《 68 》

3K 264 48
                                    

Nervosismo era o que me definia nesse momento.

Depois da pergunta que eu havia feito, Carol não falou nada, o que aumentou ainda mais meu nervosismo. Ela continua me olhando fixamente, com a boca entreaberta e os olhos arregalados.

Se antes de eu conhecer Caroline alguém chegasse em mim e me dissesse que eu estaria nervosa e ansiosa apenas para ouvir um simples "sim" ou, por mais que eu não queira pensar na possibilidade, um "não", eu conserteza riría da cara do indivíduo, perguntaria se ele estava usando drogas e sairia com alguma garota antes de ouvir a resposta. Isso pode ser uma frase clichê, típica de filmes e livros, mas, afinal, quem não gosta de clichês?

Até um tempo atrás, eu.

Hoje percebo que faço tudo que estiver ao meu alcance para viver um com Carol.

- Eai? - pergunto nervosa. Ela não iria dizer nada?

- Você está me pedindo em namoro?

- Sim, parece que você que está sendo a lerda agora.

- Não! - meu coração erra uma batida ao ouvir isso.

- O que? - solto suas mãos, passando as minhas em meus cabelos, nervosa. - Não? Você não aceita namorar comigo? Por que? O que foi que eu fiz de errado? Foi o que eu disse né? Claro que foi, como posso ser tão idiota, foi tão simples. Eu deveria ter planejado algo melhor! Você merece mais que isso! - falo rapidamente, atropelando as palavras, fazendo com que nem eu mesma me entenda.

Eu sou uma idiota! Não mereço ela, ela é demais para mim!

- Day, para. - ela puxa minhas mãos para ela, rindo. - Eu não falei não, apenas falei que não sou lerda!

- Então... hum, não foi um pedido negado? - ela nega sorrindo. - Certeza? - nega. - VOCÊ NÃO TEM CERTEZA?

- O que? Claro que tenho!

- Mas você negou. - estreito os olhos.

- Eu me confundi, tá? Me deixa. - joga um cacho do seu cabelo para trás e me olha fixamente, é como se ela pudesse ver minha alma. - Eu aceito ser sua namorada, Dayane. - e, ao falar isso, ela pula em cima de mim, fazendo eu ir de encontro ao chão, com ela sobre mim.

Ela me olha rindo, me fazendo rir também, seu cabelo estava cobrindo completamente seu rosto. Subo minha mão direita e jogo ele para trás, me fazendo enxergar seu rosto melhor.

- Sério? - pergunto e ela assente, me puxando para um beijo.

Sabe aquele momento que você se sente nas nuvens? Como se não existisse mais nada ao seu redor, só aquela pessoa especial? É isso que eu estou sentindo agora! Quando nossas bocas se chocam uma na outra, é como se fosse a primeira vez; o nosso primeiro beijo. Como se antes de a gente se conhecer, vivêssemos em uma torre, trancafiadas sem conhecer ninguém, sem nunca ter beijado ninguém. É uma explosão de sentimentos!

Levo minha mão até sua cintura, apertando-a, já a outra eu coloco em sua nuca, aprofundando mais o beijo. Abro um pouco minhas pernas, para que ela se encaixe entre elas. O beijo não era tão calmo, mas também não era rápido, estávamos apenas nos curtindo, sem pressa de nada. Aproveitando uma a outra.

Paramos o beijo, comigo mordendo seu lábio levemente. Ela encostou sua testa na minha e ficou me encarando, enquanto sorria. A mesma continuou onde estava, sobre meu corpo e com as pernas enrroscadas com as minhas.

- Vai chover! - murmura me encarando.

- O que?

- Eu disse que vai chover. - repete.

- Como sabe? - pergunto, e, antes que ela responda, percebo uma gota d'água cair sobre sua bochecha. Sorrio também. - É, vai chover.

Qualquer pessoa normal, ao perceber que irá começar a chover, correria para não se molhar, indo embora para algum lugar coberto. Mas quem disse que nós somos normais? Continuamos ali deitadas, conversando sobre a vida. Nisso, descobri que ela sempre quis ter um gatinho, mas seus pais nunca concordaram em ter um em casa, o que me deu uma grande ideia.

Logo uma chuva grossa começou a cair sobre nós, nos obrigando a juntar nossas coisas e correr para o carro, indo embora. Mas, mesmo que a gente tenha corrido, não evitou de nos molharmos.

Anonymous (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora