XXVI

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- Por qual motivo? - encaro ele. Ele continua com os olhos violetas.

- Por que é da minha boca. - digo. Ele sorri.

- Vamos para casa? - Assinto. Me sinto cheia. Ele se levanta e entra no restaurante. Coloca algo sobre o balcão e retorna. Me levanto e caminho ao seu lado. Drake passa um braço por trás e mantém uma mão na minha cintura. Olho para ele e franzo o cenho.

- Vai ir comigo até lá assim? - ele me olha de relance.

- Sim. - olho para minha cintura.

- Acho que não. - tento tirar sua mão.

- Todos os seres alados no vilarejo já foram avisados que você estaria por aqui. Estou avisando o por quê tem uma humana aqui. É a primeira vez que uma humana entra em Pearl. - olho para ele aturdida.

- Sério? - ele assente.

- Somos proibidos de sair de Pearl por causa dos humanos do outro lado. Seria um problema se um ser alado quisesse uma mulher de lá. - olho para ele e arqueio uma sobrancelha. Ele sorri graciosamente. - Acho que eles tem razão em proibir nossa saída. - ele diz. Sorrio.

- Você é muito sínico! - ele dá de ombros.

- Sou! - ele me olha de lado. - Sou várias coisas Mary. Quer que eu lhe mostre o que posso ser entre quatro paredes e sem alguém me arrancando de cima de você? - sinto um frio na barriga.

- Guarde esse pensamento com você até chegarmos em sua casa. - sorrio. Ele me olha sério.

- É sua casa. - nego.

- Não, não é. É sua casa. Estou apenas de visita. Você ainda vai me levar de volta lembra? - ele aperta o maxilar.

- Lembro... - ele parece de mal humor.

- Você é bem bipolar. - digo em voz baixa. Ele gira parando atrás de mim e sou tirada do chão. Ele voa em direção a casa e não demora muito até ele pousar na entrada. Ele me mantém nos braços e não consigo tocar o chão. Ele abre a porta e entramos.

- Drake! Achou Mary! Gruto está feliz. - olho para a sala e vejo Gruto pulando no sofá. Ele me solta e mantém a porta aberta.

- Vai passear. Quero ficar sozinho com Mary. - Gruto cruza os braços e sai pisando duro.

- Gruto não entende, mas vai sair! - ele sai e Drake fecha a porta.

- Não deveria tirar ele assim. - Drake revira os olhos.

- Ele vai voltar amanhã. - ele diz. - Ada só me deu hoje de tempo livre. - Ele começa a abrir os botões da camisa.

- Drake? - meu coração acelera. Olho para ele com um olhar interrogativo.

- Estou guardando o pensamento, mas quero agora. - ele diz e nego. Lembro que Ada me disse que seres alados são bem possessivos e seria um problema se ele começasse a agir assim. Jamais conseguiria voltar para casa.

- Não vai acontecer nada. - digo com autoridade. Ele me olha com os olhos brilhando em violeta.

- Vai. - ele diz e tira a camisa. Engulo seco e cruzo os braços.

- Pare Drake! Vou fugir de você se me tocar. - ele me encara e aperta o maxilar.

- Ada colocou minhocas em sua cabeça? - nego.

- Ela apenas me disse que era para me proteger. - Ele se vira para a sala e caminha se sentando e acariciando uma asa.

- O que ela disse?

- Primeiro... Você entende que sou humana? - ele bufa.

- Até você? Já disse milhares de vezes a todos que sim. - "Menos mal!"

- Sabe que sou frágil? - ele assente. - Sabe que posso morrer? - ele revira os olhos.

- Não vou te matar. Nem te torturar! - ele se levanta e caminha pela sala. - Por que estão se metendo se nem sabem o que farei? Eu não vou te machucar! Não sou um perturbado com problemas de autocontrole. - ele para de caminhar e me encara com sorriso malicioso. - Ainda ... - abro a boca e fecho novamente.

- Isso é uma ameaça? - ele nega e ri.

- Estou brincando. Mary... - ele caminha em minha direção e me ergue do chão. Sou colocada contra a parede e ele mete um joelho entre minhas pernas. O vestido sobe e se amontoa perto das minhas coxas. Ele me coloca sentada em sua coxa e mantém o joelho apoiado na parede. Ele solta minha cintura e apoio minhas mãos em seu ombro. Ele me encara - Não preciso usar minha força inteira para te ter. Nem quero. - olho para ele e suspiro.

- Ada me disse que você vai sair batendo em quem respirar errado do meu lado. - ele nega.

- Não é assim! - ele faz uma careta. - Talvez ela tenha exagerado um pouco. Miguel faz isso. - aperto as pálpebras.

- Drake ... - ele ri.

- Não vou sair batendo em ninguém! Hoje de manhã foi uma exceção. Você estava me chamando e parecia assustada. - ele fecha a cara e seus ficam vermelhos - E estava nua. - ele suaviza o olhar. - Quer uma prova que serei bonzinho? - nego.

- Não adianta. Não vai rolar. - ele parece decepcionado.

- Você gosta do Humano? - nego.

- Não exatamente. - "Você que permeia meu sono!"

- Então, por quê? - encaro seu olhar. Olho para cada detalhe de seu rosto. Sua boca parece sempre me convidar e seus olhos são realmente chamativos. Seu olhar é algo que não me canso de ver. Feliz, confuso, triste, bravo, sério... Não importa. Ele é algo impressionante.

- Por que não sabemos se vai dar certo. Amanhã ou depois você pode encontrar alguém que possa fazer o que eu não consigo. - ele aperta o maxilar.

- Você não disse isso.

- Mas é verdade. - ele segura minha cintura e baixa a perna. Sou colocada no chão e ele se afasta. - Drake! Não vire as costas enquanto falo. - ele sobe as escadas e as asas se arrastam. Ele para nos degraus.

- Você acaba de dizer indiretamente que estou brincando com seus sentimentos. Desculpe Mary, mas jamais conheceu um Alado para dizer isso. Não nos relacionamos facilmente e nem saímos pegando todas as mulheres do reino. - ele volta a subir.

- Drake! Eu não te chamei de galinha! - ele sobe.

- Que bom! Por que minhas penas são bem mais macias que a de uma galinha! - levo a mão a testa. "Não quis dizer isso!" Subo as escadas.

- Não disse que você é um boêmio! - ele se joga na cama.

- Ótimo! Por que não sou! - ele diz. Mordo o lábio. "Droga! Estou me expressando mal!"

- E se eu permitir e nós dois não sermos bons um para o outro? - ele se levanta abrindo a calça.

- Vou tirar todas essas dúvidas. Sobe na cama.

- Não! Estamos conversando!

- Ótimo! Podemos conversar enquanto eu te provo. - nego. Ele joga a calça para o lado e fica somente de Boxers. Corro para fora do quarto e quando piso no primeiro degrau sou tirada do chão. Ele roda a cozinha e a sala e volta a entrar no quarto me deixando sobre a cama. Tento sair, mas assim que tento sou puxada pelo calcanhar. - Mary... Pare de fugir. - olho para ele e dou risada.

- Pare de me puxar! - ele sorri e nega.

- Se eu rasgar o vestido de Ada ela ficará furiosa, então não me obrigue. - sento na cama e olho para ele.

- Tenho medo de arriscar. - digo. Ele assente e engatinha na cama. Ele deita sobre mim e estende as asas abertas de um lado e outro.

- Eu não... Apenas aproveite enquanto te ensino algumas coisas básicas sobre Alados baby.

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora