《 48 》

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Eu amo o Alvaro!

Sério! Nos poucos minutos que passamos juntos eu não parei se rir um segundo sequer. Depois do jantar, meus pais e a mãe dele voltaram para a sala e eu e ele fomos para a varanda de casa. Eu estou sentada em uma cadeira, com as pernas cruzadas, e ele está em pé, fazendo a segunda coisa que ele sabe fazer de melhor, dançando funk, um estilo de música brasileiro. A primeira, segundo ele, é entre quatro paredes, para não dizer outra palavra.

- Se teu ex não te quis tem quem queira. - começa a cantar em português, com a voz rouca. - Vamo dançar comigo, Carolzinha. - chama.

Faz meia hora que ele está me chamando para dançar essas músicas com ele.

- Eu não sei dançar isso, Xaro. - o chamo pelo "sobrenome" dele. - Na verdade, não sei dançar nada.

- Largue de coisa, menina. - me puxa. - É treinando que se aprende. Bora.

E é ai, apartir desse momento, que eu, Caroline dos Reis Biazin, passei o maior mico da minha vida na porta da minha casa, ao lado da pessoa que mais passa mico na vida, Alvaro "Xaro" Murta.

- Bora, garota, rebola essa raba que eu quero ver do que você é capaz. - fala enquanto coloca um dedo na boca, fazendo bico.

- É essa a questão, eu não sou capaz de dançar!

- Nem uma reboladinha? - nego. - Uma sarrada?

- Nem sei o que é isso.

- AHÁ, pera lá que eu vou te ensinar. - pega o celular e coloca em uma música. De todas as músicas que ele coloca para tocar, eu não entendo um "a" delas, pois são todas em português, mas posso afirmar que o ritmo é ótimo, bem envolvente. - Então, primeiro você faz isso aqui...

Passamos um bom tempo assim, com ele tentando me ensinar a dançar músicas brasileiras, falhando miseravelmente, e, de quebra, me fazendo passar vergonha, pois a gente estava na frente de casa, ou seja, dava perfeitamente para quem passar por ali, ver nós dois. E como eu disse: Não levo jeito para dança!

- Você é louco! - afirmo.

- Ai, sou mesmo, menina! Louca e vadia, principalmente vadia. - bate na própria bunda e começa a rebolar. Estava tocando uma música chamada "Gaola é o tloco", ou alguma coisa parecida com isso, sei lá. Ela é a preferida dele.

Sento gargalhando. Minha barriga já estava começando a doer de tanto rir. Não tem como não o achar engraçado, a cada dez coisas que ele fala, dez são engraçadas, pode até ser coisa séria, mas na voz dele tudo fica engraçado, ainda mais com o sotaque que ele tem.

- Você está bem? Quer uma água? - se aproxima de mim, me abanando com a mão. - Uma rola, talvez?

- Ai, meu Deus, socorro. - respiro fundo. - E eu não gosto!

- Sabia que o "socorro" de vocês traduzido para o português do Brasil, fica o nome da minha antiga vizinha? - se senta em outra cadeira. - E não gosta de quê, Carol?

- De... sabe... aquilo que você disse agorinha...

- Rola? - concordo sem graça. Aposto toda a minha coleção de Harry Potter que eu estava vermelha de vergonha. - Por que não me disse antes, uh? - puxa a cadeira para ficar mais perto da minha. - Mas já que agora eu sei: Eai, e as namoradinhas?

Anonymous (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora