《 64 》

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No outro dia:

Point Of View Dayane

Tremedeira, mãos suando, borboletas no estômago, garganta seca e coração batendo fortemente no peito. Simplificando tudo isso, chegamos ao nervosismo. Isso é tudo que eu estou sentindo agora.

Podem até pensar que eu estou prestes a ter um derrame, AVC ou tendo uma crise de ansiedade, nem sei quais são os sintomas dos dois primeiros que citei, mas enfim. Não é isso, pelo menos eu acho que não é, nos últimos exames que fiz não deu nada. É apenas o bom e velho nervosismo.

Talvez nem tão bom assim.

Respiro e inspiro algumas vezes, antes de pegar minha mochila e sair do carro. Esse carro está sendo mais meu do que da minha mãe.

Caminho pelo campus da escola e vou até o pátio, achando quem eu queria. Ela estava conversando com Bruno e outro menino, esse último está de costas, mas chuto ser Alvaro pelo tamanho da bunda. Me aproximo sem que ela me veja e a abraço pela cintura, fazendo-a pular de susto.

- Que susto, Dayane! - exclama com a mão no coração. Sorrio.

- Bom dia, Ruiva. - beijo sua bochecha. - Como você está? Dormiu bem?

- Só não dormi melhor porque tive que acordar cedo. - revira os olhos. Ela pega em minhas mãos, que estavam e volta de sua cintura, e as aperta. - Bom dia, Day. E você, dormiu bem?

- Sim!

- Ai, queria um namorado! - olho para o menino com o cabelo tingido de ruivo, Alvaro. Ele estava se apoiando em Bruno, fazendo um bico considerávelmente estranho. - Para fazer um carinho em mim, um cafunézinho, depois ficar abraçado comigo assim. - aponta para mim e Carol.

- Você só fala nisso, Álvaro. - Bruno fala rindo. - Bom dia, Dayane. Só fala com a Carol agora é?

- Bom dia, Bruno. - sorrio. - E bom dia, Alvaro.

- Bom dia, Dayane! - sorri.

Um grupo de alunos passa por nós, indo em direção às salas de aula. Um dos meninos que está junto com o grupo, um moreno do sorriso bonito e olhos verdes, passa mais próximo à nós e cumprimenta Alvaro.

- Bom dia, Alvaro!

- Bom dia!? - responde confuso. Logo depois que o outro passa, ele se vira para nós mais confuso ainda. - Ih, como que ele sabe meu nome?

- Você está famoso, amigo. - Carol fala rindo.

- Até que ele é gatinho...

Deito minha cabeça na curva do seu pescoço e fico ali sentindo seu cheiro. Percebo que ela se arrepia e dou um sorriso, dando um beijo casto no local.

- Então, famosa Dayane... não tivemos a oportunidade de conversarmos direito ainda, não? - Álvaro pergunta, colocando as mãos na cintura.

- É, acho que sim. - estreito os olhos e franzo o cenho. - Eu sou famosa?

- Quando se é amigo da Carol você é uma super estrela. Nunca vi uma pessoa falar tanto de outra.

- Alvaro. - Carol o repreende, com o rosto corado.

- Bom saber disso. - rio. - Está livre depois da aula? - pergunto sussurrando. Ela concorda com a cabeça.

- Por que? - joga a cabeça para trás, apoiando-a em meu ombro e virando o rosto em direção ao meu, ficando a poucos centímetros dele.

- Surpresa. - dou-lhe um selinho e olho para frente, vendo Vitão olhando para cá. - Preciso ir, nos vemos na sala. - lhe dou mais um selinho e me afasto dela. - E Bruno, quero falar com você depois. - ele assente com a cabeça. - Tchau.

Saio de perto deles e vou até Vitão. Quando chego perto, ele passa os braços sobre meus ombros.

- Eai? - pergunta enquanto caminhamos em direção a sala, faltavam poucos minutos para o sinal para a primeira aula bater.

- Depois da aula. - respondo. - vou levar ela para aquele lugar. - sorrio nervosa.

- Vai dar certo, maninha, confia. - me encoraja.

- Deus te ouça, Victor. - respiro fundo. - Deus te ouça.



Anonymous (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora