XIX

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Ela me expulsou do quarto e nem me deu o direito de defesa. Não ia focar no corpo dela. Manteria meus olhos em seu rosto. Só minhas mãos que iriam percorrer seu corpo e eu sequer ousaria tentar algo indevido. Alguém esmurra a porta e isso faz meu sangue ferver. Meu dia de folga anda bem movimentado. Abro a porta.

- Que diabos você qu... - Aigon Está parado me observando. Diminuo o tom de voz. - Olá Aigon. A que devo a honra de sua visita? - ele olha ao redor dentro da casa e amaldiçoo Téo.

- Está sozinho? - Assinto me mantendo perto da porta. Ele olha em volta.

- Téo me disse que trouxe uma mulher para cá. Cadê ela? - meu coração acelera. Só tem dois caras que podem me colocar em coma. Faruk e Aigon. Sorrio.

- Mulher? Que loucura... Sabe que não estou interessado em relacionamentos. - ele passa por mim e entra dentro da casa. Torço para que Mary não faça barulho. Ele analisa a cozinha e a sala.

- Como ela se chama? - ele definitivamente não está acreditando em mim.

- Eu já disse que...

- Faruk me alertou dizendo que se você trouxesse alguém para cá eu deveria avisar ele. Parece que é uma humana. Sabe que Alados não ficam com mulheres humanas. Agora... Cadê ela? - ele se vira e me encara. Aponta para as escadas. - Devo subir? - nego.

- Aigon... Que tal conversar comigo? - ele nega.

- Você está escondendo ela Drake? - nego.

- Jamais faria isso. - digo. Ele ri.

- Você só pode estar louco! - ele diz. - Seus olhos te entregam. Brilham de medo. Tem medo que eu a tire daqui não é? - minhas mãos suam.

- Faria isso? - ele me encara.

- Deveria? - nego.

- Não encostei um dedo nela. - ele assente.

- Vamos ver. - ele sobe as escadas e salto voando para as escadas. Chuto seu peito e ele rola escadas abaixo.

- Ela não está vestida agora. - ele arregala os olhos.

- Você... - "Parabéns Drake! Frase errada!" Nego.

- Eu não... - ele gira no chão e pega impulso me acertando no abdômen. O ferimento dói. Sou arremessado dentro do quarto e bato contra a parede. Minha asa lateja. Solto um gemido de dor. Olho para a porta. Ele entra dentro do quarto e olha para a banheira. Seu olhar se torna terrível e seus olhos brilham em vermelho.

- Não acreditei quando Téo disse, mas é verdade. Você arrastou uma Humana para sua casa. Enlouqueceu Drake?! - ele grita. Ele avança em direção a Mary e sinto meu corpo reagir. Pego impulso e salto sobre ele. Ele cai e soco seu rosto. Me mantenho sobre ele e meus olhos e pele queimam de raiva. Soco seu rosto e ele apenas se protege. Ele tira um braço e acerta o ferimento do meu abdômen. Cerro os dentes. Sou arremessado para trás e bato as asas para evitar acertar a parede. Ele se coloca de pé. Vôo novamente em direção a ele e sou imobilizado no chão.

- Calma! Não vou ver ela. Não vou vê-la nua. Se acalma. - ele diz e ofego. Quero arrancar sua cabeça. Ele olha para Mary. - Você pode por favor fazer ele parar, se eu soltar ele vai voltar a tentar me matar. - rosno de raiva. Tento me soltar e ele me segura. Foca o olhar novamente em mim. - Pare Drake!

- Drake! - Mary grita. Paro de forçar e olho em sua direção. - Ouça seu amigo. Ele não vai me ver... Bem... - ela fica vermelha e envergonhada. - Vocês poderiam sair daqui? - ela pede e olho para Aigon. Ele aperta o maxilar.

- Vou soltar. - assinto. Ele sai de cima de mim e caminha para a porta. Me levanto e olho em direção a Mary. Realmente não dá para ver seu corpo. Ela se move na água com espumas.

- Saí Drake! - ela ordena e olho para Aigon. Ele balança a cabeça. Caminho para fora do quarto. Desço as escadas e ele me olha com certo receio.

- Tocou ela? - assinto.

- Mas não dessa forma. Pode acreditar. Poupe Faruk de saber. Ada arrancaría Mary daqui e estou tentando verdadeiramente convencer ela que sou um bom partido. - ele fecha os olhos e inspira. Abre novamente e me encara.

- Vou confiar em você. Então não estrague tudo. Vamos aparecer sempre ok? Então não tente nada. - Assinto.

- Ok. - ele se vira para a porta e me encara.

- Amanhã você volta ao serviço. Tem certeza que é seguro deixar ela aqui sozinha? Sabe que está sendo alvo. - assinto.

- Eles não sabem onde moro. - Aigon aperta o maxilar.

- Você não está medindo os riscos não é? Espero que sua vontade de mantê-la não se vire contra você. Seria terrível se ela fosse capturada. - ele abre a porta da frente e sai. Pondero suas palavras. Será que estou arriscando a vida de Mary? Olho em volta.

Não sabem onde moro e também não seriam burros o suficiente para entrar aqui. Eu seria impiedoso com eles e eles sabem disso. Suspiro. Quatro dias atrás o castelo foi atacado por estrangeiros. Dois estão presos e um está morto por que tentou acertar uma adaga no coração de Ada. Eles são mortais de alguma parte de Pearl. Creio que são viajantes que estão tentando assumir a cidade, mas como são parecidos com os mortais não sabemos diferenciar. Não são bruxos. Suas características e roupas dizem isso. Eles se misturam no meio dos habitantes do vilarejo e por isso as patrulhas das fadas, alados e guardas mortais aumentou. Podem ter mais deles entre nós. Eles sabem usar magia e me atingiram em cheio. Não achei que sabiam e meu erro foi subestimar os estrangeiros. Feriram meu rosto. Ontem fui atrás de um que tinha fugido para a floresta verde, mas acabei encurralado. Tinham armadilhas espalhadas pela floresta e acabei sendo atingido na asa. Depois fiquei atento. Faruk pediu que trouxessem ele vivo para descobrirem o que queriam. A chance de um dos dois falar é maior. Um apenas poderia morrer sem dizer. Não nos garante que o outro diga, mas é alguma coisa. Bem... Capturei o homem, mas ele me feriu o abdômen. As táticas de lutas deles são melhores do que as táticas dos que matei primeiro.

"Preciso disfarçar Mary."

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora