《 15 》

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- Sabe... - subo em um pequeno muro e começo a andar sobre ele. - Você é diferente do que imaginei que seria!

Logo depois da gente comer os deliciosos hambúrgueres e milk-shakes da lanchonete do John, Dayane me trouxe para um lugar que, segundo ela, é um dos mais bonitos de toda Miami, poucas pessoas conheciam ele.

O lugar era em cima de um morro pouco frequentado. Na verdade, parece que há séculos ninguém vem aqui. Tem algumas árvores grandes, flores e uma construção abandonada um pouco distante. Ela é a única coisa que dá indício de que homens já passaram pelo local, ela e o muro baixo que fica quase na beirada do morro.

Agora estou em cima dele, andando por de braços abertos enquanto me equilíbro.

- Cuidado para não cair daí. - Dayane me acompanha andando ao meu lado, mas na parte do chão. - Como achou que eu era?

- Sei lá. Uma idiota talvez?

- Idiota? Por que eu seria idiota?

- Não sei. - dou de ombros. - Talvez porque a maioria dos populares são idiotas.

- É, em partes talvez você esteja certa. - sorri. - Eu sou idiota na maior parte do tempo.

- Na escola principalmente?

- Na escola principalmente! - concorda. - Mas eu não tenho culpa.

- Claro que tem. Você tem a escolha de não ser idiota. - sento-me no muro, de frente para a paisagem. - Ninguém é obrigada a ser o que não é.

- Em alguns casos são...

O sol já estava indo embora, isso fazia com que a paisagem ficasse ainda mais bonita. As cores rosa e laranja destacavam-se no céu, em um degradê lindo, fazendo-o parecer ter sido pintado pelas mãos de um grande pintor.

Havíamos passado a tarde inteira juntas e arrisco dizer que talvez tenha sido uma das melhores tardes da minha vida.

- Mas eu tenho escolha. - se senta ao meu lado e começa a balançar as pernas. - Mas não quero! Ainda mais com aquele bando de baba-ovo.

- Não gosta deles? - arqueio a sobrancelha.

- Não.

- Sério mesmo? - pergunto surpresa. Ela concorda. - Não parece, você fica sempre cercada por eles, na verdade, por elas.

- Eu sei que não parece, eu sou idiota, reconheço que sou. Mas é escolha delas ficarem me seguindo, pois eu não obrigo. Às vezes acho que elas gostam de serem tratadas como vadias.

- Talvez elas gostem mesmo. - falo olhando para baixo.

- Esse céu está lindo! Acho que uma foto dele vai ficar perfeita. - muda de assunto.

Ela pega a câmera, que estava suspensa em seu pescoço. Eu havia deixado ela dentro do carro, no banco, não tinha visto Day pegando de volta.

- Eu tenho certeza!

Logo ela começa a tirar as fotos. Quando ela me disse que nunca havia usado câmeras como essa para tirar fotos, eu acreditei que ela não sabia realmente usar. Mas me enganei, pois ela leva muito jeito para a coisa. Hoje descobri coisas que eu realmente achava que não existia sobre Dayane.

Ela fora da escola e longe daquelas pessoas se torna uma menina completamente diferente.

- Ei, psiu. - olho para Dayane e a vejo com a câmera apontada em minha direção.

- Ei, não é para tirar fotos minhas, e sim da paisagem. - coloco as mãos na frente da lente da câmera.

- Relaxa. Olhe só, ficou linda. - se aproxima mais de mim, para me mostrar a foto.

- É, realmente ficou...

Na foto, meus cabelos ruivos estavam mais brilhantes e com um tom mais laranja que o normal. Atrás de mim, a paisagem se encontrava do mesmo jeito, com tons de rosa e laranja.

Anonymous (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora