XVI

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- Você precisa cuidar dos meus ferimentos... A roupa atrapalha. Não se preocupe, estou com muita dor para conseguir te satisfazer agora. Preciso de cuidados primeiro. - Assinto. Me sinto um pouco aliviada por saber que ele não vai tentar me... Balanço a cabeça. "O que está pensando Mary!" Desço as escadas e quase caio. Corro para a cozinha e vejo que o fogão já está aceso. Abro as prateleiras e me surpreendo por estarem tão vazias. Pego um caneco e preencho com água. Coloco no fogo. "Ok! Estou sonhando!" Olho em volta. Tem um homem com asas no andar de cima. Asas! Ele tem asas. Alguém espanca a porta.

- Drake! Você está bem? - é uma voz masculina que nunca escutei antes. "Ajuda!" Corro para a porta e abro ela já falando.

- Não! Ele está ferido! Tem um corte no abdômen, nas asas e no rosto. - o homem está boquiaberto me encarando. Ele tem o cabelo violeta e as asas também. Ele também tem asas! E tem o cabelo violeta. Estou sonhando! Definitivamente. Ele me encara de cima em baixo.

- Ele te trouxe para cá? - ele pergunta.

- Sim, quer que eu cuide dele, mas estou desesperada. Ele está ferido. - o homem começa a rir sem parar e depois fica sério.

- Fez bem humana... Agora cuide bem dele, mas preciso conversar com ele. Se Ada ou Faruk descobrem vão querer cortar as asas dele ou decapita-lo. Outra coisa... - ele entra seguindo para as escadas. - Não deixe ele te tocar. - o home se vira. - Entende o que é tocar? - assinto. Acho que sei o que ele quer dizer. - Se isso acontecer você tem total direito de denunciar ele para os guardiões. - assinto. Ele volta a subir. Olho em volta. - Feche a porta Humana! - ele ordena e some nas escadas. Ofego. Olho em volta e fecho a porta. Fico parada absorvendo as coisas. Não estou sonhando. É real... Isso é real.

Tem um lugar dentro da floresta e é mágico. E tem pessoas com asas. E eles são grandes, fortes e parecem anjos. Engulo seco. Tem um anjo querendo me levar para a cama? Isso é pecado! Me sento no chão abismada. O que está havendo?! Por que essas coisas estão acontecendo? Olho em volta. A casa parece ser criada justamente para alguém com imensas asas. Ela é bem alta. Abro a boca em choque quando o anjo violeta bate contra a parede e cai rolando pelas escadas. Drake aparece no topo só de boxers.

- Sai Téo! Sai agora de dentro dessa casa. - ele grita. O corte do seu rosto parece ter desaparecido e está só com sangue, mas o do abdomen está bem feio. O anjo violeta se levanta rindo.

- Você realmente trouxe ela! Espero que não toque ela Drake... - ele fica sério e seu olhar é tão sombrio quanto o de Faruk. - Se fizer isso e eu sequer desconfiar te jogo nas masmorras eu mesmo! Você vai ficar trancafiado até aprender a controlar seu desejo. Ou eu vou fazer Aigon vir e lutar com você. E aí você vai ter que deixar ela ir embora. Consegue entender isso? - Drake aperta o maxilar.

- Entendo. - ele diz. O anjo violeta passa por mim e me encara com desdém.

- Se ele te tocar basta pensar em mim com o sentimento mais forte que sente em relação a mim e eu virei para te tirar daqui. - assinto. Ele sai e acordo para a vida. A água está fervendo. Drake ainda está em pé e me olha com os mesmos olhos famintos. Desvio o olhar para baixo e me engasgo. Baixo o olhar para o chão. Meu coração está a mil. Tem um anjo ... Coro. É até pecado dizer isso. Ignore o corpo dele Mary. Me levanto me sentindo estranha e uso um pano para pegar a caneca. Coloco a água em uma bacia e olho para as escadas. Drake sumiu. Respiro fundo. Se acalme ok? Ele é só um anjo e não vai tentar nada. Subo com a bacia e coloco ao lado da cama. Ele está sentado com os lençóis cobrindo da cintura para baixo. Agradeço internamente. Não terei que ver o que vi nas escadas. Posso dizer que é uma visão um tanto intimidadora. Limpo a garganta.

- É... Então... Onde posso pegar uma flanela limpa? - ele aponta a parede e vejo que na parede de madeira tem alguns encaixes para a mão. Me aproximo e uso para abrir. Consigo abrir a porta empurrando e se abre em várias roupas de batalhas. Depois camisas e calças jeans e pretas. Dobradas na parte de baixo estão várias boxers grandes. Fecho os olhos e engulo seco. Tento não pensar nisso. - Não vejo Flanelas Drake! - acabo gritando. Fecho a boca me sentindo um pouco envergonhada.

- Do outro lado Mary... Abre a outra porta. Aí fica minhas roupas. - "Por que não disse antes droga!" Fecho a porta de supetão e abro o outro lado pegando algumas flanelas. Me aproximou dele e confiro a temperatura da água. Está morna. Agradeço por esfriar depressa. Ele está deitado de costas e as asas estão abertas na cama. Aliás, a cama é gigante. Molho a flanela enquanto me sento ao seu lado cuidando para não machucar a asa e passo no seu rosto limpando o sangue.

- Parecia profundo, mas acho que estava enganada. Só tem sangue. - digo. Seus olhos mudam de cor. Engulo seco. Os olhos dele ficam violeta. - Seus olhos mudaram de cor. - ele assente e continua me observando.

- Eu sei... Você sente medo disso? - nego. É maravilhoso. Algo que jamais vi.

- Não sabia que anjos podiam mudar a cor dos olhos. - coloco a flanela na água e assim que toca o sangue macha a água. Torço a flanela e Drake ri.

- Anjo? - assinto enquanto olho para ele novamente. Ele morde o lábio. - Mary... Acho que está enganada sobre isso.

- Mas você tem asas. E tem vários com asas. Eu morri atropelada e estou no céu? - ele nega ainda rindo.

- Não. Você esta viva. - ele diz. Passo em seu rosto novamente terminando de tirar o sangue.

- Então... Anjos existem na vida real. Você é meu anjo da guarda? - pergunto e ele gargalha. - Quieto. Estou tirando o sangue. - ele fica sério e seus olhos brilham em violeta.

- Não sou seu anjo da guarda Mary... Anjos não fazem o que que estou me segurando para não fazer com você. Definitivamente não sou um anjo.

Este capítulo sai para vocês?!
Ps: Capítulo 16

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora