XXXVI

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Assinto. Téo suspira e leva uma mão nos cabelos tirando do rosto.

- Céus! Mary... - olho novamente para Téo. - Ele não vai te ferir. Não faça isso com ele. É cruel. Até eu estou com dó de Drake. - balanço a cabeça.

- E eu? Não tenho o direito de me sentir amedrontada? Ele me ameaçou de morte! E matou duas pessoas na minha frente! - digo com a voz rouca.

- Baby... - olho para Drake. - Eu fiz aquilo por quê eram as ordens que eu tinha. Eles tentaram matar Nox e Lux. Por causa daqueles homens vi duas serviçais morrerem espumando pela boca... Era para Nox e Lux. Eles nem falam direito! - Encaro Drake. Olho para Ada.

- Me tira daqui. - peço. Ela me olha com pesar.

- Mary... Não faça isso. Eu sei o quanto é cruel. Não quebre o coração de um dos meus... Deixa ele te levar. Vamos ficar de olho nele e prometo que ele não vai te machucar. É só até chegar ao castelo. - nego. Pelo amor de Deus! Querem que ele me toque? Ele me apavora. Ada suspira. Drake aperta o maxilar e se vira caminhando contra uma árvore. Ele apoia a cabeça e soca o tronco dela. A árvore estremesse e um grito horripilante corta o ar. Soluço. Não quero que ele me toque ou se aproximem de mim. Téo me encara.

- Vou te erguer do chão está bem? - Assinto. As próximas cenas são rápidas. Um vento sopra do lado do meu rosto. Olho para trás. Téo rola no chão e Drake esta sobre ele.

- Drake! - Ada grita. - Merda! Faruk! Me ajude aqui! - ela grita e voa em direção aos dois. Téo consegue tirar e levanta poeira. Drake leva um soco no estômago, mas consegue jogar Téo para o alto. Téo bate asas e em segundos Drake não está mais no chão e sim atingindo ele no ar. Ada some com os dois no entre as copas e sinto quando alguém se abaixa perto de mim.

- Oi... - Aigon se senta de frente comigo. - Não vou te tocar. Acho que Drake não iria gostar disso. - ele aponta para minhas mãos amarradas. - Posso? - Assinto.

- Achei que não fosse me tocar. - ele ri e dá de ombros.

- Ele não está aqui ainda. Provavelmente vai descer daqui a pouco com Ada e Faruk imobilizando ele no chão. Ele segura minhas mão com uma só e puxa uma adaga da bota. - Deixe ele te levar. É só até o castelo. - nego veeemente.

- Você viu o que ele fez com Téo? Ele pode me machucar em segundos. Se ele me acerta daquela forma eu viro picadinho em segundos! - digo com a voz rouca. Aigon corta a corda que amarra minhas mãos.

- Não acho que ele vai te machucar. Ele só está preocupado e enlouquecido por ter sido obrigado a ficar longe de você assim. Você podia estar morta ou aqueles imbecis podiam ter feito algum mal para você. - ele liberta minhas mãos e tento me encolher. Meu corpo não funciona. Olho para meus pulsos feridos. Sou só uma mísera funcionária que frita batatas em uma lanchonete e cuida de duas crianças tão adoráveis quanto Nox e Lux. Fungo. Agora fui ameaçada de morte, torturada por uma sereia! Eu fui torturada por uma sereia! Desde quando essas coisas existem? Nunca sequer ouvi sobre elas e bem! Elas teriam uma calda de peixe e não pernas com escamas. Dormi com um homem de asas, precisamente, um alado. Minha vida virou de ponta cabeça em dias e não sei como voltar aquela vida tranquila e monótona que eu levava.

- Me leva Aigon... Só me tira daqui antes ele volte. Não quero Drake. - digo com um olhar penoso. Ele suspira.

- Humanas realmente tem problemas com nossos métodos não é? - olho para ele e ele me encara com desdém. - Acha que seria tranquilo assim se não existissem leis em Pearl? Eles não morrem atoa! Eles são presos e julgados pelos guardiões dependendo da atrocidade! Ada é justa e metade humana. Drake pode ter sangue puro de um alado e pode ser que não tenhamos misericórdia de nossos inimigos, mas isso não te faz juíza dele! Você e seu povo não deveriam julgar o meu! Vocês matam, roubam, estupram e torturam! Nós não torturamos e matamos atoa e não roubamos, estupramos nunca. Somos justos. Eles fazem, eles pagam! Infelizmente do seu lado existe uma criatura superior e amorosa que acolhe os bons! Aqui não Mary! - ele parece furioso e me assusto ainda mais com seu olhar sombrio. - Aqui criamos as leis! Aqui não existe alguém que nos julga depois da morte! Só temos os guardiões! Infelizmente, é isso que somos, mas vejo que sua humanidade é grande demais para compreender um alado. Então nunca! Jamais! - ele grita. - Nunca julgue as ações de um! - ele se levanta e me encara com desprezo. - Ainda não entendo como Drake pode ter escolhido uma humana! Fraca e assustada como você! - ele se afasta sinalizando para os outros alados alçarem vôo e levarem os prisioneiros e o lobo. Ouço um estrondo e poeira sobe. Drake atinge o chão e Faruk monta en suas costas. Ada pousa apontando uma espada para a cabeça dele e Téo pousam caindo de joelhos e tossindo sangue.

- Se mova e corto sua cabeça Drake! - ela diz com frieza. Seus olhos estão vermelhos. - Espero que pense sobre o que fez a Téo. Podia ter matado seu amigo. - Drake esta com o rosto contra a terra e Faruk está sentado sobre ele e com um pé em seu rosto. Uma mão segura os dois braços atrás da cabeça e a outra tem uma chama negra pairando contra a cabeça de Drake. Ada volta a espada para a bainha e se volta para Téo. Ela se abaixa perto dele. - Você está bem? Consegue chegar no castelo? - ele assente. Ada parece aliviada. - Vai. Levarei Mary.

- Ada... - a voz de Drake corta o ar. - Não... Deixe-me levar ela. - Ada caminha em minha direção dirigindo as palavras a Drake.

- Não! - ela grita e se volta para ele tampando minha visão. - Você dormiu com ela Drake! Não estaria agindo assim se não tivesse feito! Ela não é sua! Não funciona assim no mundo humano! Ela pode ter aceitado uma noite com você, mas não quer dizer que ela queira estar do seu lado! Pare de agir como um assassino e bater nos seus amigos! Téo queria levar ela, pois ela precisa de cuidados! - ela se volta para mim e me levanta nos braços. Ada é extremamente forte. Ela alça vôo e paira no ar olhando para baixo. - Está proibido de chegar perto de Mary outra vez sem que ela queira. Faruk! Acorrente ele e jogue nas masmorras!

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora