《 54 》

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- Tenho certeza que é. - Dayane me olha sorrindo, mas ainda dava para perceber que estava confusa. - Mesmo que eu não saiba o que eu vou assistir. E é um prazer conhecer vocês também!

Mordo meu lábio tentando esconder meu sorriso. Por que Dayane é tão lerda? Ela já havia percebido meu violão ali, é só ligar os pontos e pronto. Será que a lerdeza que ela tem é hereditária? De família, passada de geração em geração? Jesus, imagina uma família toda lerda? Haja paciência.

Mas, mesmo assim, não pude deixar de notar o quanto ela ficava linda confusa. A forma que ela franzia a testa e os seus olhos que ficavam menores do que já são a deixavam fofa até.

- Bom, temos que voltar para a cozinha. - George fala. - Mas antes, vão querer pedir algo agora? Posso trazer o cardápio para vocês.

- Não precisa de cardápio, George! Pode trazer dois especial da casa. - olho para Dayane. - Não se preocupe, você vai gostar!

Falo, já sabendo que ela realmente irá gostar, é impossível não gostar. Fiz a mesma coisa que ela fez quando fomos para a lanchonete do John, pedido às cegas.

- Se você diz. - dá de ombros.

O casal Preston sai de perto da nossa mesa, voltando para a cozinha, deixando eu e Dayane a sós novamente.

- O que você vai fazer? - pergunta.

- Sério? - reviro os olhos. - Sabe, as vezes acho que você só se finge de lerda, e só faz isso para me testar.

- Nossa! - coloca a mão no peito, em um gesto dramático. - Por que eu testaria você? Não tenho motivos.

- Sei lá - dou de ombros. -, vai que você quer ter a certeza de que eu sou a pessoa certa para namorar você e quer saber se eu vou ter paciência. - faço uma pausa, pensando um pouco sobre as palavras que eu acabara de dizer. - Eu disse "pessoa certa para namorar você"? - pergunto envergonhada e não acreditando que eu havia realmente falado isso.

Se eu tiver sorte, irá ter sido apenas um pensamento. Por favor Deus, que tenha sido apenas um pensamento.

- Você disse! - responde concordando com a cabeça, enquanto ri da minha cara.

Não foi um pensamento, claro! Eu não teria tanta sorte assim.

- Mas então... - ela continua a falar. - Você acha é a pessoa certa para namorar comigo? - coloca os cotovelos na mesa.

Encaro ela um pouco, observando o quanto que ela é linda. Seus cabelos estavam soltos, meio bagunçados, o que eu acho que combina bastante com ela, a deixa com um ar despojado. Desta vez ela não está usando touca, o que é um grande milagre, já que ela e suas toucas são inseparáveis.

- Eu acho que é você que tem que achar que a pessoa é a certa para você, não eu. - falo enquanto brinco com meus dedos da mão.

- E você quer ser a pessoa certa para namorar comigo? - se aproxima mais de mim, colocando a cabeça apoiada nas mãos, que ainda estavam sobre a mesa.

Abro minha boca para falar alguma coisa, mas fecho, depois de perceber que eu não sei o que falar, meu rosto com certeza está vermelho. Isso se repete algumas vezes, até eu suspirar frustrada e falar a primeira coisa que aparecer em minha mente.

- Por que? Vai me pedir em namoro? - levanto minha sobrancelha. Ela abre a boca e faz igual eu fiz á alguns segundos atrás.

Ahá, parece que o jogo virou, não é mesmo?

Sim, por poucos segundos ele havia virado, por poucos segundos. Ela logo sorriu e retruca, me deixando ainda mais sem graça.

- Não sei! Você quer que eu te peça em namoro?

Anonymous (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora