XXXIX

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Ofego e saio de seu colo rapidamente.

- Mary... Não vou te machucar! Você ouviu essa parte? - ele suspira e me encara. Volto a me encolher.

- Quero ir para casa... - ele Arqueia uma sobrancelha.

- Nossa casa ou a casa de Tessa?

- Minha casa e sim! É onde Tessa vive. - digo. Ele me encara com certo nervosismo e sai da cama caminhando em direção a porta.

- Te levarei. - meu coração acelera.

- Mesmo? - ele para perto da porta.

- Quer ir? Ótimo. Vou te dizer o que vai acontecer comigo e então te levarei. - ele se escora na porta e me encara de longe. Seu olhar lembra o de uma criança zangada. Ele cruza os braços e começa - Primeiro meu corpo começa a esquentar e começo a suar. Sinto como se o ar fosse desaparecendo dos meus pulmões e finalmente uma dor profunda parede me dilacerar por dentro. - ele coloca a mão sobre o peito esquerdo. - Principalmente aqui. - faço uma careta. Ele ameaça rir e desvio o olhar.

- Está brincando comigo. - ofego quando sinto ele novamente na cama e a centímetros de mim.

- Já mexi com seu coração? - nego. Ainda quero ir para casa.

- Quero ir para casa. - ele se senta na cama e me encara. Olho para ele com o mesmo olhar desafiador.

- Você age como Nox e Lux! - ele diz friamente. Aperto as pálpebras.

- Eu? Está me chamando de criança!? - gralho. Eu acabei de ser torturada, ver ele matando e me ameaçando, apagaram minha memória para que ele se aproximasse de mim. Me sinto uma presa sendo caçada. Ele sorri e assente. Seus olhos descem divertidos dos meus olhos para minha boca.

- Mas eu realmente não sinto vontade de brincar com você como brinco com eles. - engulo seco.

- Não ouse dizer a frase...

- Quer brincar Mary? - ele pergunta e engulo seco.

- Não! - ele disse! Ele disse a maldita frase que sempre diz quando estou assustada.

- Eu quero. - ele mantém os olhos na minha boca. - Faremos assim... Eu começo te beijando e sentindo seu gosto e posso descer mais... Não precisa se livrar do vestido. Posso levantar e beijar mais abaixo. - seus olhos cruzam com os meus. Desvio o olhar.

- Se se aproximar demais eu grito. - parece que estou vivendo a cena daquele dia, mas dessa vez estou tentando evitar que esse cara suado e sedento me tome aqui. Ele suspira.

- Então serei piedoso. Posso simplesmente te dizer o que pretendo fazer. Imagine... - a voz dele está mais grave e é algo que não posso ignorar. Alguém abre a porta. Ada e Faruk Estão parados observando nós dois.

- Mary... Quer que nós tiremos ele? - ela diz. Os olhos de Drake se tornam amarelos. Ele balança a cabeça levemente como se implorasse mais tempo. Encaro ele e vejo ele juntar as asas um pouco. Olho para Ada e evito olhar para os olhos sombrios de Faruk. Olho para Drake.

- Quer brincar Drake? - ele franze o cenho e Arqueia uma sobrancelha. Seus olhos vão do amarelo ao violeta. - Faremos assim... Você me deixa ir e fica livre e penso durante uma semana. - ele nega.

- Não... - ele sussurra. - Vem comigo. Pensa na nossa casa. Prometo não te tocar lá. Dessa vez cumprirei com o que digo.

- Ela não quer! Você tinha que escolher uma humana Drake!? - A voz de Faruk está cheia de raiva direcionada a mim. Drake fica sério.

- Volte para sua casa Mary... - ele sai da cama. - Foi bom te conhecer. - ele diz e passa por Ada e Faruk. Faruk coloca a mão na testa e suspira.

- Ada... Tire a humana de Pearl. - ele se vira e sai. - Vou tentar evitar uma morte. - ele sai e Ada fica me encarando.

- Está decidida? Vai perder ele. Para sempre. Ele é um bom alado Mary... É um dos nossos substitutos caso aconteça algo conosco. - ela me olha com ternura. Sinto um nó na garganta. A imensa confusão que estou e esse mundo que parece estar só em minha cabeça me atormenta. Se eu pudesse acordar ficaria imensamente feliz. Ela se senta e abre os braços. - Vem cá. Precisei de um abraço várias vezes enquanto embarcava nessa loucura, mas não tinha exatamente alguém que me entendia. - soluço. Me jogo nos seus braços e ela me aperta. - Pode chorar Mary... Sei que não é fácil abandonar tudo... Ainda mais quando o homem que você se interessa tem as mãos machadas de sangue. - ela acaricia meus cabelos.

Fico horas chorando e perco a noção do tempo. Ada se arruma na cama e descansa as asas. Me deito em seu colo e adormeço chorando.

***


Estou sentado na porta do castelo. Ver Mary realmente me acalmou. Não vou forçar ela a ficar, mas me sinto realmente chateado.

- Vai ficar aqui a tarde toda? Sequer almoçou. - Téo se senta ao meu lado. Encaro ele de relance e volto a olhar para o lago e a ponte de ossos.

- Pareço aterrorizante para você? - Téo gargalha.

- Você quase me matou mais cedo. Para mim você parece muito aterrorizante. - suspiro e minhas asas caem mais. Devo parecer literalmente bem frágil.

- Quer sair e beber algo? Que tal? - nego e olho para os degraus.

- Não vou beber por causa disso. Estou esperando Ada aparecer com ela. - digo e começo a desamarrar um cadarço do coturno.

- Ela está dormindo. Ada não saiu do quarto. Por que acha que o tempo está escuro assim? Faruk odeia a humana por sua causa. - me sinto um pouco pior .

- Téo, você está me deixando pior. - digo. Ele ri alto.

- É minha vingança particular. Não preciso te socar e bem... Eu perderia de qualquer forma. - olho para ele e sorrio.

- Faruk e Ada protegem seu traseiro se eu ameaçar te matar. - digo rindo e ele soca meu braço de leve.

- Vou chamar eles em! - gargalho.

- Assume sua fraqueza? - ele assente.

- Pelo menos eu não matei a garota que gosto do coração! - aperto o maxilar. Sinto uma pontada no peito e temo que o medo descomunal de perder ela retorne.

- Me sinto bem melhor depois disso. - ele suspira.

- Não vou mais falar sobre isso. Relaxa. - ele diz. - Aliás... Faruk Quer me mandar para o outro lado para que eu investigue o tal mestre deles. Aparentemente é de lá. - Encaro Téo.

- Do lado humano? - ele assente. - Como descobriram sobre nós? - ele aperta o maxilar.

- Não sei cara, mas descobriram. Acho que não estamos mais seguros como achamos que estávamos. Pelo que parece, humanos com muito dinheiro, influência e poder sabem da existência de Pearl.

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora