IV

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- Mary... - resmungo. - Mary! - acordo em um pulo.

- Ele veio me matar!? - Tessa me olha como se um terceiro olho tivesse aparecido em minha testa.

- Não, mas a polícia está aqui. - franzo o cenho.

- Mas não dei o endereço daqui de casa. - ela sorri.

- Eles ligaram para seu celular. Atendi e disse para virem. Querem um retrato falado do assassino. - assinto.

- Claro. Posso fazer isso... - digo e sinto uma certa apreensão. Farei o possível para que aquele louco seja preso.

- Te espero lá embaixo. - assinto. Me levanto assim que ela sai pela porta. Me troco rapidamente e desço. Os policiais sorriem.

- Senhorita Mark! É um prazer conhecê-la. - sorrio nervosamente. "Definitivamente não é um prazer conhecê-lo senhor policial!" Termino de descer e cumprimento os homens. Me sento no sofá. Tia Molly já deve ter ido trabalhar. Tessa para na porta.

- Vou para a universidade ok? Fique bem. - assinto.

- Boa aula Tessa. - Digo enquanto ela fecha a porta. Encaro os policiais.

- Então... Senhorita Mark. Não conseguimos capturar o homem pelo que já sabe. Não sabemos como, mas ele saiu do beco de alguma forma enquanto estávamos chegando... Achamos que ele subiu a escada na lateral do prédio e escapou levando os corpos. - o policial começa a gargalhar - Eu sei que soa como uma grande mentira. - ele suspira e aperta as mãos. - Mas escapou... Bem... Sabe como ele é certo? - assinto.

- Bem... Ele era grande, forte e ... - "Pare de destacar as características dele dessa forma!" Sorrio e encaro o policial ao lado do que me questionou. Ele está com uma prancheta e um lápis. Aponto para a prancheta. - Só o rosto não é? - ele assente. - Ok... Bem... - engulo seco. Maldito do cabelo branco eu farei com que esteja atrás das grades! - Ele tem heterocromia, cabelos brancos, maxilar bem másculo sabe... Tipo aqueles atores e modelos de babar que aparece nas revist... - paro de falar e sorrio nervosamente. "Vão achar que você tem uma Tara por assassinos Mary!" - Bem... Ele tinha o maxilar bem definido sabe. Quadrado? - olho para os polícias confusa. - Estou explicando direito? - o homem ri e assente.

- Parece ser muito bonito senhorita Mark. Certamente deve ser um psicopata! - ele diz rindo. Aponto o dedo para ele rindo.

- Isso! Foi o que pensei! - salto do sofá. - Sabia que tinha vocação para essas coisas da cabeça... Eu podia virar médica não é? - olho para o policial e meu sorriso morre. Me sento e cruzo as pernas. Respiro fundo me recompondo. Sempre sonhei alto demais. - Ele tinha um nariz normal... Não era grande e nem pequeno e sua boca... Era bem desenhada e bem carnuda. - meu coração dispara. A cena retorna e me apavoro um pouco - e tinha sangue ao redor... Ele matou os homens com as próprias mãos... - Balbucio. Os policiais suspiram.

- Quer que um psicólogo visite você? Parece bem perturbada com o acontecido... - nego.

- Estou bem... Quer dizer, quem nunca presenciou um assassinato onde um homem só de calça jeans mata dois de uma vez com as próprias mãos e ainda se delicia no sangue deles. - rio nervosamente e antes que controle as lágrimas elas descem. Céus! Minha mente está uma bagunça. Realmente vi aquilo. Coloco as mãos no rosto e volto a chorar. Eu era uma pessoa complicada antes, mas jamais pensei em tirar a vida de ninguém.

Fico alguns minutos me debulhando em lágrimas e quando levanto a cabeça o homem está me encarando um pouco preocupado.

- Você vai ficar bem? - assinto. "Nada que um bom banho e descanso não ajudem!" Eles se levantam e os acompanho até a porta. Um deles estende a mão e sorri.

- Obrigado pela ajuda senhorita Mark. Vou me certificar de que esse homem seja preso. - assinto.

- Ficarei agradecida. - digo e sorrio. Eles saem e se distanciam. Fico sozinha em casa e sigo para o banheiro. Escovo os dentes e saio. Tomo café e confiro o relógio. Saio de casa e sigo para a casa que cuido de umas crianças. Meu segundo emprego para garantir que eu não seja um peso para a tia Molly.

Cuido das crianças até a mulher voltar todas as vezes. Me surpreendo quando a mãe das crianças chegam mais cedo. Sorrio.

- Que milagre Mag! - digo e ela sorri.

- Hoje meu chefe me liberou mais cedo. Vou levar as crianças para passear esse final de semana. - sorrio.

- Então não vai precisar de mim? - ela nega.

- Obrigada Mary... - assinto.

- Já vou... Vou aproveitar para fazer o almoço de Tessa. - Tia Molly somente janta em casa. Me abaixo perto de Rubens e Chris. - Se comportem viu e se divirtam no passeio. - digo. Eles me abraçam. Retribuo o abraço e me afasto. Olho para Mag. - Até mais Mag. - digo me distanciando da casa dela. Caminho de volta para casa e me surpreendo com o clima frio. Esse ano com toda a certeza teremos um inverno rigoroso.

Assim que estou em frente a calçada vejo Tessa rindo e conversando com uma moça. Duas criança pequenas correm entre as árvores do jardim e dois homens com cabelos presos em coques estão parados. Um deles veste um smoking e tem os cabelos negros. O outro veste calça preta e uma camisa branca de botões com uma jaqueta preta por cima e tem os cabelos brancos. Meu coração acelera. Cabelos brancos?

Não seria possível seria?

Rio internamente.

Não... Claro que não. Imagine! Um assassino no nosso quintal e conversando com Tessa. E com a família ainda por cima! Não...

Claro que não.

Engulo seco e caminho para a casa. Abro o portão e entro. Tessa ao me ver fica tensa.

- Mary! - ela grita e acena. - Em casa tão cedo!? - sorrio. Os rapazes continuam de costas. A moça ruiva sorri para mim e parece super gentil. As crianças correm em minha direção e o homem com smoking vem atrás deles. Me coloco sobre os joelhos e abro os braços. Eles riem e me abraçam. "Que desinibidos!" Geralmente crianças são mais retraídas ao conhecer alguém.

- Lux! Nox! Soltem a moça agora. - a voz do homem de Smoking é severa. Olho para ele e sorrio

- Tudo bem... São só crianças.

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora