como você. — observei, acariciando a mão de Owen que segurava a de Shawn.

Shawn me analisava e seus olhos me lembravam ainda mais os de Owen.

— Porque ambos amamos você.

— Owen. — Ele sorriu me dando um beijo na testa.

— Não estamos mais sozinhos.

— Com certeza não.

— Somos uma família. Nossa própria família. E ainda somos pais!

— Eu amo vocês.

Owen nos abraçou levemente fungando em meus cabelos. Ele estava chorando.

— Vocês dois são o meu tesouro, pois onde estiver o seu coração lá estará o seu tesouro. E o meu coração pertence a vocês dois até o fim da minha vida. Eu amo vocês.

E eu chorei e ri entendendo, na verdade sentindo na pele, o que lhe fez agir daquele jeito quando Shawn nasceu. 

Amor.

Intended - Destinados a partirOnde histórias criam vida. Descubra agora