Grande ajuda

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Dou uma boa olhada no vídeo e nas reações da menina.
- Ele te ameaçava ? Gustavo pergunta a interrogando.
- Sim. Ela responde com medo.
- E você não falou pra ninguém ?
Ela para um pouco pra pensar.
- Não. Fala de cabeça baixa.
Ele pausa o vídeo e vira pra mim querendo respostas.
- Encontrou alguma coisa ?
- Calma, me deixa pensar.
- Sério, pensei que já saberia me dizer logo.
- Ah claro, funciono a base de inteligência artificial agora. Respondo com ironia.
- Vejo que não adiantou muita coisa perder meu sábado. Responde me fazendo ficar com raiva.
- Ela mora com quem ?
- A mãe e o desgraçado do pai.
- A mãe, claro a mãe, como ela é ?
- Não sei muito, quando conversei com ela me pareceu bem certinha, muito religiosa, disse que a menina inventava algumas coisas, que não sabia de nada.
- A mãe dela está a ameaçando, a menina não está mentindo, não ganharia nada com isso, a mãe dela sabe de tudo e está do lado do marido, ela usa da religião pra se encobrir e desfaçar.
- Claro, a menina tem medo, como não descobri isso antes.
- E agora eu posso ir depois de fazer você perder seu sábado ?
- Me desculpe, estou tão nervoso com esse caso, não consigo pensar, tem tanta coisa na minha cabeça.
- E precisa descontar nas pessoas?
- A culpa é sua. Diz me encarando.
- Minha ? O que eu fiz pra você ?
- Não sai da minha cabeça, desde aquele dia, não consigo esquecer seu corpo. Fala chegando perto de mim. - O gosto da sua boca. Fala tocando meus lábios. - Seu cheiro de morango.
Fico imóvel sentindo os toques dele, até que ele se afasta.
- E agora esse caso, não consigo aceitar que uma mãe aceite que seu marido abuse da própria filha.
- Eu também não. Suspiro por me lembrar do que passei quando criança, nenhuma criança merece isso.
- Você já passou por isso. Ele afirma me olhando. - Percebo isso em você agora.
- Isso não vem ao caso. Pego minha bolsa na intenção de ir embora.
- Vejo que não precisa mais de mim.
- Espera. Ele fala e eu espero o que ele vai falar. - Quero que você vá comigo para o julgamento, sua presença vai ser importante já que me ajudou a solucionar o caso.
- Não sei se é certo, tenho faculdade na segunda.
- Eu falo com o diretor da faculdade, vamos amanhã e voltamos na terça pela manhã.
- Tudo bem então, tchau Gustavo.
- Tchau Clarisse.
Saio dali pensando se fiz certo em aceitar essa viagem, agora que me dei conta de que nem sei pra onde vou, amanhã ligo pra ele pra perguntar o que levo.
Chego no apartamento e Ana está de perna pra cima no sofá.
- Onde você tava ? Tava preocupada, cheguei e não te encontrei.
- Trabalho.
- Em um sábado ? Vinícius disse que a empresa é fechada aos sábados. Ana faz aquela cara de 'eu sei que tem alguma coisa ai'.
- Pois é, o chefe queria minha ajuda pra resolver um caso a parte.
- Se você diz.
- Para Ana, tenho que arrumar minha mala.
- Vai viajar ?
- Sim, tenho que ir a um julgamento na segunda e viajo amanhã de manhã.
- Então vai viajar com o chefinho. Ana diz e faz uma cara de safada.
- É a trabalho sua safada, eu só vou porque ajudei com o caso.
- Ta bom então, mas se eu fosse você levava umas lingeries sexys. Diz rindo com descaramento.
Jogo um travesseiro nela, Ana consegue ser insuportável quando quer me juntar com alguém, ela sempre fala que eu tenho que continuar minha vida e arranjar um namorado.
- Vou arrumar a mala.
- Não esquece as lingeries.
Faço uma careta pra ela.
Fico olhando pra mala aberta sobre minha cama e para o guarda roupa ao mesmo tempo. Droga, nem sei pra onde vou, decido ligar pro número que Gustavo ligou mais cedo, ele atende no segundo toque.
- Pois não.
- Olá senhor Gustavo, desculpe incomodar, é que estou arrumando a mala e não sei o que levar pois não sei pra onde será a viagem.
- Vamos para Nova York, leve roupas para jantar fora, e algumas para o dia a dia, depois do julgamento você pode aproveitar e conhecer a cidade.
- Obrigado senhor Gustavo.
- De nada Clarisse.
Desligo a chamada e começo a colocar roupas frescas para o dia a dia, coloco um sobretudo caso faça frio, um biquíni pois vai que o hotel tem uma piscina, dois vestidos para jantar fora e umas lingeries.
- Meu Deus, que horror, desse jeito parece que vai dormir na casa da sua avó. Ana diz pegando minhas calcinhas de vovó.
- Eu gosto, são confortáveis.
- Não, não. Ela abre minha gaveta e coloca calcinhas, sutiãs mais ousados, peças que comprei e ainda nem usei. - Pronto, agora sim, bem sexy.
Reviro os olhos, ela sempre consegue me convencer.
- Você ainda vai me agradecer, e coloca esse babydool aqui, tem que dormir sedutora. Diz colocando meu babydool de seda que nunca nem usei por ser bem sexy.
- Eu nunca usei esse Ana.
- Pra tudo tem uma primeira vez. Diz rindo.
Passamos o resto do sábado em casa assistindo filme e Ana me conta que acha que está se apaixonando por Vinicius, apesar de eu já saber.
Finalizo a noite com um bom banho e acabo dormindo muito bem.

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