《 66 》

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- Aqui está mais lindo do que eu me lembrava. - Carol exclama admirada, se encostando no pequeno muro. - E olha que não faz nem dois meses desde a ultima vez que estive aqui com você.

- É. - me aproximo dela, ficando ao seu lado no muro.

Havíamos acabado de chegar. Eram por volta das uma hora da tarde, normalmente o sol nesse horário estaria rachando de tão quente, mas graças a Deus ou a qualquer outro ser hoje o tempo estava meio nublado, mas não corria o risco de chover. Pelo menos eu acho que não...

- Por que me trouxe até aqui? - pergunta depois de um tempo calada.

- Eu já te falei, vou te matar e vender seus órgãos. - me aproximo dela.

- Pelo menos me levava para comer alguma coisa antes. - fala com a voz manhosa. - Meu espirito taurino está implorando por alimento.

- Não se preocupe, eu trouxe comida para nós. - me desencosto do muro. - Afinal de contas, não sou uma sequestradora tão má assim. - brinco.

- Desconfiei que não fosse. - ri.

Me afasto dela e vou até o carro, que não estava muito longe de onde estávamos.

- Quer ajuda com alguma coisa? - ela pergunta se aproximando de mim, depois de eu abrir o porta-malas.

- Já que você insiste. - pego o violão e entrego para ela. - Pode levar isso.

- Não sabia que você sabia tocar. - fala depois de pegar o instrumento.

- Poucos sabem. - dou de ombros.

Pego a cesta e, sem que Carol veja, pego a pequena caixa também e escondo dentro da cesta.

- Vamos.

Fomos para de baixo de uma árvore que havia ali. Eu pego uma toalha quadriculada que tinha dentro da cesta e estendo no chão, espalhando as comidas que eu havia trago sobre ela. O clichê dos piqueniques!

- Na maioria dos piqueniques que eu vejo em filmes, as comidas são todas naturais. Frutas, sanduíches naturais, suco, bolos - Carol fala se sentando em cima da toalha, no canto. - Você decidiu quebrar o tabu e trocou as coisas saudáveis, por não-saudáveis.

- Ei, isso aqui. - pego uma jarra de suco. - É de maracujá natural, okay?

- E os outros?

- São naturais também! - pego um hambúrguer. - Natural do Mcdonald. - sorrio.

Eu havia trago na cesta hambúrgueres, refrigerante, suco e alguns morangos com chocolate, para a sobremesa. Esse último ainda está dentro da cesta. Eu não optei por trazer outras coisas, como o bolo que ela falou, porque iria ser nosso almoço, e vamos concordar que bolo no almoço não é legal.

- Você comprou isso tudo antes de ir para a escola?

- Não. - nego. - Vitão foi comprar para mim na hora do intervalo e deixou no meu carro.

- Ah.

A observo pegar um dos hambúrgueres e os levar até a boca, mordendo-o. Eu acompanho tudo pelo olhar, dos movimentos da sua boca quando vai morder a comida, até os movimentos da sua língua quando ela lambe os próprios lábios, para tirar o molho que havia ficado.

Como ela consegue ser tão linda mesmo com o cabelo amarrado em um coque alto e com a boca suja de molho de hambúrguer?

- Não vai comer? - ela pergunta me olhando.

- Ahn?

- Vai me deixar comer sozinha?

- Ah, não. - pego um hambúrguer e começo a come-lo também.

- Estava no mundo da lua? - bebe um pouco do suco. Ela é rara, são poucas as pessoas que preferem beber suco do que refrigerante.

Não, no do sol, mais conhecido como Carol Biazin!

- Só estava pensando em umas coisas. - respondo. - Nada de mais.

Anonymous (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora