Acordar ao lado de quem se ama não tem explicação, olhar a pessoa com quem temos a vontade de passar a vida inteira juntos e ter certeza de querer vê-la acordar todos os dias é algo que nos faz sentir as pessoas mais merecedoras do mundo.
Hoje é segunda e se demorarmos mais nessa cama chegaremos atradados.
- Vamos Gustavo, não posso chegar atrasada, tenho coisas para resolver.
- Vamos ficar aqui hoje. Pede dengoso.
- Não, e se você não se levantar logo eu vou sozinha.
Espero Gustavo terminar de se arrumar na sala, enquanto dou um rodada pela cobertura.
- Olá senhorita Clarisse. Ouço uma voz atrás de mim e levo um susto. - Desculpe não quis assusta-la. É uma senhora baixa, de cabelos loiros, olhos receptivos e um sorriso acolhedor.
- Me desculpa, estava distraída, você deve ser a senhora Dolores, e por favor, me chame só de Clarisse. Aperto sua mão.
- A mesa do café já está posta, mas acho que você irá esperar pelo Gustavo.
- Sim.
- Pelo visto a senhorita gostou da biblioteca, é o lugar onde o senhor Gustavo passa bastante tempo.
- Sim, adorei todos os livros que tem aqui, me sinto no Paraíso. Sorrio.
- Estarei na cozinha se precisar, com licença.
Como ela sabe meu nome?
- Senhora Dolores, como sabia meu nome ?
- O senhor Gustavo já havia comentado sobre a senhorita.
- Só você ou Clarisse.
- Claro, fique a vontade.
Dou mais uma olhada ao redor e acabo encontrando alguns livros preferidos, me sento em uma das cadeiras enquanto espero Gustavo e meus olhos acabam indo em direção a uma foto em cima da mesa da biblioteca. Sofia, é a foto dela. Está com o vestido que nós a demos de presente, é do dia em que a levamos pra passear, ela está tão sorridente com sua boneca nas mãos.
- Mandei revelar, ia dar pra você de presente, mas pelo visto você é mais curiosa do que pensei. Ouço sua voz.
- Sinto saudades, queria poder tira-la de lá.
- Podemos fazer isso se quiser. Olho pra seu rosto incrédula.
- Gustavo, lembra da parte do irmos devagar, não podemos ir adotando uma criança logo, não somos casados, começamos a ter um relacionamento agora.
- Certo, me desculpe, ela está em boas mãos até o momento, ouvi dizer que já tem amigos la dentro, podemos pensar em adota-la mais pra frente.
- Isso me faria muito feliz, mas não por agora.
- Ok, vamos então, estou com fome pa noite movimentada que tive. Me dá beijinhos.
Ao chegarmos na empresa o buchicho é perceptível assim como os olhares.
- Então você me enganou direitinho. Sarah vem até mim sorrindo.
- Desculpe, é que eu não estava preparada pra falar ainda.
- Não tem porque se desculpar, sei que deve ter sido uma grande surpresa.
- Obrigado por entender.
- Não tem porque agradecer.
Hoje está tudo muito tranquilo, recebi alguns parabéns e sorrisos, não ficarei o dia todo na empresa, estou de folga da faculdade mas tenho que estudar para as provas finais.
- Olá, poderia avisar ao senhor Gustavo que preciso falar com ele?
- Claro. A secretária responde com o seu mesmo sorriso de sempre.
- Pode entrar.
Bato duas vezes na porta e entro.
- Algum problema? Me pergunta por não ser hábito eu ir a sua sala.
- Queria pedir que o senhor me liberasse mais cedo, preciso estudar para as provas.
- Clarisse, não precisa mais me chamar de senhor, e você pode sair a hora que quiser.
- Prefiro me manter formal, e aqui eu sou sua funcionária Gustavo, devo tratar você com respeito ou que exemplo darei aos outros funcionários?
- Se você acha melhor assim, mas espero que você não tenha esquecido do almoço com a mamãe.
- Meu Deus, esqueci completamente, nossa estou em cima da hora, preciso ir.
- Acalme-se querida. Vem em minha direção. - Meu motorista irá levar você, e espero que você passe a noite comigo hoje. Me da selinhos.
- Gustavo, eu tenho meu apartamento, e preciso usufruir do dinheiro que gastei nele.
- Vamos, você sabe que eu só consigo dormir direito se for agarradinho com você.
- Irei pensar, agora preciso ir. O beijo e saio apressada pra minha sala pra pegar minha bolsa. Chego a mesma mansão do jantar que agora se encontra mais reservada, sem muitos enfeites como naquela noite, mas continuando impecável.
- Clarisse querida, que bom que veio. Sou recebida pela mãe de Gustavo que continua bem acalentadora.
- Como vai senhora Helena ? Sorrio, fico feliz com a recepção.
- Só Helena por favor, vamos, só estava esperando você chegar para almoçarmos, os homens da casa estão nos seus trabalhos cansativos então teremos a mesa só pra nós duas.
Tudo ocorreu muito tranquilamente, almoçamos e conversamos bastante, por pessoas de fora de nossas vidas a minha sogra pareceria bem fútil, por ter tanto dinheiro, viver bem, até mesmo eu poderia a enxergar assim, mas em algumas horas de conversa podemos com toda certeza descobrir o quão nada disso seria verídico, ela é uma pessoa linda por dentro e por fora, e o amor que tem pela família é o que nesse momento me espelho em passar para meu filho ou filha.
- Sabe Clara. Sorrio em como meu apelido sai pela sua boca. - Posso te chamar de Clara né querida ?
- Claro que sim.
- Gustavo sempre foi bem difícil, no começo quando o adotamos ele era uma criança bem fechada, lembro de ter o amado na primeira vez que o vi, aquele menininho assustado, afastado de todas as outras crianças naquele lugar esquecido, e eu, bem eu não podia ser mãe naquela época, e ser tão atraída por aquela criança me deu uma enorme chama de maternidade.
De certa forma vejo muito amor em seus olhos enquanto ela fala sobre Gustavo, é como um carinho na alma.
- Ele com o tempo se apegou a mim, e não teve problema em aceitar e amar seus irmãos, e hoje me orgulho de ver o homem que se tornou, de ver sua independência, e me sinto extasiada em saber que vai me dar um neto ou uma neta. Ela me olha com ternura, segura minhas mãos. - Obrigada por isso, por me dá essa alegria. E sorri.
- Não tem pelo que agradecer, devo admitir a senhora que não eram os meus planos, mas depois que descobri, me sinto tão feliz, e a única coisa que quero no momento é poder ver logo o rostinho do meu bebê.
- Imagino como é, a minha primeira e única gravidez foi tão especial que não me importaria de poder engravidar mais umas 10 vezes.
Rimos, felicidade era o que eu estava sentindo naquele momento.
- Meu Deus querida, olhe só o horário, nos perdemos no tempo durante a conversa.
- E só agora se deram conta, bem típico da senhorita Helena. Gustavo entra na sala, e pela sua roupa veio do escritório pra cá. - Liguei pra você e já que não entendeu imaginei que mamãe tinha te prendido em alguma conversa.
- Desculpe querido, mas fazia tempos que não tinha uma conversa tão boa com alguém, mas agora irei me arrumar, hoje eu e seu pai temos uma reunião com alguns amigos e já estou atrasada, Clarisse muito obrigado por ter vindo e por favor apareça mais vezes.
- Com certeza irei. Me despeço dela.
- Então vamos ?
- Claro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Jogo De Prazer
Literatura FemininaClarisse é uma estudante de Psicologia que só pensa nos estudos e em seu futuro promissor, não gosta do termo relacionamentos e é adepta do sexo casual. Gustavo é dono de um escritório de advocacia, imponente, sedutor e canalha, adora entrar em aven...