Reconciliação

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Eu ultimamente ando tendo mais certeza que não tenho muita sorte com a vida. Neste momento me encontro presa com meu chefe, vulgo cara com quem transei e tem o poder de me fazer gozar só sussurando no meu ouvido, vulgo pai do meu filho.
- Droga. Ele se afasta de mim. - O que aconteceu ? Pergunto furiosa.
- Deve ter tido uma queda de energia.
- E os geradores ?
- Não sei o que aconteceu.
- Merda, vamos ficar presos agora ? Pergunto encarando Gustavo.
- Tem tanto medo de ficar presa aqui comigo ? Pergunta levantando uma das sobrancelhas.
- Claro que não senhor Gustavo, só que tenho meus compromissos, não tem ninguém pra quem possa ligar ? Onde está o segurança ?
- Deve estar na portaria, o expediente já encerrou, eles não ficam muita na sala de segurança nesse horário.
- Então ligue para ele, diga que estamos presos. Insisto.
Ele olha para a tela do celular e sorri.
- Está fora da área de cobertura, deve ser algum bloqueio pelo elevador.
- Ótimo, o meu está descarregado.
Ficamos olhando pro teto, esperando que alguma resposta caísse do céu.
- Então vamos ficar aqui até quando ? Estou começando a ficar com calor.
- Não sei Clarisse.
- Claro que não sabe. Ele mantinha sua postura de senhor não me abalo com nada e eu já estava começando a suar, o elevador iria se tornar mais abafado.
- Se sente mal ? Ele pergunta percebendo que estou me abanando com a própria roupa.
- Não senhor Gustavo. Respondo séria.
- E o bebê ? Está tudo bem ?
- Sim senhor Gustavo.
- Já se consultou ?
- Sim senhor.
- Clarisse, pare com isso. Ordena.
- Não compreendi senhor. Falo cínica, sei que estou conseguindo irritar ele.
- Não precisa me tratar com tanta formalidade. Fala me olhando como se estivesse entediado com minhas palavras.
- Estamos na empresa senhor, sou apenas sua funcionária, é meu dever trata-lo com respeito, não sou igual outras funcionárias que levam o 'chefinho' a intimidade.
- Não Clarisse, você não é apenas minha funcionária.
- Perdão senhor ?
Ele me olha como se quisesse me dar umas boas palmadas por ser insolente.
- Você também é a mulher que fode de forma selvagem comigo e a mãe do meu futuro filho ou filha querida. Ele segura no meu queixo, o olho surpresa, não esperava que ele fosse falar essas coisas, não aqui na empresa. - E que história é essa de funcionárias ?
- Não sei querido, pergunte a Ana Clara. Respondo fingindo não me abalar com o que ele disse antes.
- Está com ciúmes Clarisse? Ri sarcástico ainda segurando meu queixo fazendo com que eu olhe em seus olhos.
- Claro que não. Respondo rápida demais deixando claro agora que estou sim com ciúmes, cala a boca Clarisse.
- Claro que não está, me diga, ainda treme quando sente meu corpo colado ao seu? Ele se encosta em mim sem pudor.
- Senhor Gustavo. Tento repreender mas sai como um sussurro de que não quero me afastar.
- Diga, agora gosto de como o senhor saí de sua boca. Ri.
- Gustavo, eu não quero mas nada com você, já deixei claro isso. Tento voltar ao modo Clarisse vingativa, mas ele não se afasta.
- Ah é ? E por que seu corpo me diz outra coisa ? E se eu tocar aqui ?
Ele aperta minha bunda raspando sua ereção já bem visível em minha virilha e sobe minha perna até a altura da sua cintura.
Estou a um tempo sem transar, desde que Gustavo me viu com Fernando no jantar, meu corpo está mais sensível aos toques dele e os hormônios da gravidez não ajudam já que me pego roçando as pernas de tesão por nada ultimamente.
- Gustavo. Gemo baixinho. - Pare.
- Você não quer que eu pare, porque eu também não quero.
- Não podemos. Tento falar mas soa como a bela mentira que é.
- Pare, pare com isso. Ele segura meu rosto e me encara. - Estou me corroendo por dentro todos esses dias por ter sido um idiota com você, e é terrível ver você aqui rebolando essa bunda pelos corredores com vontade de te dar uns tapas e não poder, quero você Clarisse, de preferência usando nada além de saltos, e sei que você também me quer.
Não respondo nada, mas ele entende que tem permissão já que me beija desesperado.
Que saudade dos seus beijos, do seu cheiro, do seu toque, estou entregue de novo, e não consigo sair de dentro desse elevador sem antes de ter um sexo selvagem com Gustavo.
- Quero me enterrar em você Clara. Ele parece implorar.
Me vira de frente para o espelho do elevador e sou obrigada a me segurar na barra do mesmo para manter o equilíbrio, já que pelo percebo não tenho mas o controle das minhas pernas pela respiração de Gustavo em minha nuca, ele segura meu pescoço deixando apenas um pequeno espaço para respirar enquanto sinto seu membro em minha bunda.
- Nao vê ? Pergunta enquanto nos encaramos pelo nossos reflexos no espelho. - Não vê a quantidade de tesão e desejo que temos um pelo outro? Não vê como nossos corpos se encaixam ? Olhe Clarisse o desejo em seus olhos, a sua respiração que muda quando está excitada e olhe para mim, o desejo que tenho por você quando sinto seu cheiro, eu preciso de você, sinto sua falta, quero participar da vida do nosso bebê.
Sinto sua mão subir minha saia, e meu corpo responde com arrepios a seus toques em minha bunda.
- Me dê uma chance e eu prometo fazer tudo diferente.
Meu corpo traidor não consegue mostrar indiferença com o que ele diz, mas também não consigo entender, ele quer uma chance comigo ? Ou pra ficar perto do nosso bebê ? Temo em perguntar, mas não tenho muito tempo para pensar já que o elevador parece ter voltado a funcionar.
No susto afasto o corpo de Gustavo do meu e me arrumo tentando ajeitar a bagunça que ele faz comigo. Ele também se ajeita, acho que o segurança finalmente percebeu que o elevador está parado.
Paramos no T e saio apressada buscando o ar que ele me tomou, me sinto como uma prisioneira em seu dia de liberdade, estou ofegante indo em direção ao estacionamento, ainda bem que o segurança não está aqui por perto, seria constrangedor.
- Clarisse, você não me respondeu.
Gustavo também anda apressado atrás de mim.
- Que resposta quer ? Pergunto sem olhar para trás, estou bem em frente ao meu carro mas sou impedida de abrir a porta pelas suas mãos.
- Vai me deixar participar da vida do nosso bebê? Vai me deixar te acompanhar nas consultas ? Ele pergunta mais sai como se estivesse implorando.
Fico meio desapontada com a parte que ele quer cuidar do nosso bebê apenas, mas eu já devia saber que nós não iríamos casar e viver felizes para sempre.
- Vou, não acho justo que ele cresça sem a presença do pai, na próxima consulta eu te aviso, tchau Gustavo.
Abro a porta sem mas impedimentos e consigo perceber um sorriso em seus lábios.
Não espero ele responder e arranco com o carro, só espero que não me arrependa do que acabei de fazer.

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