Chefe

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Droga! Como ele consegue estar impecável quando eu estou parecendo saída de um furacão?
Me aproximo da mesa e ele me olha como se nem me conhecesse, então é assim, faz um sexo maravilhoso e me ignora ? Ok, vamos ver quem é bom em ignorar.
- Clara, onde você tava ? Ana me pergunta já com Vinicius do lado.
- Fui tomar um ar. Digo mentindo e aceno pro Vini.
- Que tal um drink ? Escuto em meu ouvido.
Quando me viro dou de cara com Fernando.
- Fernando!!! Dou um abraço apertado nele que quase derruba os drinks na mão.
- Calma pantera.
Me afasto envergonhada.
- Pantera ? Ana pergunta rindo.
- Apelidos carinhosos Ana, você não entenderia. Fernando responde.
- Não quero nem imaginar. Ana faz cara feia.
- Então já se conhecem ? Pergunto vendo a proximidade dos dois.
- Estamos na mesma ala, Fernando está comigo na Pediatria do hospital. Ana diz voltando a dar atenção a Vinicius.
- Então não vai nos apresentar seu namorado Clarisse? Tom pergunta me fazendo lembrar que tem mais gente no local, e so nessa hora me dou conta do olhar de raiva de Gustavo.
- Eu e o Fernando somos só amigos Tom. Respondo rindo.
- Bons amigos. Fernando ri malicioso.
Nos sentamos na mesa e conversamos um pouco, quando chega perto das 3 da manhã eu definitivamente decido ir embora.
- Fica mais Clarisse. Sarah pede.
- Queria muito mas não posso, estou cansada, preciso ir.
- Eu te levo. Fernando diz já se levantando.
- Estou de carro, não precisa.
- Posso ir te acompanhando atrás então. Insiste.
- Tudo bem. Ana ? Você vem ?
- Vou pra casa do Vinicius, pode ir.
- Tudo bem, tchau pessoal.
Me despeço de todos e antes de me dirigir a saída olho para ele que está com cara de poucos amigos.
- Tchau senhor Gustavo.
Ele não responde e não me importo, saio do bar com Fernando de braços dados.
Seguimos rumo ao apartamento, eu no meu carro e Fernando no dele, não pude não olhar pro carrão dele.
São só 20 minutos de viagem, chegamos a garagem do prédio e ele desce do carro pra se despedir.
- Adorei te encontrar de novo. Ele diz me agarrando pela cintura.
- Foi bom te encontrar de novo também.
- E como a gente vai encerrar essa noite ?
- Não sei você, mas eu irei dormir agora, amanhã tenho trabalho. Minto.
- Amanhã ?
Droga o Vinicius trabalha na mesma empresa que eu.
- É, trouxe trabalho pra casa. Digo tentando parecer o mais verdadeira possível.
- Então ta bom, mas vamos manter contato. Diz me beijando.
- Tchau. Digo indo pro elevador.
- Tchau. Ele fala batendo a porta do carro.
Suspiro me encostando no espelho do elevador, o Fernando pode ser um gato, mas não quero me amarrar agora.
Entro no meu quarto e já tiro a roupa indo em direção ao banheiro.
O que ele quer de mim ? Me usa, abusa e depois finge que sou um nada. Eu sei que eu disse que não queria aproximação depois da transa, mas de algum jeito a indiferença dele me incomoda, devo esquecer isso, esquecer que tivemos algo, preciso deixar ele de lado, mas como ? Ainda sinto aquela boca quente, o toque da mão dele, o cheiro.
Para! Para Clarisse.
Desligo o chuveiro e visto meu babydool, olho pro relógio e já são 3 e meia, preciso dormir até tarde amanhã. Viro pro lado e durmo de uma vez.
07:00
Acordo com meu celular tocando, quem será a uma hora dessas ? Olha pro celular e é um número desconhecido, atendo com raiva.
- Alô?
- Senhorita Clarisse, preciso de você na empresa hoje ?
- Tom ?
Não, é Gustavo seu chefe.
- Ah, oi doutor Gustavo.
- Estou te esperando na empresa.
- Pensei que no sábado a empresa não funcionava.
- Senhorita Clarisse, creio que não esteja contente com seu serviço, se for assim me avise que peço outra aluna dedicada para sua faculdade, não esqueça que sou seu chefe, e não estaria exigindo sua presença se não fosse necessário.
Droga. Não devia ter reclamado, ele não pensaria 2 vezes em me despedir.
- Me desculpe senhor Gustavo, eu...
- Em uma hora na empresa.
Além de me cortar ele fala e desliga na minha cara, grosso arrogante.
Me levanto xingando todos os palavrões que conheço e vou tomar banho, me arrumo e vou fazer meu próprio café já que nem se tem sinal de Ana.
Chego no prédio e só encontro um segurança na entrada.
- Bom dia senhorita Clarisse, o senhor Gustavo a espera na sala dele.
- Obrigado. Sorrio amigavelmente e me dirijo ao elevador.
Gustavo deve ter dito meu nome pra ele.
Chego ao 20° andar e dou de cara com uma enorme porta que deve ser da sala dele, dou 3 batidas e escuto ele falar pra entrar.
- Bom dia senhor Gustavo. Falo e ele vira a cadeira pra me olhar.
- Bom dia Clarisse. Fala sério.
- Em que posso lhe ajudar ?
- Sente-se. Aponta pra cadeira a sua frente.
Me sento me ajeitando na cadeira.
- Preciso que me ajude com um caso, vou a um julgamento na segunda e estou com algumas controvérsias.
- O quer que eu faça ?
- Preciso que ache um erro, uma pista no depoimento dessa garotinha, que use seu faro de psicóloga pra achar alguma coisa que não estou enxergando.
- Claro. Pego as pastas que ele me aponta e começo a dar uma lida no caso.
- Tenho a gravação em vídeo do depoimento dela se quiser olhar.
- Vídeo? Claro que quero.
Gustavo coloca o vídeo pelo seu notbook e dou uma olhada.

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