《 26 》

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Point Of View Caroline

- Oi meninas. - mamãe fala sorrindo, enquanto fecha a porta atrás de si. - Atrapalhei algo?

Sim!

- Uhm... não, não atrapalhou nada não. - falo me afastando mais de Dayane. Tenho certeza que estava corada, assim como a morena ao meu lado. - Aconteceu alguma coisa no trabalho?

- Não, Jeffrey pediu que eu fosse até lá apenas para assinar alguns papéis, amanhã ele irá viajar cedo para o Brasil e precisava leva-los com ele. - coloca suas chaves em um mine "cabide" que tem atrás da porta de entrada.

Minha mãe é sócia de uma empresa de cosméticos - maquiagens, perfumes, cremes ao todo, etc. Ela é bem vaidosa, então se identifica muito com o trabalho. Seu cabelo é castanho, assim como seus olhos, ele era cortado como o meu, só que agora está um pouco maior pelo tempo que se passou.

- Seu pai não chegou ainda? - nego. - Certo, vou tomar um banho. O dia está muito quente hoje! - fala subindo as escadas.

Olho para Dayane.

- Ahn... - o que eu falo agora? - Quer alguma coisa? Não quer mais um pouco de suco? Uma água talvez? - falo tão rápido, que até fico em dúvida se ela entendeu o que eu disse.

Me levanto, pegando meu violão e o guardando na bolsa.

Nem sei o que foi que deu em mim, nunca fui de ter muita atitude com as pessoas, tanto é que as poucas vezes que eu fiquei com alguém, foi graças a pessoa - ou ao Bruno -, porque se dependesse de mim, eu nunca teria beijado ninguém.

Mas com Dayane é tudo diferente, com ela eu me sinto mais livre e leve. No pouco tempo que a gente começou a se falar, ela já se tornou alguém especial para mim. Mesmo quando eu estou triste ou com raiva de algo (ou alguém) ela me faz sorrir com suas piadas, que nem são tão engraçadas assim, e com suas caretas. Acredita que o professor já colocou nós duas para fora da sala de aula só porque a gente estava rindo e, segundo ele, atrapalhando a aula? Eu mesma não estava vendo ninguém reclamado, para falar a verdade, ninguém estava prestando atenção na aula aquele dia. Professor tóxico.

- Acho que aceito a água. - fala sorrindo, como se nada tivesse acontecido a alguns poucos minutos atrás.

Sorte dela não ficar nervosa com essas coisas, acho que ela nem sabe o que é ficar nervosa por causa de alguém que gosta. Ela é a Dayane, cara, a garota mais popular e pegadora de toda a escola, por que ela ficaria nervosa? Ela tem todas ao seus pés. Eu nem sei se ela queria me beijar, já pensou se eu a beijasse e ela me empurrasse? Acho que seria mais vergonhoso do que minha mãe ter visto a gente.

- Certo. - murmuro. Sigo para a cozinha, com ela atrás de mim novamente. Pego um copo de vídro e abro a geladeira, pegando uma garrafa de água e enchendo o copo. - Aqui.

- Obrigada.

Observo ela beber toda a água, enquanto olha para mim. Abaixo a cabeça, sorrindo envergonhada enquanto mordo meu lábio.

- Ahn... - limpo a garganta. - desculpa por... por aquilo. - puxo a barra da minha blusa para baixo, nervosa.

- Aquilo o quê? - se aproxima.

Vocês podem até pensar que ela estava se aproximando de mim apenas para me intimidar, mas estão errados. Ela se aproximou de mim para colocar o copo sobre a mesa onde eu estava encostada.

- Aquilo que aconteceu na sala agora a pouco. - ela apenas continua a me olhar sorrindo. - Você sabe, Dayane, não se faça de sonsa, pois não combina com você.

- É, eu sei sim. - concorda. - Mas por que está se desculpando? Você não fez nada.

- Mas ia fazer. - seu sorriso cresce. - Quer dizer... eu... eu queria fazer. - analiso o que eu acabei de dizer. - NÃO. - volto atrás. - Não foi isso que eu quis dizer. É só que... aaa.

- Tudo bem Carol, eu já entendi. - coloca as mãos em meus ombros. - Você só queria tirar alguma coisa que tinha perto da minha boca com a sua boca, né? - pergunta. Maldito deboche.

- Olha... - sou interrompida por minha mãe.

- Dayane querida, vai jantar conosco hoje? - pergunta entrando na cozinha. E, novamente, Day se afasta por conta da chegada de minha mãe.

- Ah, não sei - coça a nuca, olhando para mim. -, acho melhor não, não quero incomodar.

- Que isso querida, não vai incomodar ninguém aqui, tenho certeza. - me olha. - Não é, Carol? - estreita os olhos, enquanto sorri.

- É sim! - assinto com a cabeça. - Você não vai incomodar nadinha!

- Então tudo bem. Vai ser um prazer jantar aqui. - afirma. - Só tenho que avisar minha mãe.

Observo ela puxar o celular do bolso e sair da cozinha, acho que ela iria falar com a mãe.

- Ótimo, vou começar a preparar. - minha mãe fala, começando a mexer nas panelas.

- Mas já? Não está muito cedo não? - pergunto me encostando no balcão e cruzando os braços.

- Está achando que é que horas, menina? Já são quase seis horas.

Arregalo os olhos, enquanto pego meu celular para ver a hora. O tempo passou muito rápido. Quando o Bruno saiu ainda eram três horas, e agora já são seis.

- O tempo passou muito rápido. - co mento.

- Pois é. - concorda. - Agora vai lá fazer companhia para sua amiga.

Anonymous (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora