《 49 》

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As seis e meia do dia seguinte, eu já estava de pé. A aula iria começar só lá pelas sete e meia, então tinha tempo sobrando.

- BOM DIA, MIAAAAAAAAAAAAMII - pulo com o susto e coloco a mão no coração, sentindo as batidas aumentarem. - Hoje o dia promete.

Olho para a janela do meu quarto e vejo Alvaro na janela do quarto dele. Me aproximo e percebo que está tocando uma música, a mesma de ontem. Como é que uma pessoa acorda tão feliz assim?

- Bom dia, Carol. - fala assim que me vê. - Ai, eu estou muito gringa, só falo em inglês agora, dá licença.

Depois de longas horas de conversa ontem a noite, descobri que ele é meu novo vizinho, tanto de casa quanto de janela. Descobri também que o mesmo vai estudar na mesma escola que eu, o que tenho certeza que vai ser divertido.

- Bom dia. - sorriu enquanto coço meus olhos com as costas da mão.

- Pronta para ir a escola? - se apoia na janela. Nego. - Não? Que é isso, mulher? Que negócio é esse? Vamos, se anime, a vida é bela e a gente também.

- Só você mesmo, Alvaro. - rio negando com a cabeça.

- Claro, sou única. Agora deixa eu ir me arrumar para conhecer os gringos. - fala.

Ele sai de perto da janela, e eu também. Tenho que me arrumar!

{...}

- Já estou indo mãe. - falo enquanto pego minhas chaves.

- Boa aula. - ouço ela responder.

Saio de casa e vou para a calçada, logo Alvaro aparece. Ele estava vestido com uma calça jeans, uma camisa polo preta e um tênis preto com branco.

- Vamos? - pergunta quando chega próximo a mim.

- Não - nego. - ainda tenho que esperar o Bruno.

- Bruno? Nome de um dos meus ex namorados. - coloca um dedo na boca fazendo bico. - Quem é Bruno?

- Meu amigo. - respondo trocando o peso da minha perna. Eram sete horas e Bruno normalmente chegava aqui esse horário, já devia estar perto.

Nós vamos para escola á pé todos os dias juntos, ele mora a alguns quarteirões daqui, nada muito longe, e a escola é perto também. Não tão perto quanto a casa dele, mas é perto.

- E então, você vai me apresentar sua namoradinha hoje? - Álvaro pergunta.

- Ela não é minha namoradinha. - digo corada.

- É namorada?

- Não!

- Peguete?

- O que é isso mesmo?

- Vocês aqui não sabem as gírias brasileiras, não sabem o que estão perdendo. - fala incrédulo. - Peguete é a mesma coisa que ficante.

- Ah... - penso um pouco. Não acho que Dayane se encaixe no termo "peguete", já que só ficamos uma única vez. Ou encaixa? Não... - Ela também não é minha peguete.

- Nossa, e o que vocês são?

- Amigas? - arrisco.

- Pensei que vocês gringos fosse mais interessantes. Lá no Brasil não era assim não.

- Bom dia, amiga. - ouço a voz de Bruno atrás de mim. - Quem é esse?

- Bom dia, amigo. - me viro e o abraço. - Bruno, esse é o Alvaro, meu novo vizinho, amigo e colega de classe. E Alvaro, esse é o Bruno, meu melhor amigo.

- É isso ai, melhor amigo, como um irmão de mães diferentes. - Bruno completa olhando com uma cara que eu não consegui identificar para Alvaro.

É impressão minha ou tem alguém com ciúmes aqui?

Anonymous (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora